Christmas | Fillie

You are my gift

O relógio da casa mostrava que faltavam trinta e cinco minutos para a meia-noite.

A neve caía do lado de fora, e o frio estava bem rigoroso, mas isso não era possível sentir no momento, porque ali dentro estava tudo bem quentinho e aconchegante. As famílias conversavam entre si depois de terem terminado de jantar, agora tomavam suas bebidas e não deixavam o assunto morrer, porém não era como se Millie e Finn estivessem prestando atenção em seus familiares, e não podemos julgá-los ao que eles eram dois bobos apaixonados que só queriam aproveitar a companhia um do outro enquanto podiam.

O garoto viajaria no dia seguinte com sua família para passar a semana natalina com seus avós e tios por parte de mãe e pai, não que ele não quisesse, mas também não tinha outra escolha, pois apesar de ter uma carreira independente, ele tinha feito apenas quinze anos de idade. Mary ficou com pena do filho por ter que fazê-lo passar uma semana longe da namorada, então ela decidiu juntamente ao marido para passarem o natal junto com a garota e seus pais, ao que todos ali eram bem amigos.

Millie também viajaria no outro dia, e por mais que visse seu namorado frequentemente, seu coração ainda ficava apertadinho só de pensar em ficar sete dias longe dele, mas o primeiro amor era assim mesmo, e ela amava tanto Finn, que sentia vontade de ficar somente com ele. E o pior era que o garoto conseguia enxergar nos olhos de sua menina o quanto ela estava triste por precisarem se afastar, e isso acabava com ele, se pudesse, ele a levava junto com ele, ou então iria junto com ela, escondidinho em alguma mala.

— Não faz essa carinha. — Ele disse, com pena do beicinho que a namorada estava fazendo.

— Eu não quero que você vá. — Ela respondeu, o tom era manhoso.

— São só sete dias, meu amor, passa muito rápido. — E Finn tentava acreditar nisso, mas ele sabia que as coisas não funcionavam bem assim, ele só queria consolar a garota, porque não conseguiria viajar em paz sabendo que tinha a deixado de coração partido.

— Vai me ligar todos os dias? — Millie perguntou.

— Quando você acordar e quando você for dormir. — Sorriu meigo, e foi então que percebeu que já faltava vinte minutos para o natal. Ignorando todos ao seu redor, ele aproximou-se da menina até conseguir sussurrar ao seu ouvido. — Vem comigo.

A garota ficou pensando que o namorado tinha ficado maluco por ter a tirado da mesa na frente de seus pais, mas estes estavam muito distraídos na conversa para falar qualquer coisa para eles. Millie somente acompanhou o namorado de mãos dadas com ele e foram indo em direção a porta da frente, logo ele tirou o seu casaco grande e quentinho e colocou sobre os ombros da menina antes de abrir a porta.

Tremeram quando o vento gélido foi de encontro ao rosto deles, mas isso não intimidou o garoto, ele colocou a sua touca preta na cabeça para entrar na moda do inverno.

E tudo estava tão lindo do lado de fora, tudo bem enfeitado e tão iluminado, e a neve continuava a cair, mas não de uma maneira violenta.

— Você só pode estar maluco. — Millie comentou, dando risada. — A gente vai ficar doente.

— Assim nenhum de nós viaja e vamos poder cuidar um do outro. — Ele provocou, já puxando a garota pela mão para que saíssem batendo os pés por aquela frente coberta de neve.

— Não brinca com isso. — A menina disse, dando um tapinha no braço do namorado, mas ele apenas riu em resposta.

Depois de tantas coisas que eles passaram juntos, os obstáculos que eles enfrentaram, nem acreditavam que estavam ali agora, livremente, sem ninguém para atrapalhar, sem nenhum paparazzi para ficar de olho neles e invadindo a privacidade. Agora eles estavam livres ali, somente curtindo um ao outro, ao máximo que pudessem, porque convenhamos, sete dias são sete dias, e demoram muito mais para passar quando desejamos que passe rápido.