No olho do inimigo

57 39 29
                                    

Ao sentir-se atravessar a barreira entre o mundo celestial e o terrestre  Seth adimirou a forma como nada parecia ter mudado. Era tão familiar àquele mundo.
Em sua essência os anjos foram criados com o mesmo amor do Pai pelos mortais. Um amor igual e especial por cada um. Porém quando os anjos vão para a terra estão sujeitos aos mesmos sentimentos dos terrestres o que dificulta suas missões podendo até mesmo causar sua falha total.

Seth sentiu um turbilhão de emoções passando por sua mente. As empurrou para um canto de sua consciência, mais podia senti-las como uma ferida pulsando.

Se dirigiu para a região onde se localizava a casa de Eli. Percebeu uma movimentação naquela área. O ar estava pesado, fétido e um sentimento de ódio pairava nele.
Conforme se aproximava pôde ver uma massa se movimentando por terra,  pareciam formigas de onde estava.
Mas não eram.
Era algo pior. A escória do inferno.
Um exército de demônios de classe S. Estes eram os últimos na cadeia de comando.
Meras peças descartáveis.
Nascidos do sofrimento dos homens. Almas condenadas que depois de muito sofrer no fogo ardente fizeram acordos e se tornaram peças infernais.
Seth considerou que deviam ter sido enviados para tentar quebrar o escudo do guardião para algo maior o desafiar pois mesmo esse pequeno exército não poderiam ser páreo para Eli. Talvez também quisessem testar os limites do escudo.
Mais nao permitiria.
Havia chegado no momento certo iria liquidar os demônios e descobrir quem estaria por trás deles.

Fechou as asas sobre si e começou a descer rapidamente em espiral, atingiria o epicentro do pequeno exército. Esse golpe acabaria com pelo menos um terço deles.
Seth parecia uma grande estrela cadente. Quando as ostes o perceberam era tarde.
O impacto abriu uma grande cratera no terreno, uma singela nuvem de poeira pairou no ar por instantes e o som ecoou pelas montanhas ao norte.
Os sobreviventes se aproximaram curiosos sobre o que os atingiu e ali bem no meio da cratera havia um ser alado.
Seth arqueou as asas que antes o protegera do impacto. Sua figura diante dos demônios era majestosa. Forte e altivo com um belo par de asas esplendorosas brancas com um leve tom azulado. Sua armadura angelica era magnífica. Seu metal desconhecido para nós. Que só os ferreiros celestes conheciam. Tão fino, leve e resistente ao mesmo tempo. Havia entalhados símbolos de uma língua antiga pertencente aos anjos. De eras inimagináveis. De antes do começo da terra.
Quando ainda Deus havia criado o Primeiro Anjo.
O cabelo castanho de Seth era bem curto. Sua pele alva e seu rosto sério constrastavam com sua aparência jovial.
Sacou sua lâmina sagrada chamada Seladora de Destinos pois mesmo que alguma criatura saísse viva de um combate um veneno incrustado nela faria com que  definhasse até a morte.
Logo se viu rodeado pelas criaturas. Eram demônios de todas as formas. Grandes e pequenos alguns com aparência tão repugnante que causava enjoo só de olhar. Alguns com formas humanoides. Esqueléticos com membros longos e garras afiadas. Não se pareciam nem com a sombra do que um dia já foram.
Agora eram demônios.
Seres condenados.
Tiveram uma vida de pecados sem arrependimentos.
Alguns soltavam pelos orifícios uma gosma preta que parecia podre. Ao entrar em contato com o chão era como ácido corrosivo. O que todos tinham em comum eram os olhos avermelhados. Sinal de que depois de sua morte carnal jamais fecharam os olhos para dormir.
Havia muitos deles com armaduras e armas de todos os tipos. Apesar da figura imponente do anjo não se deixaram abalar. Começaram a cerca- lo. Não tinham medo. Nada sentiam  apenas cumpriam as ordens que lhes foram dadas.
Seth ficou cercado e um a um saltavam sobre ele tentado desferir golpes. Com destreza ele se esquivava e os golpeava mortalmente. Levando-os para uma morte definitiva.
Os sons emitidos pelas criaturas eram guturais. Sons animalescos e as vezes tão finos que machucaram os ouvidos de Seth.
Os minutos se passavam e não parecia haver um fim. Quanto mais Seth abatia mais surgiam diante de seus olhos. Usava também sua asas como arma endurecendo as penas para que pudessem dilacerar o maior número possível. O chão estava coberto de corpos e gosma preta eram tantos demônios que no fim teria de acender uma fogueira pois seus corpos nao se dissipavam como os dos caídos. Pois antes eram humanos.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 05, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Amaldiçoada: O Poder Dos Selos_A Jornada de Eli Onde histórias criam vida. Descubra agora