Yellow Black | Marksung

⌜⌞ Capítulo Vinte e Oito ⌟⌝

Uma coisa chamou a atenção de Mark, e ela estava logo atrás dos loiros fios de Jisung, estava pousada no criado-mudo. Era uma maçã, ela estava meio amassada e aparentava estar meio velha e desgastada, sem contar em algumas mordidas pequeninas. Aquilo o intrigou, já que era uma maçã vermelha e Jisung com certeza não comeria a casca.

Na verdade, como um bom admirador, ele sabia que Jisung levava, às vezes, maçã verde cortada e sem a casca, dentro de uma vasilha. Mas era sempre a parte clara da maçã, por isso que Jisung comia. Ele tinha um certo pavor por comidas de cores tão forte como vermelho. Sua morte nada mais era do que uma beterraba e o seu caldo intenso. SungBee tinha náuseas só em pensar naquilo.

— Ei! Por que tem uma maçã toda acabada aqui? — Mark se sentou e inclinou-se para pegá-la, mas Jisung a pegou primeiro e jogou-a para debaixo da sua cama.

Mark riu e se levantou.

— Ela não é nada. Minha mãe me obriga a comê-la — Jisung se explicou, também se levantando e a empurrando mais fundo disfarçadamente com o pé.

— Deixe-me ver, huh? — Mark se agachou e enfiou a mão debaixo da cama.

Jisung entrou em pânico, não querendo que Mark descobrisse o seu pequeno segredo constrangedor. Seria difícil explicar a existência daquela maçã, então o jeito era fazer Mark esquecer dela. Ele era muito esperto.

— Hyung, não há nada com aquela maçã! Venha dançar comigo de novo! — ele tentou puxá-lo, mas Mark estava empenhado demais.

Jisung subiu nas costas de Mark, ficando de "cavalinho" e logo se inclinou para o lado, o que resultou com os dois jogados no chão. A posição que não era muito agradável, então Jisung se levantou, mais constrangido ainda.

Ajeitou o cabelo que caía sobre o seu rosto enquanto Mark se levantava e ajeitava a sua camisa que havia saído do lugar com a ação do mais novo. Ele pigarreou.

— Desculpe — SungBee se desculpou.

— Tudo bem. Eu entendo que queira esconder uma maçã de mim... — Mark riu.

— Não é uma maçã qualquer, ela... É a minha ferramenta de treino. É isso — ele inclinou a cabeça vagarosamente para frente, depois suspirou e encarou Mark.

— Ferramenta...? — Mark não entendia. Talvez não fosse tão esperto assim.

— Porra, ferramenta de beijo, Mark! — Jisung o cutucou forte no ombro, um tanto irritado — Eu treino beijo com ela! Entendeu agora?

Mark se xingou tanto por ter rido, e até Jisung soltou outra palavrão e cruzou os braços. Não conseguia imaginar Jisung treinando um beijo com uma maçã.

— Há quanto tempo? — quis saber, intruso.

Jisung suspirou, derrotado.

— Há algumas semanas — contou — Estou me preparando para quando eu beijar Chenle. Não quero parecer inexperiente nem nada, por isso já estou me preparando.

Dessa vez, Mark se beliscou para não rir, o que causou olhos lacrimejando por ambos motivos.

— Então você pretende beijar ele? — Mark estava tentando não se importar com aquele fato e focar no lance da maçã.

— Eu pretendo me casar com ele — esclareceu SungBee — Fiz até um álbum para colocarmos as nossas fotos do casamento e da nossa época de namoro.

— Isso não é se iludir? — Mark perguntou, mas até ele deveria perguntar para si mesmo quando se pega pensando em Jisung e como seria se eles namorassem.

— Isso é se precipitar — explicou Jisung — Então eu apenas... Estava usando essa maçã idiota.

Mark respirou fundo e pegou um segundo de coragem, daqueles segundos que só se vê em filmes ou em livros, daqueles que muda a vida do protagonista e transforma tudo de errado, ou o contrário do que deveria ser, em algo bom. Focado nisso, ele se aproximou mais de Jisung.