Telefonema

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Bianca limpava uma janela quando seu telefone tocou.
- Olá Adriana! - Bianca diz com a voz sonolenta.
- Olá Bianca! Desculpa eu ter ligado para você. - Bianca nota que a voz da sua tia estava aflita ao telefone.
- Hum... Não tem problema. Mas me diga o que deseja?
Bianca se senta no sofa colocando o pano que usava para limpar a janela na mesa de centro.
- Está tudo bem com vocês aí?
Nesse momento Bianca estranha. Ela parecia estar muito nervosa.
- Estamos bem. Tirando o fato que tentaram sequestrar Ariane e que Hanyel não consegue falar com seu pai.
O telefone fica mudo.
- Adriana? Adriana está ai ainda?
- E-Estou... Sabem que tentou sequestra-la?
- Não. Mas tem a ver com AOM. Ela disse que eles estavam todos vestidos com a farda da AOM. E eles mencionaram que o chefe queria ela "inteira" sem nenhum arranhão.
- Mas... Ela está bem?
- Está. Ela conseguiu mata-los sozinhas. Apenas um fugiu.
- Fugiu?
- É. Ela deixou na verdade. Para que contasse para o chefe que o plano dele havia fracassado.
- Ela deveria ter o matado!
Bianca se levanta e vai até a geladeira pegando um garrafa de água.
- Talvez. Mas alguém tinha que dar a notícia a ele.
- Quem ele é? Ela não falou?
- Não. Ela também não sabe.
- Mas para quere-la... É muito estranho tudo isso.
- Muito.
Adriana suspira pesadamente.
- E o Hanyel como ele anda? Você mencionou que ele não consegue falar com seu pai.
Bianca coloca a água em um copo e volta a se sentar no sofá.
- Ele foi na consulta hoje cedo. Sim, ele tem tentado várias vezes. Mas até agora não conseguiu.
- Huum... - Adriana parecia refletir no outro lado. - Faz horas que ele foi?
- Faz... Estou estranhando a sua demora.
- Não consigo dormir a duas noites. Meus pensamentos não saem de vocês. Agora você me contou o que houve com Ariane e agora me diz que Hanyel ainda não voltou da consulta. Alguns clientes dessa mesma médica me relataram que ela estava muito estranha...
- Estranha como? - Bianca diz com a voz falha.
- Falaram que ela tentava abusar deles. Tipo massageando suas partes íntimas.
- I-ISSO ... Err...
- É coisa das irmãs. Para ser mais exata da bruxa albina.
Bianca fica em silêncio por um instante.
- Bianca! Você tem que ir atrás de Hanyel!
- Ok. Farei isso.
Bianca se despede de sua tia e pega uma blusa e funciona seu carro.
Chegando no consultório vai até a mesa da secretária.
- Oi... Queria saber se o moço que tinha hora marcada hoje aqui veio?
- Como ele se chama?
Bianca percebe que a secretária parecia que tinha visto um fantasma
- Hanyel...
- Ele já foi...
Bianca percebe que ela tremia.
- Ele já foi? O que houve aqui? - Ela olha para a sala da doutora estava toda destruida.
- N-Não sei moça... Ela estava atendendo ele quando ouvi vozes alteradas vindo dai... E quando abri, vi ele encostado no canto sem reação. Olhando para o nada.
- Para o nada?
- Sim... Ai ele saiu. E a doutora sumiu...
Bianca não espera que ela termine e sai correndo pro carro. Dirigindo rapidamente até avistar Hanyel em uma ponte com a cabeça baixa. Ela desce do carro e vai até ele.
- Hanyel! Hanyel! - Ela grita para o amigo que a olha.
- Bianca! - Ele abraça Bianca com força.
- Está tudo bem? - Bianca pergunta. - Fui lá no consultório e me falaram que você..  Tinha saido correndo de lá.
- Eu a matei.... Eu terminei de mata-la.
- Marianna estava morta?
- A bruxa negra a possuiu e a matou.
Hanyel a abraça e começa a chorar.
- N-Não pode salva-la... Eu deixei ela morrer.
- Calma rapaz... Você não tem culpa do que houve.
Bianca acaricia suas costas com carinho.

Ariane mexia no computador quando Camila entra em sua sala.
- Com lincença delegada.
- Pode entrar. - Ariane diz erguendo seus óculos.
- Desculpa lhe atrapalhar... Mas é que o aspirante Rogers está linha querendo falar com a senhora.
- Obrigado Camila.
Camila assente e sai.
Ariane pega o telefone.
- Delegada... Invadimos a resistência da rua Gerard Frakin.
- Acharam algo suspeito?
Ariane se levanta e se encosta perto do armário.
- S-Sim... Achamos corpos.
- Corpos?
Ariane estava surpresa.
- Corpos. Eles já estavam em decomposição e nus... E também.
Rogers para de repente.
- também o que Aspirante Rogers?
- Tinha um bilhete em cima dos corpos nus.
- Que bilhete? Leia-o para mim.
-"Ora que pena mais uma família de aberrações executada. Sinto muito mais é o melhor a se fazer para podemos ter um mundo melhor."
Ariane engole em seco sabia que aquilo significava que era da AOM. Seu corpo tremia.
- Encontraram algo a mais além desse bilhete?
- Sim. Dola de maconha e uns objetos estranhos no sótão.
- Que objetos?
- Varinhas, livros antigos, uns líquidos em frascos.
"Então eles eram bruxos" Ariane pensa.
- Aspirante comunique o Instituto legal de medicina imediatamente. Esses corpos merecem serem enterrados com um pouco de dignidade. Mesmo que elas tenham cometido qualquer ato imperdoável perante a sociedade.
Ariane desliga o telefone e se senta na mesa abaixando sua cabeça. Eles atacaram novamente. Mataram uma família inteira. Talvez tenham usado drogas durante anos para esquecerem o que passaram no passado. Não era justo julga-los não cabia a ninguém o fazer. Ariane acreditava que eles mereciam um pouco de respeito.

Além da inquisiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora