Confusão

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Olá! Espero que estejam bem.

Este é o segundo capítulo da parte 3 e provável parte final da história.
Tinha dito anteriormente que eu escreveria esta terceira parte com os outros personagens narrando, entretanto tomei um caminho diferente e ao invés de narrar com o personagem ao qual o capítulo é dedicado; escrevi em terceira pessoa, como nos capítulos bônus, mas NÃO é um capítulo bônus, ok? Fiz isso para conseguir dar um foco no capítulo e não deixá-lo tão comprido, que não é o objetivo do mesmo.

Nele veremos o que andou acontecendo com Hudson, o irmão da Lucy.

Boa leitura!

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COMO CORPO HOSPEDEIRO, não debatia e se arranhava mais devido a rejeição da matéria estranha que lhe fora passada pelo antigo amigo.

Nos momentos mais corriqueiros, de forma consciente, o garoto conseguia - de alguma maneira que não sabia explicar como -, utilizar algumas das habilidades que este novo ser lhe proporcionava. Apesar d'este obscuro corpo dentro de si não ter se acomodado completamente.

Constantemente, seu eu se desligava e sua mente saudava os momentos da infância antes de estar "possuído"... Tempos difíceis, mas não perturbadores.... O tempo como Garotinho Loiro... Com um demônio preso ao corpo. Oikos. Maldito seja! Ele o encontraria. Custasse o que custasse.


~×~


A COMPRIDA E ONDULADA CASCATA DE CABELO loiro escuro dera lugar a um emaranhado sujo. O elástico que o prendia em um rabo de cavalo se perdera em algum momento de seu confuso caminhar.

A noite negra era tranquila, mas ao mesmo tempo ameaçadora, pois escondia mistérios em cada canto de escuridão da Cidade Industriápolis.

Caminhava com dificuldade. A lembrança dos homens de branco chegando à sua casa, um deles agarrando-o enquanto o outro colocava as amarras apertadas, importunaram sua mente e se misturaram à realidade das ruas vazias, zumbindo com o silêncio dos que dormiam calados na cidade. As más lembranças misturadas à existência objetiva do momento atual fizeram seu corpo estremecer e o urro que soltou, reverberou pelas esquinas solitárias como o eco de um animal sendo ferido.

Com o coração disparado, a respiração dificultando-se, olhou para os lados procurando os enfermeiros dispostos com suas agulhas lambuzadas de tranquilizantes, mas não encontrou ninguém à sua volta.

O som de passos arrastados se aproximou, chegando de uma das várias ruas infestadas de fábricas e indústria de produção. A branca fumaça expelida pelas chaminés dos prédios embranquecia partes do céu preto, mas também se assentava ao nível do solo criando neblina, o cheiro acre se transformando no odor pungente e ácido do monstro que se acercava cada vez mais.

Suas garras raquíticas e pálidas agarraram seus ombros e Hudson sentiu seu corpo cair em um buraco imaginário aberto no chão.

- Está perdido crian... - o dono da mão esquelética e branca não terminou.

Hud concentrou todo o medo à sua volta até quase explodir de tensão e pressão. A risada sussurrante e assustadora preencheu todo o silêncio, mesmo sendo tão baixa. O garoto sentiu a coisa se remexendo em seu interior e foi tomado por uma vertigem tão forte que caiu de joelhos, machucando-os. Enquanto a sombra se separava de Hud, a súbita perda de consciência tomou o garoto ajoelhado e a dor que antes sentia nos joelhos foi para alguma dimensão ilógica; seus olhos ficaram perdidos e vagos, o corpo inteiro paralisado. Não respondia ao que acontecia à sua frente.

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