O ar gélido do local fazia-me pensar no porquê de estar ali, por que sair? Poderia tomar um café na mesa da sacada do hotel em que estava hospedado.
Não conseguia controlar, a saudade era tanta que cada movimento que eu realizava espelhava-se em tentar matar minhas lembranças de você.
Aquilo era tão forte, queria correr para abraça-lá, sorrir ao seu lado, mas não era mais possível.
O garçom várias vezes perguntou-me algo que não prestei atenção, acabei me distraindo ao olhar os belos lírios que enfeitavam o local, suas flores favoritas.
Quando finalmente virei-me ao garçom acabei por pedir um café, seu passatempo preferido fazia-me matar a saudade.
Suas palavras ainda ecoavam em minha mente cada vez que sentava-me ali: “Sabe querido (a), isso é o que eu mais amo fazer, tomar um café em Vancouver."
A cafeteria chamava-se Beat's Coffe, em homenagem à sua banda favorita, Beatles.
Narrador:
É claro que ela não estava realmente morta, apenas em seus pensamentos, sei disso porque fora Beat's Coffe do outro lado da rua, ela observava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um café em Vancouver. •Micro-conto•
Short StoryPerder alguém pode ser realmente devastador, mas se lembrar dela todos os momentos da sua vida pode ser ainda pior. Beat's Coffe, Vancouver, Canadá. O lugar onde meu pesadelo sempre tem início.