Eu teria vomitado, minha psique dilacerada não aguenta um tranco desses, mas percebi que nem tinha mais nada no estômago. Tentei não chorar. Ele não merecia minhas lágrimas. Só que o amor é um veneno muito difícil de expelir. As lágrimas ajudavam a limpar a dor. Uma dor imensa.
Andei pela casa, chorei, deitei na cama, chorei, tomei banho, chorei, organizei os armários da cozinha, chorei. Coloquei todos os objetos pessoais de Kadu que ele andou espalhando por todos os cantos da casa numa caixa: cuecas, contas, camisetas, escova de dentes. Chorei mais ainda. Até que o sol nasceu. E eu pensei comigo que era só mais um dia ruim. Mais um dia como tantos outros já vividos.
Arrumei minha bolsa, coloquei meus óculos de praia, meu biquíni, minha peruca loira e saí. Eu ia afogar minhas mágoas no mar. Rodeada de um monte de gatinhos.
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Por Onde Andei
Novela JuvenilNo quarto volume da série Nando, pela primeira vez, temos a visão simultânea dos dois protagonistas: Bruna e Carlos Eduardo. Ela, atriz desde menina, não está acostumada a confiar nas pessoas. Resolve os seus problemas a sua maneira, nem sempre acer...