─ E aí, filhão, preparado? – Meu pai foi o único a ligar para saber como eu estava. Na semana do vestibular não fui trabalhar. Nem para a academia. Só estudos de última hora. E aulas extras no colégio. Faltando poucas horas, sentia que deveria ter me dedicado mais. Mas fora um ano intenso em todos os sentidos.
─ Estou bem. Um pouco nervoso.
─ Vai dar certo, cara. Você sempre foi um bom aluno. – Seu Vitório me dava força. Como sempre.
Minha mãe não fazia questão dessa prova desde que soube que eu queria prestar para Física. Se ao menos fosse para Administração, vá lá. Ela não queria saber o que eu pretendia fazer com um diploma de ciência pura administrando casas de show. Mas era um sonho antigo meu. Não custava tentar.
Bruna também não foi muito compreensiva. Depois do quinto convite para sair que recusei de quarta para cá, resolveu tirar o dia para visitar a mãe. Prova de que estava bastante entediada. Ela mesma não faria a prova. Nem para Artes Cênicas como a orientadora vocacional do colégio sugeriu, não via a hora de se ver livre dos estudos e se dedicar à carreira.
Já eu a cada dia tinha mais medo dessa hora. Quando a escola acabasse, eu seria apenas Carlos Eduardo Dávila, empresário. E esse compromisso me exasperava.
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Por Onde Andei
JugendliteraturNo quarto volume da série Nando, pela primeira vez, temos a visão simultânea dos dois protagonistas: Bruna e Carlos Eduardo. Ela, atriz desde menina, não está acostumada a confiar nas pessoas. Resolve os seus problemas a sua maneira, nem sempre acer...