POV SAMANTHA GLUCK
Caminhar pelas ruas de Seattle era algo morbidamente cansativo quando meu jipe verde estava no mecânico. Pessoas iam e vinham absortas em seus pensamentos enquanto centenas de carros deslizavam pelas congestionadas avenidas. O dia não estava bom, pelo menos não para mim. Aliás, eu já devia ter me acostumado a isso, pois era algo rotineiro.
O céu estava nublado, porém o tempo estava seco e apesar das nuvens cinzentas cobrirem praticamente todo o céu, não havia indícios de que a chuva fosse cair.
Eu não tinha pressa de chegar ao meu destino, haja visto que estava bem adiantada no tempo. Trazia comigo apenas uma mochila repleta de latas de spray, afinal, ser grafiteira era um dos meus trabalhos. Meu destino era uma casa na área norte de Seattle. Sra Máire Nic Mhathúna havia me contratado para pintar o quarto de sua única filha mulher, Isobel. Pediu-me que eu desenhasse paisagens da natureza, pois a filha estudava para ser bióloga, sendo assim, a mãe queria lhe fazer uma surpresa quando esta chegasse da Austrália, onde estudava o curso. Eu já levava comigo o desenho ao qual iria me orientar quando fosse grafitá-lo nas paredes, e ao meu ver era um trabalho fácil que seria terminado em quatro horas.
Distraindo-me de meus pensamentos meu celular começou a vibrar incansavelmente em meu bolso traseiro enquanto reproduzia If Everyone Cared, minha musica favorita da banda Nickelback. Sem pressa levei a mão a parte de trás da calça e peguei o celular. Numero desconhecido. Quem será? Atendi a ligação:
- Samantha Gluck? - Uma voz feminina com forte sotaque irlandês perguntou do outro lado da linha.
- Sim, sou eu. É a Sra Nic Mhathúna? - Questionei apenas para ter certeza, embora já soubesse que era ela.
- Sim, sim. Você já está a caminho, meu doce? - Perguntou ela. Embora só tivéssemos conversado duas vezes por telefone e nunca tivéssemos nos visto pessoalmente, seu tom de voz simpático me fez ficar melancólica. Tossi para limpar a garganta.
- Já sim. Devo chegar em trinta minutos.
- Oh, muito bem. Assim que chegar ao portão diga ao porteiro que é a moça que pintará o quarto de Isobel. Ele perguntará a você um numero e você dirá que é 28, ok?
- Ok. - Eu olhei para o semáforo que estava vermelho, então pisei na faixa de pedestre e comecei minha caminhada para o outro lado da rua.
- Estarei a sua espera, querida. - Disse a Sra Nic Mhathúna.
E antes que eu pudesse responder, uma coisa enorme bateu em mim e arremessou-me longe. Não vi nem escutei nada, apenas senti o grande impacto de minhas costas contra o chão. Aquilo atordoou-me totalmente, deixando-me com falta de ar. Eu respirei fundo, precisava me controlar se quisesse puxar o ar sem dificuldade. Apertei os olhos com força, puxei a respiração com o nariz e soltei-a pela boca. Repeti o processo por cinco vezes seguidas e isso melhorou parcialmente minha respiração.
Eu abri os olhos com a visão ainda destorcida, piscando algumas vezes para tentar focalizar algo. Não ouvia nada, era apenas um zumbido nos ouvidos. Quando minha visão se endireitou, o barulho lentamente começou a ser ouvido e só então eu percebi que eu voltava a ficar consciente.
Pairando sobre mim um homem apareceu e Deus... ele era... incrivelmente lindo. Sua testa estava franzida e seus olhos... Olhos cor de safira estavam angustiados. Meu coração apertou misteriosamente.
- Ela morreu? - Eu escutei alguém perguntar ao longe. O homem ainda continuava me observando. Ora olhava para meus olhos, ora para meu corpo.
- Consegue me ouvir? - Perguntou ele. Sua voz era grave carregada de preocupação.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em hiatus - Bálsamo Infernal
Teen FictionEm HIATUS por determinado tempo. Conteúdo erótico +18 Estória totalmente original Nenhuma parte dessa obra pode ser reproduzida, digitalizada, copiada ou distribuída sob qualquer forma, seja impressa ou eletrônica, sem permissão. Não participe nem...