O coração de Alexandre parou, definitivamente congelou dentro do peito. Lágrimas começaram a surgir em seus olhos. E sua boca secou. Nesse momento a tosse não o incomodava mais. Sua garganta não doía. Seus pensamentos não estavam mais interligados no fim do mundo. Só estavam ligados a imagem em sua frente, ou melhor nas pessoas em sua frente. Josely estava viva. Seu filho de quase um ano estava vivo. Os dois estavam bem. Sua pressão caiu como um carrinho solto na montanha russa, que cai direto para o abismo mais submisso ao medo. Mas aquela queda não lhe trazia o medo, lhe trazia a felicidade, a alegria, o alivio, o sufoco da duvida desapareceu naquele momento. Agora ele sabia que ele não estava sozinho. Agora sim ele se sentia com companhia. Agora sim um pequeno pingo de esperança surgiu diante dos olhos daquele homem confuso.Alexandre correu até a mulher com o olhar atônito e parado ela não sabia se deveria chorar ou rir. O filho do ex-casal dormia tranquilamente no colo da mãe, e nem percebeu a presença do pai. Ele a abraçou e ali suas lágrimas se uniram.Olhando o rostinho angelical da criança cujo fez parte da criação, ele beijou sua testa sem nenhuma ruga de preocupação.
--- Bobby, Morgan.. essa é Josely minha ex mulher... e esse garotão aqui é o Mike, meu filho - Um sorriso de orelha a orelha surgiu no rosto do homem. Os dois colegas se entreolharam confusos.
--- Prazer Josely - Bobby e Morgan disseram em uníssono. - nos conte como vocês chegaram aqui?
Os quatro adultos e o bebê se sentaram em um sofá antigo da casa de dois andares, e a mulher começou a contar toda a sua jornada até aquele momento de reencontro familiar.
--- Eu e meu filho estávamos em casa quando tudo aconteceu. Nosso vizinho Josh - ela olhou para Alexandre que estava apreensivo - foi o primeiro infectado que vimos. Eu corri para o carro no mesmo momento com Mike que chorava em meu colo. Josh nos seguiu até o veículo e ficou batendo as mãos no vidro do motorista e mostrando os dentes como se estivesse com muita fome - ela olhou para o filho e suspirou continuando - Tentei ligar para você Alex... mas as redes já não estavam pegando. Então eu prendi Mike na cadeirinha e acelerei o carro até chegar em uma casa onde passamos várias noites. Mas chegou uma hora onde tivemos que abandonar a residência pois eu soube sobre o Centro de sobreviventes em Boston. Bom - ela passou os olhos verdes por todos os presentes ali - ai chegamos aqui... eu consegui entrar no portão dessa casa... mas haviam muitos monstros nos cercando e alguns ja estavam alem noo portão eu consegui derrubar alguns... e quando ouvi o som do alarme e vários deles foram em direção ao barulho eu consegui correr para dentro daqui.
--- E porque você se escondeu no armário? - perguntou Morgan que foi quem os encontrou.
--- Quando eu vi que havia alguém diminuindo o número de mortos eu fiquei com medo de serem pessoas perigosas... então decidi me esconder com meu filho dentro do móvel.
--- Eu fiquei tão preocupado com vocês! Eu pensei que tivesse perdido vocês para sempre. - Alexandre falou passando a mão na cabeça de seu filho.
--- Também pensei que você estivesse morto Alex.
Os quatro continuaram conversando até a noite cair por inteiro e todos adormecerem.
Ao ouvir um barulho. Quase que o identificando subconscientemente como algo que não é só uma acomodação natural da casa, ou do vento nas calhas, ou da fornalha que eles acenderam por conta do frio. Alexandre se senta na ponta de um dos sofás onde pode se acomodar durante a noite. Cuidadosamente, ele empina a cabeça e ouve um pouco mais o som que o atormentava no momento. Parecia alguém arranhando alguma coisa, ou o leve ruído de um tecido sendo rasgado e de uma porta sendo empurrada. No começo Barnes se sente impelido a ir atrás de Morgan ou Bobby para o ajudar. Poderia ser uma pessoa, pombas ou até coisas piores. Porém pensando bem. Alexandre para e raciocina. Ele seria considerado uma mariquinha medrosa novamente. Mas não dessa vez ele tomaria coragem e enfrentaria o perigo. Respira fundo, procura por sua colt e uma lanterna que encontraram na casa, e acende a mesma. O facho de luz amarelada ilumina o restante da sala. Seus sentidos estavam a mil e muito aguçados. Ele caminha com muito silencio em direção a porta dos fundos. No corredor antes da porta já podia se ouvir a porta se mexendo lentamente. O coração do homem bate forte. " Seu covarde de merda" ele pensou enquanto caminhava tremendo que nem um bobalão, até a porta entre aberta.
Alexandre sai para o quintal dos fundos da casa onde ele avista um pequeno pedaço do portão quebrado. O ar frio bate em seu rosto, e um leve arrepio penetra sua pele. Apontando a Colt carregada para todos os lados ele a destrava. Em um de seus bolsos á uma faca borboleta também.
O barulho havia se cessado, e o silencio agora inundava a noite de inverno. O medo e a duvida o cercavam agora. Deveria voltar para dentro e dormir achando que era apenas uma neurose causada pelo caos que estavam vivendo? Ou seria somente o sentido protetor que surgira agora por seu filho estar perto dele? O homem decidiu esperar e se acalmar. Respirou fundo durante exatos três minutos. Sugou todo o oxigênio que precisava. E então um ruído próximo e uma mão fria o puxou para trás. Alexandre cai no chão com um "morto-vivo" em cima de seu corpo ríspido. Ele segura o peitoral do morto com as mãos e tentou alcançar sua arma que caiu a alguns metros de distância de seu corpo. Foi em vão. Ele não conseguia a alcançar de nenhum modo.
Então fazendo uma pequena manobra ele puxou a faca de seu bolso e com uma enorme dificuldade conseguiu cravar o objeto pontiagudo no crânio levemente apodrecido do cadáver. O mesmo caiu duro ao lado de Alexandre que agora respirava de um modo ofegante e sentia sua crise de tosses querer atacar.
Ele rapidamente se levantou após um minuto de descanso e voltou para dentro da residência, fechando a entrada. Correndo sem fazer barulho ele se dirigiu até a cozinha e colocou uma cadeira rente a maçaneta da ponta dos fundos que estava com um problema em seu travamento. Satisfeito com sua coragem e conquista ele se deitou de volta no sofá e adormeceu tranquilamente.
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A aniquilação da sociedade - O começo do fim - Livro I
General FictionUm grupo de sobreviventes de um mundo apocalíptico tentam se salvar de " mortos-vivos" que trombam em seus caminhos. Porém também terão que tomar cuidado com outros sobreviventes sedentos por sangue.