Corra Milenna

1 capítulo

-Correr... Era tudo o que eu estava pensando naquele momento, meus pés doíam, o cansaço era evidente, estava esgotada, mas isso não me impediam de correr, não sabia o motivo mas sentia que minha vida dependia disso.                                             
Parei perto de uma árvore para descansar, estava esgotada, suando e meu coração estava acelerado, tentei acalmar minha respiração e fazer o mais completo silêncio, agucei minha audição para tentar não ser pega, ouvia grilos e coruja, tentando identificar se havia alguém perto.
Ouvi um "Crac", de um galho se partindo, prendi minha respiração, estava cada vez mais perto meu coração acelerou e comecei a entrar em pânico, eu ia morrer era isso, meu fim sozinha numa floresta, quem que fosse a pessoa estava perto até que...

-Trimm, Trimm, levantei assustada suando e morrendo de fome, que droga de sonho era esse.-Franzi a testa e olhei em baixo da cama e peguei meu celular, era Elisa, bocejei e atendi!

-Alô! -Atendi bocejando.

-Que merda você está fazendo, já olhou a hora está atrasada! - Gritou.

-Elisa, calma nem são seis horas ainda! - Rolei os olhos.

-Claro que não HÁ HÁ HÁ.-Riu irônica.- São dez e quarenta, merda eu não vou te cobrir de novo, tô te avisando, Elena vai te matar e não vou ficar perto para sobrar para mim, a cobra está uma fera eu que não fico no caminho dela hoje.

Arregalei os olhos, 10:40 droga como dormi tanto, olhei meu celular e conferir as horas 10:45, estava ferrada ela ia me matar.
Levantei correndo pelo quarto deixando Elisa falando sozinha, indo em direção ao banheiro tomei o banho mas rápido da história e fui pegando minhas coisas pelo caminho, jogando na minha bolsa, era hoje que ela me demitia estava sentindo "Eu" Milenna aos aos 24 anos desempregada, quase parei para chorar mas não tinha tempo para isso meu objetivo era chegar do outro lado da cidade em 15 minutos, o que só aconteceria a base de um milagre.
É eu estava muito ferrada.

Consegui sair de casa 2 minutos depois de trocar de roupa e trancar a casa, o que não me ajudou já que minha porta resolveu  não largar a chave, quase deixei  ela por lá mesmo e fui embora, mas parece que alguém ainda torcia por mim acreditava que eu conseguiria chegar a tempo, o que me fez dar um puxão e tirar a chave.
Em quanto descia a escada correndo, porque a droga do elevador quebrou, joguei a chave na bolsa, peguei meu celular e disquei o número de Elisa, chamou por um tempo até ela atender.

-Por favor, Lisa enrola ela só um pouquinho.- Falei quando ela atendeu.

- Nem vem com esse papo pra cima de mim milenna.- Podia jurar que elas rolou os olhos, praguejei baixinho, quando quase cai da escada.

-Te dou aquele vestido que você amou da loja no final da rua.- Falei quase caindo de novo na última escada.

-Feito! Mas você sabe que não vou conseguir segurar ela por muito tempo né.- Já era o suficiente pra quem nem tinha conseguido ajuda antes.
Corri até a garagem do meu prédio, e entrei no meu bebê, "Que era meu corsa vermelho", joguei minha bolsa no banco do passageiro e dei partida, saindo tão rápido que quase atropelei o carteiro que veio sei lá de onde, "tadinho", corri pelas ruas de Nova York como se minha vida depende-se disso, o que era verdade já que meu emprego era tudo para mim.

Meu nome é Milenna, tenho 24 anos, Pediatra "Quase desempregada" no hospital São Marcelo, tenho um cachorro chamado Bady e uma melhor amiga, "Quase sempre compravel", mas que eu amava muito, que era minha única família desde os meus 15 anos, quando minha mãe Sofia sofreu um acidente de carro em quanto ia a uma conferência em outra cidade.
Sofri durante anos, somente Elisa conseguiu me tirar do fundo do poço.- Sai do meu desvaneio com buzinas altas atrás de mim.

Cheguei no hospital, estacionei na velocidade da luz e corri pra dentro, passei pela recepção jogando um beijo para Drica e fui o mais rápido possível para minha sala, torcendo mentalmente em não ser pega pela Elena diretora do hospital, mas conhecendo Elisa como eu conhecia ela só deixaria,  Elena chegar em minha sala por cima do seu cadáver.

Sentei em minha cadeira, respirei fundo e coloquei meu jaleco e fui logo atender minha primeira paciente do dia, seu nome era Alice tinha 3 anos e estava com uma pequena virose, o que não demorou muito tempo para diagnosticar.
Passei o dia assim atendendo e rindo de Elisa que passou em minha sala, e me contou que quase não conseguiu impedir Elena de chegar em minha sala, procurando saber porque, eu não tinha começado a atender meus pacientes.
Sorte que Elisa falou que estava passando mal, e achava  que ia desmaiar, o que levou até os médicos aparecerem para tentar ajudar.

Rir novamente me lembrando, de seu drama, conferindo as horas e me dando conta que era o fim do meu expediente, levantei pegando minhas coisas e fui me encontrar com Elisa, para irmos para casa já que ela iria de carona comigo. A encontrei no final do corredor impaciente com minha demora, como se tivesse algo de mais importante para fazer.

-Vai ganhar rugas de tanto que se estressa, sabia?.- Rolei os olhos

-Sua vaca você não me merece, e não merece esses seu olhos claros e cabelos sedosos, sabia?.- Falou fazendo bico, como se ter cabelos castanhos e olhos claros fosse, a coisa mais incrível do mundo.

-Claro por que, cabelos loiros são horríveis né?.- Ironiziei, sorrindo de lado, me divertindo com seu drama.

- Vamos logo Milenna, você me causou um enorme problema hoje, até o gato do Leandro do CTI, veio me socorrer achando que eu estava morrendo.- Lamentou fazendo bico.

- Não tive culpa, tá legal perdi a hora. - Sorri, eu que não iria falar que a culpa era dos pesadelos, que não me deixaram dormi a noite toda.

-Tá, Tá vamos logo, que quero minha cama, amanhã faço serão, e quero descansar.- Disse em quanto ia em direção ao carro.

Fomos conversando e cantando até sua casa, quando a deixei na porta ela voltou e me perguntou:

- Esta tudo bem Milenna? Parece cansada.- Olho me analisando.

-Estou só um pouco cansanda, dormi tarde ontem.- falei mentindo, e torcendo mentalmente para que acreditasse.

-Então tá, qualquer coisa me liga tá bom.- Disse me mandando um beijo e indo para casa. Só assim pude respirar de novo.

Segui para o meu apartamento, e entrei indo direto para cozinha, dar água e comida para Bady e fui pro banho.
Amanhã seria minha folga e eu faria uma pequena faxina no apartamento, por que estava precisando, mas no momento eu só queria uma pizza e um bom filme água com açúcar, e foi o que eu fiz.

Liguei para pizzaria, coloquei o filme é esperei minha maravilhosa comida chegar, o que não demorou muito, logo estava eu e a pizza no sofá, terminando o filme.

Quando acabou, já se passava de uma da manhã e eu estava exausta, quando me deitei foi só fechar os olhos, que a escuridão me tomou, o que eu não esperava. Era que a ultima coisa que eu teria era um sono tranquilo.