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Já era tarde, Marianna já estava indo embora, seu foco no momento era ajeitar a papelada dos pacientes.
- É... você desistiu das consultas... - Disse ao pegar a ficha de Hanyel.
Sentando próxima a sua mesa, ela começa a ver laudos, exames e tomografias que ela pedira para ele fazer.
- Tudo parece normal... o que você tem? - Marianna coloca os óculos.
- Ele tem medo... - Uma voz vem atrás da doutora.
- Que caralho foi isso? - Marianna se levanta rapidamente com o coração palpitando.
Atrás da cortina sai uma mulher albina com vestido e véu branco cobrindo seu rosto.
- QUE MERDA É VOCÊ? - Marianna começa a se afastar lentamente no mesmo ritmo que a mulher se aproximava.
- Eu? Eu sou apenas uma serpente. - Diz ela mostrando a grande língua negra e pontiaguda.
- Por favor me deixe em paz, eu não quero problemas.
- Problemas? Não, querida... eu não vim trazer problemas... vim fazer uma aliança, eu apenas vim trazer soluções.
- Soluções para quê?
- Para oa problemas de um aliado.
Marianna encosta-se em sua estante de livros, estava em guarda, uma de suas mãos estava segurando algo atrás de seus costas.
- O que escondes aí? - Disse a mulher ao se aproximar de Marianna.
- Não encoste em mim! - Ela saca uma varinha com ponta de quartzo leitoso.
- Hahahahaha... ainda usa uma varinha. Hahahaha... tola! Apenas bruxos iniciantes são tolerados no uso de varinhas.
- Quieta, bruxa. Ou eu faço sua cabeça explodir!
- Tente então, sua vadiazinha!
- Blefaton! - Gritou Marianna, o quartzo brilhou e uma energia branca explode na cabeça da bruxa.
Parada e coberta de fumaça acima dos ombros, a bruxa começa a rir.
- Que truque de mágica espetacular! - Disse aos risos.
Brava, Marianna ataca novamente, com maia força.
- Sumenon blefaton! - O quartzo brilha e uma luz branca ainda maia intensa explode na cabeça da bruxa a fazendo cambalear para trás.
- Hahaha... MINHA VEZ!!! - Gritou a bruxa.
Ela abre a mão em direção a Marianna e a faz bater com força contra a estante. Vários livros caem com a força do impacto. Marianna geme de dor.
- O que quer de mim? - Pergunta ao sentir fortes dore nas costelas.
- Já disse... vim fazer uma aliança!
- Nunca me aliarei com uma Negra!
- Hahaha... todos vocês dizem a mesma coisa antes de morrerem...
A doutora abre os olhos preocupada, acabara de entender que seria morta após recusar a aliança com a bruxa negra.
- Não vai aceitar se aliar a mim? - A bruxa negra diz ao chegar seu rosto próximo de Marianna grudada na estante. - Não? - Ela lambe o queixo da doutora.
Marianna se mantém calada tentando se esquivar dos toques maliciosos da bruxa.
- NÃO VAI??? - A bruxa coloca suas mãos nos seios da doutora. - EU FIZ UMA PERGUNTA!!! - Seus dedos viram garras que perfuram seu peito, assim a bruxa abaixa suas garras, abrindo o abdômen da doutora em um "X".

                                  ...

