Capítulo 58

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De eu não estivesse no meio da loja, teria dado um murro no focinho daquele carinha nojento e idiota.
- Quem você pensa que é para xingar a minha mãe? – Lucas se aproximou mais um pouco.
- E quem você pensa que é para me me chamar de lesado?
- Caio, vamos para outro computador? – Gabriel começou a me puxar pelo antebraço.
Enquanto ele me puxou eu fui resmungando sozinho.
- É muito melhor você não dar trela pra esse moleque, entendeu? – Gabriel falou com um tom autoritário.
- Você ouviu o que ele falou de mim?
- Ouvi sim, mas você não deveria ter ligado para essa bobagem.
- Você fala isso porquê não foi com você!
- Se fosse comigo, eu nem teria dado bola. É isso que ele quer: que você entre no joguinho dele.
- Filho da puta! Moleque chato, meu!
- Esquece isso e presta atenção no seu trabalho. Lembre-se que você tem apenas uma semana para aprender tudo sobre vendas.
- Eu sei...
Mas fiquei tão revoltado que não consegui prestar muita atenção nas explicações que ele me deu.
- Entendeu?
- Hã?
- Ih... É melhor deixar isso pra mais tarde...
- Melhor mesmo. Eu estou muito pilhado!
- Vai no refeitório e bebe um copo com água. Vai respirar um pouco!
- Boa ideia. Desculpa não ter prestado atenção.
- Fica tranquilo. Eu te entendo.
Assim que eu coloquei meus pés no refeitório, o idiota do Lucas apareceu atrás de mim.
- Agora você vai me pagar por ter xingado a minha mãe!
- Ah, é? E o que você vai fazer? Me bater?
- Essa é a minha vontade, pena que não posso.
- Então vem! Experimenta enconstar um dedo em cima de mim!
- Se eu quiser eu enconsto um, dois, três ou a mão inteira!
- Vai sonhando! – dei risada e peguei um copo com água.
- Você vai me pegar, entendeu? Vai me pagar!
- Cala a boca, moleque. Vai trabalhar e me deixa em paz que você ganha muito mais.
- Não preciso que você me ensine a trabalhar. Já você, né?
- O que você está querendo com isso? Me tirar do sério? OK, você já conseguiu! Agora me deixa em paz!
Foi a vez do Lucas dar risada.
- Como você é ridículo, garoto. Ridículo!
- Pelo menos eu não sou tão mal-amado como você, né?
- Quem é mal-amado aqui? – ele ficou vermelho.
- Você!
- Ah, você está aí... – Fabrício apareceu para me salvar daquele idiota. – Vamos descer que a loja começou a bombar, mano.
- Ainda bem que você chegou, parceiro. Senão não iria responder pelos meus atos.
- Por isso que eu vim atrás de você. Vamos descer ou vai ficar embaçando aqui em cima?
- Vamos sim. Não tenho mais nada para fazer aqui.
O resto do dia foi muito conturbado. Depois que respirei um pouco de ar puro e tomei a minha água, fiquei mais tranquilo e prestei atenção em todas as dicas que o Gabo me passou.
- Entendeu como faz?
- Entendi sim! – garanti.
- Então me mostra como eu lanço isso aqui no sistema.
- Mesmo? – meu coração disparou.
- Mesmo.
Eu repeti tudo o que ele me falou e no fim das contas acabei acertando.
- Muito bem, Caio!!!
- Viu só? Eu aprendo fácil.
- Estou vendo! Parabéns, é assim que se faz.
- Valeu, parça!
E assim foi o meu primeiro dia de trabalho. Cansativo, corrido e cheio de informações. No final do expediente eu caí sentado em cima de uma cadeira e suspirei profundamente. As minhas pernas doíam bastante.
- E aí, Caio? Como foi o primeiro dia? – Sabrina perguntou.
- Sinceramente?
- Lógico!
- Extremamente cansativo. Nunca andei tanto em toda a minha vida.
Ela deu risada.
- É assim mesmo, querido. Pode ir acostumando.
- Eu sei. Percebi que ninguém para nesse lugar.
- Isso mesmo. E olha que essa não é uma loja tão grande assim. Existem maiores.
- Posso dar a minha opinião?
- Claro!
- É que o espaço físico daqui está muito mal-dividido. Se as coisas fossem arrumadas de outra forma, talvez a loja ficasse mais espaçosa.
- Já tentamos fazer algumas modificações, mas não deu muito resultado. Você tem alguma ideia?
- Não – fui sincero. – Mas eu posso pensar.
- Então pensa e qualquer coisa você me avisa. É disso que nós estamos precisando nesse lugar: de pessoas pró-ativas.
- Deixa comigo.
O que eu falei era a mais pura verdade. A loja não era bendividida. As coisas ficavam grudadas e não havia muito espaço para circular pelo centro da filial.
- Vamos embora, mano? – Fabrício colocou as duas mãos em cima dos meus ombros.
- Isso! Estou mesmo precisando de uma massagem.
Ele começou a apertar a minha pele e uma sensação de alívio tomou conta do meu corpo.
- Que delícia... – até fechei os olhos.
- Quem fazia massagem era o Will, lembra?
- Lembro sim. Será que ele está bem?
- Não sei. Não troquei mais ideia com ele. Vou mandar uma mensagem. A gente pode ir ou você vai fazer extra no seu primeiro dia de trabalho?
- Não – ri e levantei. – Vamos embora. Eu preciso da minha cama.
- Cansou?
- Porra! E como!
- Daqui uns dias você acostuma. É normal, no meu primeiro dia eu também cansei pra caramba.
- Nunca andei tanto em toda a minha vida.
- Normal, filho. Aqui você anda mais que uma formiga tonta.
- Aham...

