Open Love (Romance Gay)

Prólogo

— Nós precisamos fazer isso mesmo? — perguntei pela milésima vez para mamãe enquanto colocava a última caixa de papelão no porta-malas do veículo.

Ela ajeitou uma madeixa dos cabelos castanhos-claros atrás de sua orelha, virou o rosto em minha direção e soltou um suspiro de cansaço.

— Johnny querido... — demorou a continuar. — Você sabe que seu pai tem um emprego complicado que inclui desfazer de algumas coisas.

Fechei a cara em raiva e discordância no mesmo instante.

— De algumas coisas — senti meu rosto ferver. — Isso não se trata de "coisas" e sim da minha família, da minha casa, do lugar onde passei todos esses anos.

Ela tentou protestar, mas continuei mesmo assim:

— Ai chega um cara que se importa mais com o trabalho do que com a própria família e vem para estragar tudo.

Mamãe cerrou os punhos assumido um semblante irritado.

— Já basta! — diz ela. — Eu não quero saber. Ele é seu pai, não qualquer "cara" que você possa encontrar nas ruas.

— Sim, mas...

Ela me interrompe.

— Sem mas — apontou com o dedo na direção do veiculo vermelho ao seu lado. — Agora entre no carro e não diga uma só palavra até atravessarmos a Califórnia.

Revirei os olhos antes de entrar no veículo. Entrei e fechei a porta com força colocando os fones de ouvido.

Após meus pais adentrarem no veículo de pintura avermelhada, papai me lançou um rápido olhar de desprezo. Eu  já tinha consciência do motivo. O motivo por Johnson Miller literalmente me desprezar, é por eu não ser o seu filhinho perfeitinho; aqule que segue os mesmos passos do pai para assumir a sua empresa de administração. Nem ferrando que vou ficar o dia todo naquele escritório vendo pessoas sendo demitidas por derrubarem acidentalmente café em suas mesas. Eu não, nem pensa.

Fui ligeiramente tirado de meus pensamentos, quando meu pai pisou no acelerador do carro, detino ao meu mais novo pesadelo: A nova Cidade.