Carlos Eduardo - Quem era eu

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Quem era eu para criticar a Bruna? Ela usava o corpo para não ter de lidar com sentimentos profundos. E eu? Qual era o meu trauma? Por que é que fico arranjando motivos para não dizer que a amo? Será que eu a amo? Será que eu estou disposto a amar?

Ela não é Milena. Não é um sonho adolescente, uma idealização, bem distante da verdade. Bruna é real nos seus defeitos e qualidades. Ela é um corpo e um coração. Um corpo lindo. Um coração de ouro. E tratá-la bem é minha responsabilidade. Sem fantasia. Sem música de novela. Só nós dois. Dois adultos numa relação adulta. Será que é disso que eu tenho medo?

Será que eu encaro as nossas tantas diferenças? Será que eu tenho forças para encarar uma rotina de trabalho, trânsito, louça suja e contas para pagar? E além de tudo: Bruna.

Não seria mais fácil simplesmente me enfiar numa universidade por mais cinco ou seis anos? Fugir para um mundo de certezas que sempre me atraiu. Continuar sendo apenas filho por mais um tempinho...

Eu sou mesmo um covarde.

Mesmo com todas essas dúvidas, bati na porta dela de madrugada. Fui recebido com sorrisos e beijos. Bruna me levou para a cama. Eu estava exausto. Ela deitou segurando a minha mão. Em cinco minutos estávamos dormindo profundamente.

***

Por Onde AndeiOnde histórias criam vida. Descubra agora