Cinderela do Natal

490 75 586
                                    

Em um reino muito distante conhecido como Juiz de Fora, nasceu a nossa protagonista, conhecida como Elisa Carvalho Guimarães

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Em um reino muito distante conhecido como Juiz de Fora, nasceu a nossa protagonista, conhecida como Elisa Carvalho Guimarães. A menina –de pele morena, olhos cor de avelã e cabelos no mesmo tom – era filha de pais separados, mas havia recebido o amor em dose completa. Entretanto, as coisas não tardaram a mudar.

Para Elisa, o Natal deixou de ser uma época especial quando sua mãe faleceu devido um câncer poucos dias antes do feriado. Nesse mês, a data de sua morte completou cinco anos.

Na época do falecimento, Elisa ainda era uma vestibulanda ansiosa pelos resultados do vestibular que a permitiriam cursar a faculdade de medicina – um grande sonho de sua mãe. Entretanto, a matriarca não conseguiu ver a conquista da filha, pois veio a óbito um mês antes do resultado daquelas provas.

A partir desse momento, a vida da jovem foi de mal a pior. Por ser menor de idade, o juiz a condenou a viver com o seu pai até completar 18 anos. Quando seu aniversário chegou, descobriu que teria que continuar vivendo naquele inferno, para conseguir bancar a faculdade. Se saísse daquela casa, havia um grande risco do patriarca deixar de a ajudar com seus custos, assim como fez durante sua infância obrigando sua mãe a criar a filha sozinha.

Durante os cinco anos que passou na cidade do Rio de Janeiro, Elisa cursava medicina durante a manhã e tarde, e a noite trabalhava em um restaurante para juntar dinheiro para duas coisas: Um bom advogado e sua viagem dos sonhos para a Europa.

A Europa. Era surreal demais até para pronunciar. Aquele continente era tão antigo que guardava as histórias que os livros eram incapazes de contar. O local palco dos romances mais mágicos que ela lera, cenários das mais belas fotografias e de seus sonhos noturnos.

Elisa tinha certeza que um dia iria rir de todos os obstáculos do seu caminho em um café de Paris. Ou relembrar com carinho dos sorrisos de sua mãe, enquanto saboreava um chocolate suíço em uma chocolateira na... Suíça!

Entretanto, nesse instante, o mais próximo que ela chegaria perto de um chocolate seria do bolo duro que a mesa 3 pedira. Será que um dia Elisa se tornaria a Cinderela, ou viveria para sempre como a gata borralheira garçonete de um boteco carioca?

Em sua mente, ela conseguia fazer leves comparações de sua vida com a da princesa da Disney. As duas possuíam uma madrasta egocêntrica e egoísta, e duas irmãs malévolas. Assim que seu pai e sua mãe se divorciaram, ele casou-se com Cintia, sua ex-secretária. Clichê, não?

Essa mulher não pareceu satisfeita quando Elisa chegou em sua casa após decisão judicial. Parecia gostar menos ainda de saber que o marido precisava pagar 8 mil de mensalidade na faculdade da menina, diminuindo assim seu orçamento para compras em loja de grife. Cintia e as filhas, Daniela e Ana Clara, não gostavam da companhia da indesejada integrante da família e faziam questão de exclui-la de qualquer evento familiar.

O quarto de Elisa na casa era localizado no subsolo do andar, pelo visto o lugar ideal para que nenhum visitante soubesse que havia outro morador na casa. Nunca aparecia nas fotos de aniversários e nunca teve seu próprio comemorado pela família. No natal, recebia somente presentes dos empregados que possuíam qualquer afeto por ela.

Cinderela do Natal |Concluído|Onde histórias criam vida. Descubra agora