Capítulo 33

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- Lya, não! - Daniel grita desesperado. - Eu amo você!

Mas já era tarde para evitar o golpe. Felizmente Daniel consegui levar seu braço na frente do rosto, e a lâmina passou de raspão em sua carne, o fazendo sangrar no mesmo instante. Ele berra com o corte. Eu me recomponho e agarro a gola da sua camisa, até sermos interrompidos por batidas na porta ao nosso lado.

- Daniel? Está tudo bem aí?

Aponto a faca para o pescoço dele e dou um sinal para a porta.

- Sim, Alan, Está. Eu só estou cansado e acabei tropeçando.

- Tem certeza? Eu ouvi gritos.

- Sim! É a TV, estava alta, mas já desliguei! Agora eu preciso ir dormir, se não se importa.

- Ah, tudo bem... Boa noite!

- Obrigado, boa noite!

- Levanta! - Sussurro para Daniel

Ele faz o que mando e o levo até a sala. No caminho Daniel tenta tomar a faca de mim, uma atitude que eu já estava esperando. Ele agarra meus dois braços, eu os rodopio para me livrar dele, depois o acerto uma joelhada no estômago. Ele leva as mãos até a barriga e tosse sem fôlego. Apanho seus cabelos e o jogo sentado na poltrona em que eu estava sentada antes.

- Você vai me contar tudo que disse para Mason! Cada detalhe da conversa!

- Eu não me lembro bem... eu estava bêbado, Lya...

- Você escolhe como quer se lembrar, por bem ou por mal! - Aponto a faca de novo para ele.

- Ta, tá. Calma! Eu... eu disse para ele que você e aquele cara tentaram matar uma juíza. Só isso! Eu não sabia que ele te conhecia! Desculpe!

- Qual a parte de não contar a NINGUÉM você não entendeu?? Que se foda se me conhecem ou não, segredo é segredo! Você é uma merda como amigo!

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Daniel estava com os olhos avermelhados, parecia querer chorar. Ele pressionava o corte em seu braço, tentando estancar o sangramento de alguma forma. Vejo um pano pendurado perto de onde estávamos, vou até ele e o apanho, jogando-o de longe no colo de Daniel.

- Pega, usa isso.

- Obrigado... - Ele enrola o pano no braço. - Vai me matar?

- Não sei. - Eu o encaro séria. - Depende de você.

- De mim?

- Sim. Você não tem que carregar o fardo desse segredo o resto da sua vida, não nasceu para esse tipo de coisa, então se eu te matar toda essa tortura que está passando, acabará.

- Não! Eu não quero morrer! Eu só contei porque estava bêbado...

- Porque estava bebendo, Daniel?

- Porque... eu não estava dormindo bem ultimamente. Mas não tem a ver com o que eu sei de você.

- Sei. Você acha que eu sou burra?

- Não, claro que não!

- Então para de mentir pra mim, isso só me dá mais vontade de rasgar seu pescoço!

- Tudo bem. Podemos conversar normalmente sem você ter que me ameaçar com essa faca a cada minuto?

Suspiro e concordo com a cabeça. Me sento no sofá que estava perto da poltrona.

- Eu realmente não esperava que aconteceria essas coisas comigo. Muito menos que você estaria envolvida com esse tipo de coisa. Fiquei assustado no começo, mas entendi que não fez por mal... só que agora, depois que veio aqui atrás de mim, eu percebi que você não estava sendo sincera antes. Você é como ele, Lya.

Amor Assassino - Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora