*Capitulo seis*

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--- Precisamos pegar a estrada novamente! Senão jamais chegaremos em Boston. - Bobby começou a dizer encabulado.

Já faziam três dias desde que eles se alojaram naquela casa. "mortos-vivos" foram mortos constantemente e agora os monstros desapareceram temporariamente. Bobby já estava cansado e estressado daquela rotina sem fim. Ele queria finalmente encontrar novas pessoas. Um local para se alojar mas com bastante movimento humano. Ele queria poder deitar a cabeça em um travesseiro e finalmente pensar "estou a salvo". Na verdade esse é o desejo de todos os seus companheiros de viagem. De malas prontas ele estava decidido a seguir seu caminho independente do que os outros pensassem.

--- Você esta certo Bobby - Alexandre comentou recolhendo suas coisas e olhando para sua família. - Preciso que você espere um minuto aqui enquanto guardamos tudo ok? - ele falou para Josely que concordou com a cabeça pegando seu filho no colo.

Os três homens começaram a recolher tudo e guardar no porta-malas do Corsa prata estacionado na frente da residência de dois andares. Esse vai e vem levando as coisas e abastecendo as garrafas d'água demorou aproximadamente vinte e um minutos e meio.

Todos entraram dentro do veículo onde Bobby deu partida com a chave na ignição. Alexandre olhava para a casa se despedindo enquanto eles se afastavam do local. Mortos vivos andavam lentamente na esperança de alcança-los mas foi inútil pois em apenas alguns segundos o carro já havia desaparecido na esquina da avenida 214K.

Ao entrar na estrada logo ao longe eles avistaram muitos carros abandonados na beira da rua. Um deles pegava fogo. Já outro estava totalmente incinerado e preto pelo fogo que já havia o consumido. Todos olhavam para os carros acabados e alguns que continham mortos tentando se soltar do cinto de segurança que o amarrava. Uma mulher caminhava ao longe com a barriga toda aberta e com as tripas caindo em cada caminho traçado pela mesma.

O cenário era assustador e até desesperançoso para o grupo. Esse podia ser o futuro deles, acabarem mortos e devorados por próprios humanos como eles e após a transformação sairiam por ai se alimentando de outros vivos e assim completando o ciclo. Mas nenhum dali queria isso. Eles queriam continuar vivendo e talvez um dia estarem presentes para ver a cura sendo descoberta. Isso se ainda existirem pessoas para descobri-la. Alexandre queria dar um bom futuro para seu filho. Ele não o trouxe ao mundo para sofrer ou ser engolido por cadáveres com fome insaciável.

Após andarem alguns quilômetros eles avistaram uma "multidão" de mortos. Haviam milhares deles por todos os lados. Uma esquina estava logo ao lado então Bobby girou o volante e rapidamente pisou no acelerador e saiu cantando pneu até uma distância razoável. Eles estavam no centro da cidade de Boston e ela estava um verdadeiro caos. Mortos começaram a querer cercar o veículo e Josely começou a entrar em desespero enquanto abraçava seu filho forte contra o peito.

--- Vamos ter que descer do carro! A noite está caindo e não podemos ficar aqui! vamos entrar naquele prédio ali na frente!

--- O que você esta maluco? Olha o tanto de mortos vindo!

--- Josely nós te damos cobertura. Leve uma faca e Mike com você até o prédio e mate o primeiro indivíduo que surgir na sua frente está bem? Precisamos disso!

A mulher concordou assustada com a cabeça. Rapidamente eles saíram do carro e ceram a mulher formando uma roda onde ela ficou no meio e os demais observavam tudo. Mortos começaram a se aproximar e tentar morde-los. O primeiro foi atingido por Morgan na cabeça, e caiu no chão jorrando um líquido rosa e viscoso. O segundo, um homem vestido com roupas do exército e de altura mediana foi atingido por Bobby. Eles se aproximavam do prédio abandona e de paredes sujas. A noite começava a cair rapidamente. Josely abriu a porta meio emperrada do local e adentrou com muito medo. Alexandre começara a atirar com sua colt em vários mortos antes que eles pudessem cercá-los. Após alguns minutos eles seguiram Josely e fecharam a porta do prédio. Eles caminham pelo local com uma iluminação amarelada e fraca, e encontram uma sala cercada de vidro, bem acima do andar principal do Lugar. Eles encontraram lanternas a pilha e as utilizaram para enxergar melhor o ambiente. Os quatros arrastaram mesas e cadeiras para o lado e esticam cobertas também encontradas sobre o piso de linóleo.

O antigo ocupante da sala devia praticamente morar naquele pequeno ninho de quase vinte metros quadrados, porque haviam aparelhos de som, CD's , um forno de micro-ondas, um pequeno refrigerador, gavetas cheias de comidas e refrigerantes bem gelados. Alexandre passa a noite inteira calado.Fica simplesmente sentado ao lado da janela com vista para a cidade abandonada, as vezes ele tomava um gole de refrigerante. Enquanto Bobby roncava em uma das cobertas e o restante acompanhava dormindo profundamente. Mais tarde Barnes cochilou na cadeira giratória ao lado da janela engordurada com tela de arame.

Na manhã seguinte, eles acordam ao som de rosnados do lado de fora. A luz pálida e pardacenta entra pelas janelas no alto e eles se arrumam rapidamente. Do lado de fora eles derrubam alguns poucos "mortos-vivos" que ainda não desistiram das refeições. No carro eles se arrastam para o oeste, silenciosamente. Seguem por uma rua paralela á rodovia, chamada Sprind. O asfalto sujo serpenteia por reservas florestais vazias, vilas residenciais abandonadas e mercados saqueados. A medida que passam pelas regiões cada vez mais povoadas de mortos, as margens da rua exibem pesadelos que nenhuma pessoa jamais deveria ver. O campo de futebol americano de uma escola de ensino médio repleto de corpos estraçalhados e decapitados.

Mais para o fim da tarde, o tempo fica ensolarado, a temperatura em torno de 20° graus Celsius. O carro avisa o fim da gasolina e eles se veem obrigados a abandonar o veículo. As cinco horas  eles ja estão todos suados e Alexandre reveza para carregar Mike no colo. Exaustos, esgotados e famintos, eles seguem pela rua sinuosa até o alto do morro e, quando chegam lá ao estacionamento de um edifício, eles ficam parados, maravilhados com o horizonte onde é quase radiante ver o pôr do sol.

Um único veículo era visto logo a frente. E como eles estavam cansados por caminharem carregando algumas coisas que pegaram no Corsa, decidiram por ir naquele carro mesmo. Um morto se revira no assento do motorista, preso ao cinto de segurança , do qual não consegue se livrar, com a boca bem aberta e babando diante da refeição em sua frente. Seu rosto está inchado e deformado, da cor do orvalho, e os olhos como se não ouvem vida. Ele rosna seu último som de fome enquanto Morgan acerta a cabeça do indivíduo quase morto. Após isso eles retiram o cadáver e entram no carro que por sorte estava com a chave presa na ignição. E seguem por um caminho perdido na cidade de Boston a procura de algum sinal de "vida" de algum centro de sobreviventes do caos predominante a aproximadamente dois meses.

A aniquilação da sociedade - O começo do fim - Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora