Diário de uma garota Cristã - Revisando...

#30

Estava sem palavras, havia muitos murmúrios dentro da sala de aula, fico olhando a professora passar a matéria na lousa e começo a copiar quando alguém me cotuca, olha para o lado Roberta me dá um sorriso e fala.

— Hoje a cobra fuma para o lado da Ashilley.
— Quem era aquele homem? — pergunto.
— O pai dela, ele é muito rígido dizem que ele já deu uma surra na Ashilley por maltratar as pessoas.
— Você não cai nesse disse que me disse não, por que você viu hoje né? A menina está inteira e bem viva.
— Por mim ela podia sumir ou voltar para caverna de onde ela nunca devia ter saído.
— Roberta, não fala assim ela é um ser humano como qualquer outro, todos nós somos falhos, mas todos merecemos uma segunda chance.
— Eu não penso assim.

Não falo nada, volto a cópia a lição, quem sou eu para julgar os atos dela? Neemias está me olhando me dá um sorriso e volta a fazer a sua lição.
As aulas passa super rápido e bem calma sem mais nenhum alvoroço, estou guardando meu material para ir embora.

— Vamos lá em casa hoje? — Roberta pergunta.
— Hoje não vai dar — respondo —vou no hospital visitar uma pessoa.
— Quando você começa o seu tratamento?
— Amanhã mesmo — respondo fechando minha bolsa — qualquer coisa eu te ligo.
— Tá bom.

Pego minha bolsa, Neemias sai ao meu lado, vamos em direção a saída minha mãe está a minha espera.

— Princesa quando você chegar me avisa — Neemias responde.
— Hoje você vai em casa?
— Se você não for sair mais tarde,eu vou sim.
— Tá bom eu te espero em casa.

Neemias me dá um beijo na testa e um abraço, abro a porta do carro minha mãe me dá um sorriso, olho para o lado vejo Penina junto com Ashilley, elas me encaram.

— Na onde você quer ir almoçar? — mamãe pergunta.
— Não podemos ir almoçar com o Joshua? — pergunto.
— Não sei se é uma boa ideia filha.
— Mãe por favor? É só hoje?
— Tá bom.

Ela vai em direção ao hospital, quando chegamos fomos falar direito com a Cíntia.

— Oi Cíntia — falo animada.
— Lia o quê faz aqui? — ela pergunta ao me ver — Pensei que seu tratamento começasse só amanhã.
— Eu vim te chamar para almoçar.
— Eu?
— É você e mais uma pessoa!
— Quem?
— O Joshua.
— Eu não vejo problemas em irmos almoçar, eu vou bater meu ponto e você vai chamar o Joshua, ele vai gostar de almoçar fora, já que ele não sai muito do hospital.
    
Minha mãe olha para mim, dou uma risadinha para ela, hoje eu estou muito feliz, vou até o quarto do Joshua,  ele está sentadinho na cama com seu carrinho, quando ele me vê abre um sorriso incrível.

— Oi Joshua — falo.
— Você voltou! — ele responde descendo da cama.
— Eu prometi que voltaria, o que você está fazendo?
— Esperando meu almoço.
— Você não soube que hoje não vão trazer o seu almoço?
— Como assim não vão trazer?
— Não trazendo, porque você vai almoçar comigo a minha mãe e a Cíntia.
— Oba eu vou sair do hospital por um dia?
— Vai sim.

Ele começa a pular e saltitar, seu sorriso vai de orelha a orelha é muito lindo, ele vai até seu guarda roupa pega uma bermuda e uma camiseta, vai no banheiro e volta arrumadinho calça sua sandálias e me abraça olha nos meus olhos e fala.

— Queria ter você como irmã Lia,  você é muito legal.
— Então somos irmãos Joshua, vou cuidar de você.
— Deveria existir mais pessoas como você no mundo.
   
Dou um sorriso e Josh me abraça, fico olhando para ele, não demora muito saímos do hospital fomos em um restaurante próximo, Joshua está muito animado que está falando sem parar.
Não tem felicidade maior do que ver o sorriso estampado no rosto dele,  estávamos almoçando, conversando coisas aleatórias quando dou risada do Joshua, sua boca estava toda suja de molho.

— Hora da sobremesa — Cíntia fala.
— Eu quero uma tortinha de chocolate — respondo sorrindo — e você Joshua?
— Eu também quero.
    
Minha mãe observa eu e o Josh com cautela, ela apenas sorri com a forma que eu e ele nos damos bem. Depois do almoço voltamos para o hospital, Joshua estava elétrico, seguro sua mão ele me puxa em direção a brinquedoteca.

— Joshua do que você quer brincar? — pergunto indo até a caixa de brinquedos.
— De carrinho.

Ele me entrega um carrinho, fico brincando com ele, tenho certeza que o Neemias vai amar muito o Josh, eles serão bons amigos.

— Joshua amanhã eu vou trazer um amigo para você conhece — falo e Joshua se fecha um pouco — eu o que foi?
— Não gosto muito das pessoas, elas me olham com pena.
— Esse meu amigo não vai te olhar com pena, ele vai brincar com você assim como eu brinco, ele também vai te levar para passear, te prometo que ele é bem legal.
— Tá bom.

Depois de muito tempo brincando com o Josh, minha mãe entra na brinquedoteca, passa as mãos nos meus cabelos, fala com um olhar meigo.

— Vamos Lia, amanhã você vem e fica mais com ele, hoje temos culto.
— Tá bom — respondo tristonha — amanhã eu volto para gente poder brincar mais.
— Você jura? — Joshua pergunta esperançoso.
— Eu juro.

Josh me abraça devolvo o abraço minha mãe se emociona, ele me dá tchau com as suas pequenas mãos, vou para o carro estava silêncio, assim que chegamos em casa meu pai estava a nossa espera.

— Onde vocês estavam? — papai pergunta.
— Nós fomos ver o Joshua — respondo — hoje nós levamos ele pra almoçar fora.
— Preciso ir pra conhecer esse Joshua.
— Amor pensa em uma criança incrivelmente boazinha — minha mãe comenta — estava pensando em algo, o que acha de darmos entranda com os papéis em um processo de adoção? Ele e a Lia se dão super bem, seria bom ter uma criança em casa.
— Acho uma ótima idéia, vamos procurar um advogado para da entrada nos papéis.
— Vou conversar com uma das advogadas da agência — mamãe responde.

Meu sorriso vai de orelha a orelha, espero que conseguimos adotar o Joshua, eu vou fica muito feliz de ter um irmãozinho, eu tenho certeza que ele vai ficar feliz também. Meus pais ficam conversando eu vou para o quarto me arrumar hoje temos culto, estou pensando em levar o Neemias junto comigo.
Já estou pronta desço para sala a campainha toca, abro a porta e Neemias está com seu sorriso irradiante, ele se aproxima me dá um beijo na bochecha.

— Na onde vai linda desse jeito minha princesa? — ele pergunta.
— Vou na igreja, quer ir comigo?

Ele parece pensar um pouco, seu semblante que era sorridente muda para sério, ele dá um leve suspiro.

— Princesa — Neemias me chama — eu fico meio sem jeito, faz tanto tempo que eu não sei o que é uma igreja.
— Eu entendo, mas se não quiser ir não tem problemas.
— Mas eu vou — Neemias responde acariciando meu rosto — só pra ver um sorriso em seu rosto eu vou, me espera que eu vou me arrumar.