=Capítulo 20=

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HELENA CARTER

A coisa está mais chata do que nunca. Aulas insuportáveis, aqueles dois sonsos estupidos e o pior de tudo é ter que dividir o MEU quarto com a pirralha da Anna. Ela enche o saco o tempo inteiro.

— Anna, apaga essa luz eu quero dormi!— disse escondendo o rosto no travesseiro.

— Já estou acabando meu desenho!

— Se eu levantar te jogo pra fora do quarto com essa merda de desenho e essas Barbies ridículas que você colocou na minha estante.ela reclama e apaga a bênção da luz.

Segunda-feira ninguém merece. Levantei e tomei um banho rápido. Coloquei um calça preta de couro, um moletom branco e um coturno preto, passei uma make básica, peguei minha mochila e desci.

— Bom dia, povo!— disse e pego uns biscoitos e um copo de suco.

— Senta para comer, Lena!— diz minha mãe.

— Não dá, estou com pressa!

— Mas ainda está cedo.— fala minha tia.

— Eu sei, mas quero ir antes porque vou de skate e quero pegar um livro na biblioteca, Isaac que me indicou.

— Hum, então está bem!

— Tchau!— disse e eles respondem e eu me mandei.

Eu amava esse clima fresco, o vento gelado e amava ainda mais andar de skate. Fazia um zigue-zague na rua vazia e larga do meu bairro, meu cabelo vermelho voava com o vento e mesmo que depois fique uma completa juba embaraçada eu gostava da sensação. Eu  gostava de senti vento gelado bater nos poros do meus rosto e fazer meu nariz ficar em um gelado gostoso. Prestei atenção nas batidas da música enquanto via os galhos das árvores balançarem. Na metade do caminho tive que parar, minhas pernas doeram, já não tinha mais a mesma coordenação motora e nem o equilíbrio.

Cheguei na escola e pego meu skate, guardo o mesmo no armário e vou a biblioteca, acho que durante todos os anos que estudarei aqui nunca vim na biblioteca, mas pra tudo tem sua primeira vez, mesmo que seja no último ano do colegial. Passei a mão nas estantes olhando com atenção os títulos dos livros, procurava algo específico que Isaac me indicara na noite anterior enquanto conversávamos pelo telefone. Quando o achei peguei e o folheei e senti o cheio bom de livro, fui até a bibliotecária que se assustou ao me ver ali, acho que ela nunca imaginaria me vendo ali durante anos trabalhando nessa escola, sorri com a surpresa da moça e a entreguei o livro para ela anotar em sua agenda.

— Que surpresa, Helena, não esperava ver você aqui!

— É, nem eu!— disse e sorri amarelo.

— É um livro bom, já li duas vezes. Alguma professora pediu para algum trabalho?— ela pergunta e observando a capa do livro.

— Não, um amigo recomentou!

— Ah, amigo!— rimos.— Boa leitura!— diz e me entrega o livro de volta.

— Tchau, obrigada!— Peguei o livro e sai da biblioteca, entrei na sala ainda vazia e me sentei no meu canto, folheei o livro e comecei a ler, nem vi a hora passar, nem o sinal tocar.

— PARA TUDO!— grita Henrique entrando na sala fazendo escândalo.— Helena Carter, além de chegar cedo está lendo, e é um livro da biblioteca ?— diz e pega meu livro olhando a capa dele.

— Ela deve estar passando mal, ou é um sintoma do remédio?—fala Alice.

— Com certeza é um sintoma do remédio, a professora de literatura já passou um trabalho sobre ele e Helena pagou a Gael para fazer o trabalho por ela.— diz Noah.

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