Capítulo 92

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William

No meio do expediente decidi ir até as escadas da entrada do hospital onde fiquei parado pensando sozinho até ver a imagem mais estranha do mundo .
Malu e Michelle .
Não sei com o que fiquei mais chocado .
- Oi lindo - Disse se aproximando e subi dois degraus para afastar - me .
- Se já não disse desde já tenha por entendido Michelle , fique fora da minha vida - Mandei .
- Então está bem vou pegar a menina e vou me mandar - Falou tentando coloca - la no colo já que estava no chão e ela choramingou .
- Eu quelo ficá com Wiam você plometeu quando... - Começou mais Michelle tapou sua boca fazendo que de tão irado eu a tomasse de seus braços .
- A menina fica - Eu disse sentindo enfim depois de tanto tempo a doce Banguela entre meus braços .
Seus cabelos negros caindo sobre meu ombro , seu cheirinho de bebê .
E meu coração se acalmou .
- Ao menos isso . Eu não aguento mais . O pai insistiu de sumir e a deixou na casa comigo já faz dois dias . Eu disse a ele que ela tem mãe e poderia ficar com ela ao menos esse tempo , não que eu gosto de Maite , você bem sabe que eu a odeio mas ela funciona benzinho como servente então decidi vir atrás de você já que assim não perco a oportunidade de te ver lindo - Falou acariciando meu peito onde mal pude afasta - la pelo fato de estar segurando a menina .
- Agora por fim vou poder sair com as amigas para tomar um vinho - E antes que me concentrasse no notório relacionamento falso que agora se tornava mais óbvio parei para atinar no último dido .
- Álcool faz mal para o bebê - Lembrei e vi um leve tremor percorrer seu corpo .
E ali constatei outra farsa : Ela não estava grávida .
- Eu vou de suco lindo - Tentou corrigir um pouco nervosa .
- Hortelã - Falou roubando um selinho de mim antes que eu pudesse evitar .
Peguei a barra da camisa e esfreguei várias vezes contra boca.
- Eca- Falou Malu entendendo .
- E quando é que seu pai volta ? - Indaguei olhando os olhinhos escuros .
- Num xei - Falou sincera .
- Tomara que dessa vez mais que um ano fique fora para sempre - Pedi e ela bateu palminhas assentindo.
Eu a amava ainda mais por não gostar do pai .
- Agora me conta como é lá - Pedi voltando a me sentar nos degraus do Memorial Montenegro .
- Chato - Falou intediada.
- Ele não binca.  Fica lá mas não
binca - Lembrei que disse que trabalhava em casa e fez sentido .
- E Michelle ? - Quis saber e ela calou a boca na hora .
- Pode falar Banguela - Pedi e ela fez que não com os olhinhos cheios de lágrimas outra vez .
- Ela não deixa - Falou .
- Ela não é sua mãe - Esclareci .
- Mas quando dixe que ia contá pla mami ela me tlancou . Eu não quelo que me tlanque no guada ropa - Parei na hora estarrecido e se Michelle estivesse em minhas vistas eu matava ela .
- E Ivan sabe disso ? - Fez que não .
- Ela fez quando ele foi embola - Continuou .
- E ele faz coisas do tipo ? - Perguntou .
- Ele é chato . Bliga comigo. Num conta histolia e me faz senti pequenina como una fulmiga - Ela se sentia mal com ele era isso .
- Ma nunca me tlancou - Falou .
- Mas já te bateu ? - Fez que não outra vez .
- Naum - Maite já me dissera que não quando falávamos de Malu mas eu tinha dúvidas que só ouvindo da boca da pequena iam se dissipar .
Talvez a de trancar no guarda roupa mas bater o vejo capaz mas pode não fazê - lo por ser esperto o suficiente para saber que seria identificado então faz o que sabe fazer de melhor: Denigre com a finalidade de diminuir fazendo as vezes até pior que uma surra pois enquanto esta passa depois de um tempo a violência psicológica fica seja numa ignorada ou trancada .
Percebi que as lágrimas que até então eram só um vislumbre passaram a banhar seu rosto gorducho e a apartei bem gostoso me deitando nos degraus e fitando o céu .
- Me desculpa - Pedi beijando a cabeça peluda e limpando as lágrimas .
- Vamos ver sua mãe ? - Ainda que tivesse trabalho não tenho certeza se o levaria bem hoje de qualquer maneira então somente a levei apoiada em mim até o carro e depois meu prédio para encontrar Maite na sala .
- Então Bela ? - A dúvida que me atormentara volta com força total .
Mas enfim também seria dissipada ...

Maite

- Chega - Manifestou - se Arturo .
- Vamos embora daqui Morena - Falou tocando meu braço .
- Mas... - Comecei sentindo o peito subindo e baixando de nervoso .
- Ele está certo . Você perdeu seu tempo em vir Maite - Disse com seu olhar de fúria contida .
- Eu... - Tentei quando veio a mim que estraguei tudo .
Droga .
- É o melhor Maite . Vocês não estão preparados - Falou .
- Ou talvez nunca estejamos - Completou e fomos na direção da porta .
- Mas antes ... - Começou Arturo .
- Se ela se foi não foi porque não me valorizou Ric , foi por me valorizar o suficiente que não me deixou amar sozinho . E eu agradeço apesar da plena certeza de que foi a mulher da minha vida pois não a faria feliz e não teria hoje uma família . A morena pode mesmo que não pareça saber mais do que aparenta sobre o mundo Ric . Você deveria tentar ser mais assim também - Terminou calmamente me conduzindo para fora do quarto delicado .
Passamos no corredor em completo silêncio tanto quanto no carro .
- Desculpa - Dois anos atrasados .
- Eu consigo perdoa - la toda vez que a olho . É difícil não deixar para trás uma mágoa tão pequena perto das coisas que senti - Disse e riu fraco de uma maneira que parecia apaziguadora mas que não chegava aos seus olhos .
- Mas você ... - Não controlei a minha própria língua .
- Não cutuque a ferida morena . Sei que pelos meus anos a serviço da lei pareço um homem inabalável mas peço que não me faça lembrar do tanto que senti . Por você quando estava e quanto foi - Pediu me fitando .
- Desculpe outra vez . Eu sempre fui uma idiota . Desde o momento que eu troquei você eu fui sendo - Admiti .
- Até quando escolheu um novo amor ? - Indagou ligando o carro .
- Não . Talvez por causa de William Eu tenha ficado menos idiota - Expliquei .
- Você não é idiota . E menos foi uma . O que eu disse ao seu pai é verdadeiro . O destino quis que seguíssemos caminhos diferentes por mais que tudo que eu quisesse era te fazer me amar - Não tornou a falar e o silêncio se instaurou no carro até ele estacionar em frente ao prédio .
- Você o ama de verdade ? - Perguntou engolindo em seco .
Me passava pela cabeça o porque mas não Indaguei de novo .
- Com toda alma - Falei saindo do carro e batendo a porta em seguida .
- Até as aulas Maite - Falou antes de ir - se e pela primeira vez em tempos me chamou pelo meu nome ...

Maktub - O escrito pelo destino jamais será apagado ...Onde histórias criam vida. Descubra agora