Capítulo 2

82 10 92
                                    

Na manhã seguinte saímos cedo para buscar Red em sua cela e levá-lo até o local do crime para ver se poderia nos dizer algo sobre o misterioso assassinato no hotel. Durante todo o caminho Michael pareceu perplexo e não deu uma palavra.

Ao chegarmos à penitenciária caminhamos pelo mesmo corredor até a cela de Joseph, quando chegamos ao local, a cela estava aberta, com um guarda na porta o cumprimentamos e adentramos a gaiola que prendia nosso “precioso animal”. E lá estava ele já sem o habitual uniforme de detento, mas com um terno preto que até valorizava seu estilo, sapatos lustrosos e uma gravata vermelha que ele próprio exigiu aos policiais com rigor na escolha, porém algemado.

— Bom dia Joseph — disse eu com um tom de cumprimento e ironia.

— Como já lhe disse senhorita Rachel apenas Red. Como vai Mike? Pronto para o primeiro dia com seu novo parceiro?

Red sabia que Michael não aprovava nem um pouco sua presença, sabia que Mike acreditava que a qualquer momento nosso prisioneiro faria alguma besteira que colocaria toda a investigação a perder e ainda fugiria para retomar sua vida criminosa banhada a sangue, e fazia questão de provocar, aparentemente Joseph Bennington não estava nem aí para os resultados da investigação. Mike permaneceu em silêncio.

— Ora Mike não seja mal educado. Iremos trabalhar juntos, temos que ser amigos agora!

Michael agiu como uma fera que se libertou de sua jaula. Voou em direção a Joseph o prensando contra a parede em meios aos meus gritos e os pedidos de controle do outro policial. Michael não sabia mais sequer o que estava fazendo. Apenas estava desferindo seu ódio contra o crime e tentando fazer justiça com as próprias mãos.

— Eu mal posso esperar pra poder enfiar uma bala nessa sua bunda imunda Red! — Disse Michael em meio a cusparadas na face do novo e psicótico integrante da equipe — eu vou enfiar o cano da minha nove milímetros bem no meio do seu rabo e vou descarregar ela em você, ouviu? Eu vou descarregar o cartucho na sua bunda! Seu assassino imundo, nojento de merda!

Michael era o retrato do ódio. Ele não suportava a ideia de estar com aquele homem ali. Ele não suportava a ideia de ter que sair daquela penitenciária e entrar no mesmo carro que Joseph Bennington, o Red, o assassino sádico e louco. Ele acreditava que ao mínimo deslize Red fugiria, ou pior, mataria a todos nós.

Michael largou Joseph por vontade própria depois de muitos gritos e ordens. Era incrível como Bennington não expressava a mínima emoção em relação ao acontecido manteve-se calmo e sereno como se ele e Michael houvessem tido apenas uma conversa de amigos.

Red era o tipo intrigante, parecia um ser inabalável, onipotente, acima de nós meros policiais pagadores de impostos. Após o ocorrido as únicas palavras ditas por Red na cela antes de sairmos foram:

— Você é mais parecido comigo do que pensa Michael! — Mantendo um tom sereno que beirava a afronta contra o agente que tentava manter o controle da raiva e do senso de injustiça.

    Ao sairmos da penitenciária nos dirigimos até a viatura que utilizaríamos para ir até o local do crime novamente, depois iríamos ao necrotério para mostrar a Joseph o estado do corpo. Quando chegamos ao carro me dirigi à porta do lado do motorista. Michael tentou dirigir-se até a porta do passageiro da frente, mas quando ergueu sua mão em direção a maçaneta foi surpreendido pela mão de Joseph que abriu a porta mais rápido que o agente, tomou assento e disse de maneira cínica:

    — Hoje você sentará na cadeirinha para crianças Mike!

Michael bufou, tomou assento no banco de trás e seguimos em direção ao hotel onde o corpo fora encontrado.

REDOnde histórias criam vida. Descubra agora