Fada Madrinha?

5 0 0
                                    

Aline estava debruçada na janela enferrujada de sua avó, dedilhava seu dedo indicador sobre o livro empoeirado que era recheado de histórias intrigantes e encantadoras.

- Aline! - sua avó gritava do outro lado da casa batendo nas paredes e portas a procura da neta. A garota murmurou para mostrar que estava no quarto de seu querido avô falecido, era um quarto aconchegante. Diferente dos outros! Parecia bem mais confortável para sentar-se e ler uma boa história. A velha abriu a porta ás pressas, bufando de raiva jogou uma vassoura na menina que virou-se assustada.

- O que foi dessa vez? - Encarou a velha que estava com sua face fechada, parecia indignada com algo, mas não abriu sua boca. Seu olhar já disse o que pensava. Desaprovava a ideia de Aline ler e reler as história que seu avô contava antes de falecer, achava um insulto! Sua avó era tão insensível e intocável que correu até onde a vassoura teria caído, levantando sua mãe, ameaçando bater na menina. - Você vai me bater? - Um silêncio triste e aterrorizante tinha sido criado naquele simples quarto gelado. - Vá em frente! Mostre-me sua paixão pelo Josué! - Falava em um tom mais alto e corajoso, diferentemente das outras vezes. Saiu do quarto em passos longos e confiantes, com a cabeça abaixada a menina segurava o choro o quanto podia. Abriu a porta principal daquela casa desprezível e repugnante e olhou para trás onde sua avó te olhava com desprezo. - Avise minha mãe que voltarei mais cedo. - E bateu a porta antes de qualquer resposta que ela pudesse dar. Caminhava aquelas ruas asquerosas que estavam naquela madrugada depois de uma festa que deram alguns minutos de distância. Ouviu dizer que eram de conhecidos da escola, mas não se familiarizava com festas e coisas que a animavam. Aline gostava de sentir-se triste lendo contos.

Estranha.

Quando se aproximava do semáforo mais próximo, quase chegando em sua residência encontrou um grupo de adolescentes bêbados de sua escola. Tentou não ser vista e começou a andar de costas na escuridão, mas bateu em uma pessoa alta e aparentemente segurava uma bebida. Porque suas costas inteira estava encharcada naquele momento. Virou em instantes com a gritaria que causou. - Minha blusa! Quem você acha que é para andar de costas em um lugar escuro, sua idiota! - Aline ficou paralisada, olhando para um garoto alto e com seus cabelos louros cintilantes. Nem desculpa tinha dito, não conseguia falar. Era um momento indefeso da tal. - É muda, cega... Talvez seja surda pelo jeito! - O garoto caçoava com os amigos. - Se não vai pedir desculpas eu... Darei-lhe um castigo. - Acenou para alguém atrás dela, e parecia que uma manada se aproximava pelos chutes que algumas pessoas lhe deram quando se aproximaram. Alice caiu no chão com algum dos golpes e quando viu o que estava acontecendo pareceu conseguir falar.

- Mil desculpas, eu... - Tentava recuperar o fôlego da pancada. - Eu tinha lhe visto! - Disse inocentemente.

- Claro, quem tem olho nas costas? - Uma menina da gangue começou a rir com algumas pessoas e andou mais para frente do grupo. Agachou-se aos pés de Aline e sorriu com deboche. - Tem um hospital 24 horas uns segundos daqui, a ambulância não deve demorar... - Sussurrou para ela. E foi para o fundo do grupo de novo. - O que estão esperando? - A menina berrou para o grupo novamente.

- Fada madrinha... Fada madrinha... - Aline cochichava para si mesma.

- Essa menina é retardada, ela ainda acredita em fadas e talvez em príncipes encantados! Precisa de alguns tapas para viver a realidade! - Um dos garotos disse dando um dos primeiros murros em Aline que pareceu o último, pois não presenciou mais o ataque.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Dec 09, 2017 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Uma Paixão e Mil Contos de FadaWhere stories live. Discover now