O elevador chega ao último andar do grande prédio. Passos pesados saem dele e seguem em direção ao homem sentado na poltrona.
- Não deveria ficar sentado o dia todo nesta poltrona!
- Já não sou mais uma criança.
- Não, mas esqueceu que não teve tempo para amadurecer bem ainda?
- O que disse?
- Não disse nada...
- Muito melhor, general Kardoff.
O general caminha até a janela. E observa a Capital do alto. Seus olhos logo voltam para o homem na poltrona.
- Mandei alguns homens para as ruas hoje.
- Ótimo!
- Não acha que por estarem fardados, não serão facilmente reconhecidos?
- General... eu sempre penso bem no que faço, eu quero que reconheçam quem ainda está ativo.
- Sabe que o governo pode...
- O governo não fará nada, muito menos contra mim.
- Não subestime o poder destes medíocres.
- Não subertime o MEU poder.
Kardoff revira os olhos e vai até o balcão de bebidas.
- Poder? - Uma voz vem da imagem de uma mulher na janela de vidro. - Você não tem poder! - A imagem toma forma, saindo uma mulher que vai andando até junto a Kardoff.
- Ela tem razão!
- Calado! - Disse o homem.
- Não seja um merda! Seja homem para saber ouvir contradições! - Disse a mulher.
- Ela tem razão novamente. - Kardoff serve um copo de whisky para ele e para a mulher.
- Encha mais! Isso. Obrigada, general. - Disse ela.
- Vocês bruxas, são bem inteligentes! - Disse Kardoff.
- É uma questão de sobrevivência. Homens como vocês foram o motivo por qual nos aprimoramos mentalmente.
- E diferente das lendas, vocês também são belas.
- General, se quer levar uma bruxa para a cama, leve minha irmã! Ela é a vagabunda.
- Como você é desprezível! - Uma voz surge atrás de Kardoff, uma mulher albina gira de suas costas e segue até o balcão de bebidas. - Gosta de falar de mim pelas costas, irmã?
- Você sabe que é uma vadia!
Iven morde o lábio e pega o copo de whisky do general Kardoff.
- Avistei a bruxa do vento hoje!
- Ariane? - Perguntou o homem da poltrona.
- Ela mesmo! Estava com um rapaz japonês. - Disse o general.
- Aquele japonês... - Iven vira os olhos em sinal de excitação.
- Cala a boca sua vadia, venha comigo. - Disse Agnes. - Foi um prazer beber com você, general!
- O prazer foi todo meu!
- Mentira! - Disse Iven. - O prazer é meu... todo meu!

Agnes puxa a irmã e a cobre com asas negras que rodopiam e as duas somem em um aspiral negro.
- Elas são sensacionais.
- Quem era o homem que estava com ela?
- Ah sim... bom, é um companheiro de trabalho pelo que analisei, pois sai da delegacia todos os dias, quase sempre com a delegada da Capital.
Kardoff vê o homem remexer-se na poltrona.
- Quer que eu conte mais sobre?
- Não, já basta.
- Tuuudo bem! - Ele enche outro copo de whisky.

                                ...

- Três cafés completos, dois pães de queijo e dois pães recheados. - Disse Carmen na porta da cozinha.
- Brianna! Venha me ajudar! - Gritou Ruth.
- Já vou!
- Agora, Brianna!
- Estou indo!
- Anda logo! - Ruth bate com a mão no balcão, fazendo uma onde de energia nervosa correr e fazer a porta do estoque se abrir.
Brianna estava com o celular nas mãos, mandando mensagem enquanto estava sentada em um caixote de frutas.
- Larga esta merda, agora!
- Mas, Ruth... eu...
Ruth encara Brianna e ela obedece.
- Por favor amadurece logo, Brianna!
- Ruth, eu estava mandando apenas algumas mensagens!
- Durante uma hora?
- Era bastante.
Pegando três xícaras, Ruth as estraga para Brianna.
- Três cafés completos, depois que terminar, leve para Carmen, esses dois pães de queijo e estes dois pães recheados que estou a terminar.
- Tudo bem.
Ruth continua o que estava fazendo, Brianna vai até perto das cafeteiras e começa a conversar meltalmente com a irmã.
- Ruth, o que aquele homem queria da gente?
- Brianna, não quero falar sobre isto.
- Mas você vai ter que me falar uma hora ou outra! Sabe que eu vou vasculhar a sua mente até encontrar o que quero.
- Tudo bem, Brianna... - Termina os pães e fala verbalmente com a irmã caçula. - Leve para Carmen e eu contarei.
- Estou indo. - Brianna pega uma bandeja, coloca as coisas e leva para Carmen.
Voltando para a cozinha, ela retoma o assunto.
- Sabe aquela história que eu lhe contei sobre quando fui presa?
- Sim, Ruth!
- Então... eles se chamavam NOM, agora conhecidos como AOM, foram derrotados no passado por bruxos que preferiam morrer lutando do que viver submissos.
- Continue...
- Hanyel, Bianca e Ariane foram peças importantes que abalaram a estrutura daquela sociedade. E agora eles estão procurando eles e todos que de algum modo estão envolvidos com eles também.
- Nós corremos risco?
- Sim, porém nem tanto como eles. Eu irei nos proteger, Brianna.
- Mas Ruth, nós não fizemos nada de errado.
- E precisa para que alguém nos condene?
Brianna se cala por um momento.
- Hanyel... ele vai nos proteger também?
- Sim, ele vai...
- Como tem certeza disto?
- Ele me prometeu.

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