Capítulo I - Eu queria ser feliz.

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É mais fácil falar de uma alegria falsa do que de uma tristeza real, nunca compreende o porquê de muitas coisa, porque não sou feliz, porque papai foi embora, porque sempre choro sem motivo.
Há questionamentos referente a felicidade, ninguém nunca quer saber sobre sua felicidade, sempre sobre suas mágoas - essa é a realidade-
A infelicidade quanto a me, é um ponto deverás importante, ela faz parte de quem eu sou, a tristeza reina aqui. Eventualmente tento compreender as razões pela qual não queria está mais viva, as porcentagens de vezes que me machuco vem aumentando e a cada verão fica dificultoso de esconder.
Conviver com certo tipo de seres está cada vez mais lesionando o que resta da minha resistência em continuar usufruído do que chamamos de oxigênio, desgastando também a minha alma até começar a cavar um poço com todas as mágoas que tenho, adundado me cada vez mais em um abismo sem fim, um buraco na escuridão que chupa o sangue que pulsa no meu coração. Sempre me encontro sozinha perdida nós meus pensamentos obsessivos que contém culpa e amargura de uma vida que mal começou desesperadamente vou para minha cama, ouvi uma música e desligar daquele mundo que não faço parte. Deitada na cama ouvindo minha música.
Soa me um alarme, hora de levantar e enfrentar o mundo cujo tanto fujo, lamentavelmente não havia dormido aquela noite - novamente. Perdida em pensamentos, tendo como o principal deles, a volta as aulas.
Naquela madrugada estava tudo mais difícil do que de costume, meu braço aparentava ter sofrido mais do que nas outras noites, seria complicado esconder dessa vez - precisaria de um casaco prento.
As aulas estavam de volta - para a minha total felicidade. Eu não estou nem um pouco animada pra voltar para aquele hospício  matinal onde todas as pessoas fingem ser o que não são e estão sempre tentando uns ser melhores que os outros. Não adiantaria fazer reclamações, era inevitável. Como não fui uma aluna tão exemplar no ano anterior, estaria quase impossível cabular - e logo no primeiro dia. Prestes a começar a minha arrumação para forca, dei uma ultima espiada no espelho - meu velho inimigo. Não é nada agradável o que vejo, quase deplorável, dentro de mim, podia ouvir os gritos de socorro um monstro está a solta, um pedaço de pele esquelética com um pouco de dor, era a pior coisa do mundo naquele momento - meu proprio reflexo. Ja vestida, coloquei uma blusa preta com uma calça e um casaco preto também. Para o melhor disfarce se realmente queria ser invisível.

-Angel, desce logo! - o doce som da sua voz berrante fez eu acordar pra realidade. Era a Lia, a minha m.... progenitora, não consigo recordar a última fez que chamei ela pela letra "m"  creio que eu era uma pequena garotinha.
-Ja to indo. - responde com um tom tipicamente seco
Nunca tive amores por esse nome. Qual o sentido de nomear um ser humano de anjo? Seria uma piada de mal gosto ou apenas falta de criatividade?
Belíssimo, ótimo apelido para uma suicida Lia, não poderia ter um nome tão fascinante.

-Filha, que tipo de guarda roupa uma garota da sua idade deveria não ter? -Ela me questionou, porém com a resposta na ponta da língua. Esta coisa ai mesmo que você insiste em usar. - ela completou. Ta fazendo um calor de 70° la fora
-Não recordo da moça do tempo anunciar essa temperatura no jornal. - afirmei um pouco sem paciência para uma discussão ao raiar o dia.
-Estou falando sério menina, tira esse casaco, faz mal sabia?
-Qual é, Lia? Estou gripada tá! - inventaria qualquer desculpa para não tirar aquele casaco.
-Gripada? - ela questionou, não acreditando muito
- É - falei aquilo tentando um alto convencimento. - e morrendo de frio também. - ela respirou fundo e declarou.
- Tá bom... - ela concordou mas não parecia nada satisfeita.
-Senti-se, o cafe está pronto.
- Não tenho fome assim tão cedo, já deveria saber. - ela levantou a sobrancelha
- Como assim não ta com fome? - antes mesmo deu responder eu olhei para o relógio e vi que estava mais do que atrasada.
- Estou atrasada de qualquer forma, tchau.
Saí correndo antes mesmo dela empurra alguma coisa pela minha guela, eu não podia sair sem meu casaco e se alguém olhasse para o meu braço e encontrasse os cortes, os meus cortes... Não quero que ninguém fique sabendo desse meu lado, só haveria jugamentos sobre os malditos cortes, a mais de dois anos isso acontece e até hoje nunca consegue superar tudo o que passou, tanto comigo quanto com pessoas próximas a mim. Apesar de tudo, Lia nunca desconfiou de nada não sei se me sinto triste ou feliz por ela nunca ter notado o meu pedido de ajuda.

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