Capítulo 1

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-	Sabrina! - Aquela voz sussurrava meu nome, quase em um gemido, bem próximo ao meu ouvido, enquanto seu corpo, e que corpo, estava sobre mim

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- Sabrina! - Aquela voz sussurrava meu nome, quase em um gemido, bem próximo ao meu ouvido, enquanto seu corpo, e que corpo, estava sobre mim. Os braços fortes, peito e abdome perfeitamente definido sem excessos, não havia pelos em seu peito, a pele perfeitamente bronzeada tinha uma cor que daria inveja a qualquer viciado em praias. A tatuagem de um índio em seu ombro me chamou atenção. Meu corpo queimava com as investidas, seus lábios, o calor de sua pele que superaquecia a minha. Um apito infernal começou

"PI PI PI ... PI PI PI ... PI PI PI ... PI PI PI ... PI PI PI ... PI PI PI"

Abri os olhos ainda em confusão, sentindo minhas partes mais íntimas se contraírem e minha pele supersensível, olhando as paredes ao redor sem saber ao certo onde estava, e onde estava o pedaço de mal caminho que me deixou assim. Esfreguei os olhos com os dedos, olhando novamente, quando Patrícia entrou.

- Sabrina, já são 7:30, você vai se atrasar.

- Puta merda! - Saltei da cama correndo. As lembranças voltaram a minha cabeça como um flash. Eu fui para Copacabana com minhas amigas no dia 31, e passamos dia 1º de janeiro bebendo até o corpo não aguentar mais. Por ser mais próximo do meu trabalho, resolvemos todas irmos para a casa da Patrícia, minha mais que melhor amiga. Ela morava sozinha e dormir lá não seria problema. - Cadê todo mundo?

- Já foram! Ester pega mais cedo hoje e Fabiana precisava se ir em casa se trocar. Eu também já estou de saída. Olha, o café acabou, mas tem pra fazer, deixa a chave no vaso de plantas e me liga mais tarde. - Falou colocando a cabeça dentro do banheiro enquanto estava tentando fazer xixi. - Você está bem?

- Estou sim, é só a ressaca! - Menti! Na verdade ainda estava tão excitada por causa do sonho, que até fazer um simples xixi estava se tornando uma tarefa impossível. Nunca em toda a minha vida sexual, senti tamanho prazer, nem sozinha, e um sonho me levou a nocaute.

Entrei debaixo do chuveiro, a água fria teria que aplacar ao menos um pouco daquela carência que ficou em mim. Maldito sonho, e logo eu que estou há mais de um ano sem pegar ninguém! Meu Deus, um ano, credo. Esse ano de 2015 foi uma tremenda confusão na minha vida, foram os problemas com o Gustavo, meu gerente insuportável, problemas em casa que me seguem todos os anos, diga-se de passagem, e principalmente, meu problema com Sandro, meu irmão de 19 anos que só está me dando mais e mais dor de cabeça do que todos juntos. Enquanto vestia alguma coisa da Patrícia, e olhava ainda inconformada meu novo corte de cabelo, comecei a replanejar meu ano.

Preciso mudar alguma coisa, mas o que? Meu cabelo, que antes batia na altura da minha cintura, em longos cachos castanhos, agora está na altura da nuca, presente indesejado do meu irmão Sandro, ao menos Ester já trabalhou em salão e conseguiu dar um corte descente a ele. Até que não ficou de todo mal, mas por toda minha vida estive com ele comprido e me ver assim era quase como me ver nua. Porém não era bem esse o tipo de mudança que estava pensando. Bati a porta jogando a chave dentro de uma planta que fica na porta dela, cheia de raminhos e rapidamente a chave desapareceu da minha visão. Desci as escadas as pressas, já estava em cima da hora e precisava correr. A caminhada era de aproximados 20 minutos até o metrô, e ainda pretendia comprar um café pelo caminho, já que não dava mais tempo nem para passar um novo.

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