Quando abri a porta do meu quarto e vi a minha cama me esperando, não pensei duas vezes e dei um salto em cima dela.
- Ah... – gemi de prazer por estar me deitando.
- Quebra a cama mesmo – Rodrigo deu risada.
- Ela estava me chamando, eu só obedeci.
- Com outro pulo desses você vai parar é no chão. Aí eu vou dar risada, hein?
- Muy amigo você!
- Como foi seu primeiro dia no emprego novo?
- Horroroso. Nunca fiquei tão cansado.
- Exagerado!
- Exagerado uma ova. Queria ver se fosse com você.
- Não obrigado. Estou bem.
- Boa ideia! Por que não vem trabalhar com a gente?
- Porque acabei de ser demitido e quero descansar uns dias. Vou procurar algo na minha área.
- No 2º ano de faculdade? Será que você vai achar?
- Vou procurar um estágio. Já estou mandando alguns currículos pela internet.
- Vou torcer por você!
- Obrigado. Você parece bem melhor mesmo. Tem tomado seus remédios?
- Eu não! Não estou mais com depressão, pra que vou tomar?
- Tem que voltar ao médico para ele te liberar, Caio. Não é assim que funcionam as coisas.
- Ah, é? E você pode me dizer como vou voltar no médico se você foi desligado?
- Ah... é! Não tinha pensado nisso...
- Tonto.
- Olha o respeito!
- Não queria levantar daqui, mas preciso de um banho urgente.
- E o que está esperando para tomar?
- A coragem...
- Preguiçoso.
- Não é isso. Estou mesmo cansado... Muito cansado!
- Quando você dormir o cansaço passa.
- É eu sei.
Mesmo contra a minha vontade, fiquei de pé e comecei a procurar uma roupa limpa. Estava mesmo na hora de comprar roupas novas.
- Preciso de roupas novas – comentei.
- Somos dois. Quando eu pegar a minha recisão vou comprar tudo de roupa.
- Será que vai ganhar muito?
- Até parece! Com a merreca que eu ganhava? Se pegar um barão é muito.
- Pobre é foda... Já volto!
Abri a porta e me dirigi até o banheiro, mas para a minha grande surpresa ele estava ocupado.
- Quem é? – era o Vinícius que estava dentro.
- Sou eu, Vini! Vai demorar muito?
Para a minha total surpresa, ele ficou calado e poucos segundos depois abriu a porta. O cara estava com o rosto cheio de espuma de barbear e como de costume, usava só a cueca branca que eu tanto gostava.
- Entra! – ele mandou.
- Hã?
- Entra! – Vinícius repetiu com aquela voz deliciosamente grossa.
- Está louco?
- Entra logo, caralho!
Ele me puxou com tanta força que meus ombros doeram. Quando entrei, o marmanjo fechou a porta com a chave e foi logo tirando a cueca.
- Você é louco? – eu sussurrei.
- Estou com tesão, preciso relaxar. Me chupa, vai?
O pau dele foi ficando duro gradativamente e quando ficou totalmente ereto, confesso que não consegui me segurar e caí de boca rapidinho.
- Eu sabia que você ia mamar bem gostoso... – ele acariciou os meus cabelos bem de leve.
Meus olhos cruzaram com os dele. Eu era simplesmente apaixonado pela cara de tesão que aquele filho da puta fazia quando eu estava com o pau dele na boca.
- Engole tudo, engole? – ele falou bem baixinho.
Eu forcei tudo para dentro e senti a cabeça rasgar a minha garganta.
- Isso... – ele jogou a cabeça pra trás, mordeu os lábios e deu um gemido baixo.
Mas foi quando eu comecei a brincar com o saco que o Vinícius enlouqueceu de vez e não conseguiu se segurar por muito tempo.
- Levanta – ele falou, já totalemtne ofegante. – Tira a roupa!
Eu me despi rapidamente e ele já foi com aquela delícia por trás e começou a me roçar.
- Quero comer essa bundinha agora! – a voz dele entrou pelos meus ouvidos e me fez chegar até o céu. Que cara gostoso!
- Aqui? – eu perguntei.
- Aqui!
- Então vem... – eu andei até o chuveiro, abri a torneira e deixei a água quente cair por cima do meu corpo.
- Safado! – Vinícius apertou a minha nádega.
Só o que faltava para o nosso sexo ficar perfeito era um beijo na boca. Eu estava morrendo de vontade de experimentar a boca do Vinícius, mas infelizmente ele não me deu oportunidade.
- Não – ele virou o rosto quando eu tentei me aproximar. – Isso não!
- Por que? Já rolou tantas vezes...
- Só sexo – ele me lembrou. – Você mesmo disse que era só sexo.
É, eu tinha tido. Não sei por qual motivo fui cair na burrada de tentar baijá-lo aquela noite.
- Só sexo – eu concordei, ajoelhei e comecei a chupá-lo de novo.
- Só sexo... – ele mordeu os lábios e forçou a minha cabeça pra baixo. – AH...
E sem mais nem menos alguém começou a bater na porta sem parar.
- Quem está aí? – a voz do Fabrício estava apressada.
Vini e eu nos olhamos com as faces em choque. Aquilo não podia ser verdade! Nós havíamos sido pegos no flagra!
- Quem está aí? – o cara repetiu a pergunta e continuou batendo na porta.
Meu coração disparou feito asas de um beija-flor. Vinícius e eu estávamos simplesmente fritos. Eu queria saber o que seria de nós dali em diante...
- E agora? – eu perguntei, já tremendo de medo. – O que nós vamos fazer?

BrunoOnde histórias criam vida. Descubra agora