Um choro acordou Alexandre de seus sonhos confusos, unhas raspando na porta só o lembraram do mundo em que ele estava. E o choro o lembrou que seu amor maior, seu filho estava ali também. Em um pulo o homem levantou se espreguiçando e procurando no ambiente seu filho. Os quatro se encontravam na cozinha comendo algumas bolachas que encontraram na residência e Josely tentava acalmar Mike que chorava um choro indecifrável para o homem.--- Bom dia pessoal. - ele falava enquanto fazia um sinal com as mãos para que o garoto fosse para seu colo. Mike parou quase que instantaneamente de chorar e começou a olhar com seus grandes olhos castanhos esverdeados para o pai que sorria.
Josely olhou para o filho e seu ex-marido vendo tais semelhanças entre os dois, porém os olhos foram as misturas dos pais, verdes como os da mãe, e com pequenos traços de castanho como os do pai.
Bobby se levantou da mesa colocando sua faca Borboleta no bolso e acenou para Morgan e Alexandre apontando para a faca.
--- Precisamos fazer uma limpa ao derredor da casa!
--- E precisamos concertar um pedaço do portão do quintal dos fundos... onde a noite eu escutei um barulho e quando fui ver havia um morto vivo quase aqui dentro! Mas por pouco consegui derrubá-lo.
Os dois colegas do homem se entreolharam surpresos enquanto Barnes engolia um comprimido do anti-biótico com água.
--- Ah! e precisamos pegar algumas coisas no carro! Tem refrigerantes... alimentos... e água potável lá... Mike precisa de alimentos e água limpos! - comentou Alexandre preocupado com a saúde do filho.
--- Certo... peguem suas facas e a Colt!
...
Os vultos se aproximam do outro lado do canteiro central, por trás dos carros abandonados e dos bosques das redondezas. São de todos os tipos e tamanhos , os rostos da cor de argamassa, os olhos brancos e sem vida. Alguns estão apenas feridos, outros destroçados e abertos. Alguns estão tão bem arrumados e vestidos que parecem que acabaram de sair de um culto ou missa da igreja. A maioria tem os dentes incisivos expostos, o lábio erguido e a expressão perdida a procura de sua vítima para saciar suas fomes insaciáveis. Alexandre e os demais colegas estão com as facas nas mãos.
Não era bonito. Não era gracioso ou legal de se ver. Porém era uma sensação boa poder acabar com seus mais novos inimigos.
A karambit de Morgan corta o lobo craniano do gordão monstruoso que se aproximava, ele era gigante e poderia pesar uns cento e dois quilos ou mais. Um jato de fluído cor-de-rosa é mandado pelos ares após o golpe certeiro. O morto cai.
A essa altura outros se aproximaram, um jovem raquítico com muitos rasgos pelo corpo e um líquido preto escorrendo pela boca aberta, um cara bem arrumado porém com o terno sujo e ensanguentado e uma mulher gorda de rosto inchado e expressão parada foram atingidos pelos três que a cada crânio partido... cada carótida rompida e a cada cartilagem, ossos, cavidades nasais e sangue da massa encefálica jorrado se sentiam mais leves e vingados.
Eles correram ate o Celta entraram no veículo e deram partida indo estacionar na frente do alojamento atual. Após pararem o carro desceram e voltaram para a limpa ao redor da casa. A cada golpe dado por um dos três faíscas de sangue rosado e podre manchavam o asfalto rachado.
Durante uma hora o som de PLAFT ... VAPT... e PLOFT foram ouvidos. E durante uma hora o local estava lotado de cadáveres jogados naquela rua. Ele retiraram alguns dos corpos que poderiam atrapalha-los quando fossem embora daquele local, e colocaram-os em uma calçada em frente a uma residência azul de apenas um andar. Respirando fundo eles foram até o fundo de sua casa temporária e amarraram a madeira do portão com vários barbantes que encontram lá dentro.
Adentrando o alojamento eles encontraram na mesa carnes enlatadas... uma para cada sobrevivente e colocaram os refrigerantes em cima da mesma. Mike se sujava todo com a comida e eles achavam engraçado aquela inocência de criança. Naquela noite eles não conseguiam pregar os olhos. Ficaram acordados até altas horas da madrugada e alguns aproveitaram a água do chuveiro para tomar banhos rápidos.
Alexandre fazia Mike dormir em seu colo, e Josely ria relembrando as antigas histórias que teve com o ex-marido.
--- Uma vez eu e o Alex estávamos comendo em um restaurante super chique. Nunca tínhamos ido em um local assim para comer. O garçom chegou e entregou o cardápio e colocou vários garfos e colheres que nem sabíamos qual a diferença de cada um. Fizemos nosso pedido e quando a comida chegou começamos a comer do jeito que comíamos sempre - ela começou a rir enquanto se lembrava da cena para dar bons detalhes para a história.- As pessoas ao nosso redor ficaram nos encarando como se nós fossemos animais selvagens. Na hora da conta nós não tínhamos o dinheiro suficiente e nem cartões de créditos. Traduzindo... ficamos a noite inteira lavando as louças e limpando todas as mesas sozinhos!
--- Nossa eu me lembro disse! Meu Deus esse dia é inesquecível! - Os quatro riam e Josely continuou contando suas histórias e quando eles perceberam só estavam os dois acordados conversando. O silencio pairou no ambiente. Os dois ficaram de cabeças baixas rindo baixo e depois se olharam novamente. Alexandre se aproximou e encostou seus lábios nos lábios quentes dela. As boas memórias voltaram a tona em suas cabeças. Suas mãos passavam pelo corpo bem emoldurado da mulher e os cabelos dela roçavam em seu rosto com a barba para fazer. Aquela noite foi toda dedicada a eles, que a luz do luar e aos sons dos ruídos de novos "mortos-vivos" que surgiram eles exploravam cada parte a muito tempo não vista e não tocada de seus corpos juvenis.
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A aniquilação da sociedade - O começo do fim - Livro I
Narrativa generaleUm grupo de sobreviventes de um mundo apocalíptico tentam se salvar de " mortos-vivos" que trombam em seus caminhos. Porém também terão que tomar cuidado com outros sobreviventes sedentos por sangue.