Diário de Um Bruxo - Dylan - Volume II

City of Angels - Capitulo VII

Tudo aconteceu bem rápido, o Mickie desapareceu da frente deles em meio a uma nuvem negra, o que isso queria dizer era, as trevas iriam se aproveitar desse momento de fraqueza e se apoderar dele.

Ninguém conseguia se aproximar do Gabriel, apenas o pai dele que era o professor, colocou o filho nos braços e o levou para o salão principal. Ninguém se aproximou, pois sabia que esse era o momento deles dois, o pai precisava se despedir do filho, por mais que fosse doloroso, não era a hora de fazer nada, pois nada iria ajudar.

— Eu não acredito nisso! – falou a Cris sentando no chão e começando a chorar.

— Ele só estava tentando me ajudar. – falou o Dylan com os olhos assustados.

Geovane sentou no chão, com as mãos na cabeça.

— Eles dois eram meus melhores amigos. – falou e Cris – A Thamy foi embora, o Matheus e agora... Não, eu me recuso a deixar ele ir, o Gabriel não pode morrer.

A Cris se levantou e ia andar até onde o corpo do Gabriel estava. Mas o Dylan pegou no braço dela.

— Eles precisam disso, não há nada do que você possa fazer. – falou o Dylan.

Ela voltou a sentar no chão e chorando novamente.

— O que vamos fazer? – perguntou o Geovane.

— Eu não vou deixar que a morte do Gabriel tenha sido em vão. Vou me vingar, vou ir atrás do meu pai e o colocar no devido lugar.

— Ahhhhhhh, mas não vai não, porque ele vai é morrer. – falou a Cris.

— Não posso desejar a morte do meu pai, afinal, ele pode ser um mostro, mas é meu pai. – falou o Dylan.

— Pessoal, temos um problema maior do que seu pai nesse momento. – falou o Geovane.

— E qual seria? – perguntou o Dylan.

— O Mickie.

Todos sabiam que Mickie saiu do local sendo consumido pelas trevas, e eles não sabiam para onde ele poderia ter ido, ou o que poderia ter ido fazer, já que não se despediu, apenas desapareceu.

— Eu poderia ir atrás dele, com técnicas de rastreamento, mas estou acabada, não consigo usar magia devastada desse jeito. – falou a Cris.

— Ele precisa digerir isso tudo, não é fácil para ele. – falou o Geovane.

— Não e fácil para ninguém. – falou o Dylan olhando o pai do Gabriel ao longe.

Foi então que o pai de Gabriel se aproximou deles.

­— Eu sei que vocês eram muito amigos dele, então deixarei que cuidem de tudo por mim, eu não consigo fazer isso com meu filho. Quero que ele tenha um funeral conjurador, e não um normal. Creio que vocês sabem o que fazer. – falou ele – Posso contar com vocês?

— Claro que sim, será uma honra. – falou a Cris se levantando enxugando as lagrimas.

Tudo tinha ocorrido como eles tinham planejado, não tiveram tempo de ir procurar o Mickie já que estavam preparando tudo para o funeral conjurador, que se trataria de uma elevação do espirito do Gabriel para um lugar melhor e com isso o corpo dele não precisaria ser enterrado.

Estava tudo preparado, todo o pessoal do colégio apareceu para a despedida, para a cerimônia. O pequeno corpo do Gabriel estava sobre uma pedra, limpo e purificado para o ritual.

O Diretor Antony se aproximou do local e foi até o corpo do garoto. Fez uns pequenos gestos indicando que iria começar a cerimônia.

— Nunca é bom fazer isso, nunca é bom mesmo. Se despedir de uma vida jovem, de alguém que deveria estar aqui, sorrindo, vivendo com plenitude. Gabriel foi um dos melhores garotos, aluno, filho, amigo e namorado. Sempre com os eu jeito meigo de ajudar a todos. Viemos aqui nos despedir dele, purificar seu espírito e dar-lhe a libertação que necessita. É com muito pesar, que inicio o ritual. – falou o Diretor.

— Só um instante diretor. – falou o Mickie aparecendo no meio da multidão. – Antes que você faça isso, preciso me despedir dele.

O Diretor deu caminho para ele ir até o corpo do Gabriel. Mickie ficou olhando por alguns segundos. O Mickie estava diferente, um pouco mais sombrio, os olhos profundamente tristes.

— Ele não foi apenas um dos melhores, ele foi o melhor, foi o garoto que me salvou de mim mesmo. Foi a melhor coisa que me aconteceu, vim parar nesse Instituto, poder ser amado por alguém como ele. Mas sinto que irei decepciona-lo. Ele era, era minha ancora, era o que fazia com que eu lutasse contra essas trevas dentro de mim, e cada minuto que passo longe dele, sinto elas tomarem meu corpo cada vez mais. O amor dele me preenchia, me fazia feliz, e me trazia para o lado do bem. Eu não tenho como te trazer de volta. – falou o Mickie começando a chorar – Eu só queria uma forma de te trazer de volta. Queria ter você do meu lado, nos meus braços, preciso dos eu apoio, preciso do seu carinho. Eu necessito de você, necessito do seu abraço, do seu beijo, preciso das nossas noites. Eu preciso sentir você ainda vivo ao meu lado, pois sem você eu não vou sobreviver, serei consumido por esse ódio que cresce cada vez mais dentro de mim. E é dessa forma que eu irei te decepcionar. Mas saiba de uma coisa. Onde quer que eu esteja, com quem eu esteja ou o que eu estiver fazendo, eu irie com toda força, verdadeiramente, completamente amar você.

Ele terminou e se afastou para perto da Cris. Eles se olharam e se abraçaram, pois, a Cris foi o começo de tudo, ajudou eles em todos os momentos desde que o Mickie chegou naquele Instituto.

No fundo do local onde todos estavam, apareceram algumas pessoas que pareciam terem saído de algum buraco de minhoca e foram se aproximando. Eram um total de 6 pessoas e 3 crianças. O Mickie pode reconhecer eles, porem estavam um pouco mais crescidos. Era o Pietro, Yuri, Gabriel, Henry, Joey, Ariel, Scarlett, Yan e David. Eles eram pessoas conhecidas dos garotos, e dois deles eram primos do Gabriel (Pietro e Yuri).

Eles pararam do lado do pai do Gabriel e ficaram ali. O diretor voltou ao local e começou a cerimônia. Com algum tipo de feitiço, o corpo de Gabriel começou a flutuar, e de repente uma luz forte se emanou do corpo dele, e assim aconteceu, o corpo dele começou a se transforma em uma das coisas que o Gabriel mais amava, Rosas Brancas. Elas começam a girar e logo iria começar a desaparecer, quando de repente algo aconteceu.

Um outro Mickie apareceu no meio da cerimônia, mas esse era um Mickie diferente.