Capítulo 15

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Eu nunca vi tanto parente na minha vida, me sinto sufocada com a quantidade de gente presente. Sou apresentada a uma boa quantidade de pessoas que eu não me lembro de ter visto antes e essas são justamente as que não compareceram ao casamento, o resto já conheci.

Todos são muito simpáticos, no início fico um pouco embaraçada, mas depois eu volto ao normal. Bem, eu poderia ter dito que todos eram legais depois, é claro que tudo tem uma exceção. E sem dúvidas, a garota com as madeixas claras na minha frente é prova disso.

A cara dela já me diz muito, exatamente o tipo de garota insuportável. Toda mimada, e eu tenho certeza de não estar julgando errado. É perceptível pela maneira que ela me olhou de cima a baixo.

— Tia Lucy? Essa é a Emma, minha esposa. — Aaron diz, com o entusiasmo evidente.

Dou meu melhor sorriso.

— É um prazer conhecê-la finalmente. Ouvi falar muito de você, e não posso negar que estavam certo. Você tem uma beleza excepcional. — Sorri.

— O prazer é todo meu. — Coro.

— Foi uma ótima escolha, meu querido.

— Tenho que admitir que sim. — Admite e me olha sorrindo.

Coitada, mal sabe que não foi ele que me escolheu.

— Essa é a Judith, minha prima. — Diz. — Não de sangue, ela foi adotada quando era mais nova. — Sussurra essa última parte para que só eu possa ouvir.

Ela não se mostra educada como a mãe, pelo contrário. Só me olha como um predador prestes a dar o bote.

Lanço meu olhar intimidador.

— Algum problema? — Inquiro, tentando não ser grossa. Mas posso notar o veneno, literalmente, na minha voz.

— Nenhum. —Retruca, com deboche. — Você poderia ter feito uma escolha melhor.

Rio incrédula.

— Ahn, que outra escolha? Alguma sugestão? — Sorrio irônica.

— Eu seria uma escolha ótima.

— Para Judy, já chega com isso. — A mãe da cretina intervém.

— Essa seria sua opinião Judy, não a minha. — Aaron retruca.

Sorrio vitoriosa e me afasto.

— Onde vai? —Ele pergunta.

— Vou sentar ali. Posso? — Pergunto.

— Ok. Qualquer coisa que precisar vou estar com meu pai.

Assinto.

Sento-me em um sofá e espero que o almoço seja servido. Louise me vê de longe e se aproxima, ficamos ali conversando.

— Quem ela pensa que é? — Rosno.

— Quem? Judith? É eu sei, ela é uma oferecida de merda. Uma verdadeira vaca.

— Vaca é elogio minha filha. Não ofenda as vacas desse jeito.

— Ela é nossa prima, foi adotada quando tinha 2 anos. E para ser sincera, ela sempre foi apaixonada pelo Aaron, até se envolveram uma vez. Mas depois ele simplesmente chutou ela. — Dá de ombros.

— Já sei que vamos ter problemas, nem faço questão de qualquer forma.

Ri.

— Agora para com essa conversa e vamos dar uma olhada na comida. — Me olha sapeca.

Fomos até a cozinha, e por Deus, eu nunca vi tanta comida para um almoço normal, e eu não estou exagerando. Mas isso não vai dar muito certo, já que a única coisa que vejo é a senhora cozinheira da casa brigando com Louise por ela ter provado alguma coisa que não deveria.

E eu não queria ter uma crise de risos justo agora.

— Mas que coisa, será que uma mulher dessa idade não tem educação? Por que não espera o almoço como todo mundo? — Gritou.

— Desculpa Laura, eu realmente queria provar, e eu já estou com fome. — Louise brinca.

— Desculpa, desculpa mesmo. — Limito-me a dizer.

— Se comporte Louise, parece criança. — Ela prende um riso.

— Pode deixar querida. — Louise responde.

Logo após o ocorrido na cozinha, eu e Louise sentamos no chão do corredor.

— Uma piscina agora seria uma boa, mas está frio. — Digo.

— E o que tem? Não precisa estar quente pra usar a piscina. Vamos aproveitar que o inverno não chegou ainda. — Dá de ombros.

— Antes do almoço? Não mesmo, não tenho forças. — Reviro os olhos.

Ela ri.

— Cala a boca e vamos logo, antes que eu desista, eu te empresto algum biquini.

Assinto. Subimos até o outro andar e entramos no seu quarto.

— Tem alguns aqui. Deve ter algum que te sirva. — Procura rapidamente e me entrega um azul todo liso no estilo cortininha — Caralho, pega esse. Vai servir em você.

Me joga a peça.

Agarro o biquíni e vou me trocar. Serviu muito bem, só tirando o fato de eu não gostar muito desse tipo de biquini, me sinto exposta demais.

Ouço um assovio.

— Emma, larga o Aaron e fica comigo.

Dou um leve empurrão nela.

— Ficou melhor em você que tem mais curvas.

Coro e agradeço.

Coloco novamente minha roupa e espero a garota se trocar também.

— Pronto. Vamos dar o fora daqui logo.

Fomos para a piscina, saindo pela porta dos fundos para que ninguém nos visse. Louise de imediato se joga na piscina, espalhando pequenas gotas de água por todo lado, e eu percebo que a água está fria. Mentalmente pontuo as vantagens e as desvantagens de entrar na água nesse frio.

— Qual é Emma? Me diz a graça de ter uma piscina e não entrar nela? — Acaba por dizer.

— A graça é fazer pose e ficar quieta sentada na borda. — Digo com um sorriso maroto curvado nos lábios.

— Entra logo.

Reviro os olhos.

— Não vou Louise. E fica quietinha aí.

Me deito em uma espreguiçadeira e relaxo. Ficamos em silêncio e só ouço o barulho de água.

— Olha só quem está por aqui...

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