Eu nunca vi tanto parente na minha vida, me sinto sufocada com a quantidade de gente presente. Sou apresentada a uma boa quantidade de pessoas que eu não me lembro de ter visto antes e essas são justamente as que não compareceram ao casamento, o resto já conheci.
Todos são muito simpáticos, no início fico um pouco embaraçada, mas depois eu volto ao normal. Bem, eu poderia ter dito que todos eram legais depois, é claro que tudo tem uma exceção. E sem dúvidas, a garota com as madeixas claras na minha frente é prova disso.
A cara dela já me diz muito, exatamente o tipo de garota insuportável. Toda mimada, e eu tenho certeza de não estar julgando errado. É perceptível pela maneira que ela me olhou de cima a baixo.
— Tia Lucy? Essa é a Emma, minha esposa. — Aaron diz, com o entusiasmo evidente.
Dou meu melhor sorriso.
— É um prazer conhecê-la finalmente. Ouvi falar muito de você, e não posso negar que estavam certo. Você tem uma beleza excepcional. — Sorri.
— O prazer é todo meu. — Coro.
— Foi uma ótima escolha, meu querido.
— Tenho que admitir que sim. — Admite e me olha sorrindo.
Coitada, mal sabe que não foi ele que me escolheu.
— Essa é a Judith, minha prima. — Diz. — Não de sangue, ela foi adotada quando era mais nova. — Sussurra essa última parte para que só eu possa ouvir.
Ela não se mostra educada como a mãe, pelo contrário. Só me olha como um predador prestes a dar o bote.
Lanço meu olhar intimidador.
— Algum problema? — Inquiro, tentando não ser grossa. Mas posso notar o veneno, literalmente, na minha voz.
— Nenhum. —Retruca, com deboche. — Você poderia ter feito uma escolha melhor.
Rio incrédula.
— Ahn, que outra escolha? Alguma sugestão? — Sorrio irônica.
— Eu seria uma escolha ótima.
— Para Judy, já chega com isso. — A mãe da cretina intervém.
— Essa seria sua opinião Judy, não a minha. — Aaron retruca.
Sorrio vitoriosa e me afasto.
— Onde vai? —Ele pergunta.
— Vou sentar ali. Posso? — Pergunto.
— Ok. Qualquer coisa que precisar vou estar com meu pai.
Assinto.
Sento-me em um sofá e espero que o almoço seja servido. Louise me vê de longe e se aproxima, ficamos ali conversando.
— Quem ela pensa que é? — Rosno.
— Quem? Judith? É eu sei, ela é uma oferecida de merda. Uma verdadeira vaca.
— Vaca é elogio minha filha. Não ofenda as vacas desse jeito.
— Ela é nossa prima, foi adotada quando tinha 2 anos. E para ser sincera, ela sempre foi apaixonada pelo Aaron, até se envolveram uma vez. Mas depois ele simplesmente chutou ela. — Dá de ombros.
— Já sei que vamos ter problemas, nem faço questão de qualquer forma.
Ri.
— Agora para com essa conversa e vamos dar uma olhada na comida. — Me olha sapeca.
Fomos até a cozinha, e por Deus, eu nunca vi tanta comida para um almoço normal, e eu não estou exagerando. Mas isso não vai dar muito certo, já que a única coisa que vejo é a senhora cozinheira da casa brigando com Louise por ela ter provado alguma coisa que não deveria.
E eu não queria ter uma crise de risos justo agora.
— Mas que coisa, será que uma mulher dessa idade não tem educação? Por que não espera o almoço como todo mundo? — Gritou.
— Desculpa Laura, eu realmente queria provar, e eu já estou com fome. — Louise brinca.
— Desculpa, desculpa mesmo. — Limito-me a dizer.
— Se comporte Louise, parece criança. — Ela prende um riso.
— Pode deixar querida. — Louise responde.
Logo após o ocorrido na cozinha, eu e Louise sentamos no chão do corredor.
— Uma piscina agora seria uma boa, mas está frio. — Digo.
— E o que tem? Não precisa estar quente pra usar a piscina. Vamos aproveitar que o inverno não chegou ainda. — Dá de ombros.
— Antes do almoço? Não mesmo, não tenho forças. — Reviro os olhos.
Ela ri.
— Cala a boca e vamos logo, antes que eu desista, eu te empresto algum biquini.
Assinto. Subimos até o outro andar e entramos no seu quarto.
— Tem alguns aqui. Deve ter algum que te sirva. — Procura rapidamente e me entrega um azul todo liso no estilo cortininha — Caralho, pega esse. Vai servir em você.
Me joga a peça.
Agarro o biquíni e vou me trocar. Serviu muito bem, só tirando o fato de eu não gostar muito desse tipo de biquini, me sinto exposta demais.
Ouço um assovio.
— Emma, larga o Aaron e fica comigo.
Dou um leve empurrão nela.
— Ficou melhor em você que tem mais curvas.
Coro e agradeço.
Coloco novamente minha roupa e espero a garota se trocar também.
— Pronto. Vamos dar o fora daqui logo.
Fomos para a piscina, saindo pela porta dos fundos para que ninguém nos visse. Louise de imediato se joga na piscina, espalhando pequenas gotas de água por todo lado, e eu percebo que a água está fria. Mentalmente pontuo as vantagens e as desvantagens de entrar na água nesse frio.
— Qual é Emma? Me diz a graça de ter uma piscina e não entrar nela? — Acaba por dizer.
— A graça é fazer pose e ficar quieta sentada na borda. — Digo com um sorriso maroto curvado nos lábios.
— Entra logo.
Reviro os olhos.
— Não vou Louise. E fica quietinha aí.
Me deito em uma espreguiçadeira e relaxo. Ficamos em silêncio e só ouço o barulho de água.
— Olha só quem está por aqui...
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Unidos Por Contrato
RomantizmSabe quando sua vida muda de uma hora para outra e não há absolutamente nada que se possa fazer? Acontece que nossa vida é feita de altos e baixos, e a pior parte é que somos obrigados a lidar com isso. Duas pessoas extremamente distintas e apenas...