Capítulo Único - Parte 2

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- Mas pai, se você sabe que ela deu todos esses sinais, porque não namoraram logo? Eu seria mais velha agora - A garota deu de ombros depois de sua constatação.

- Filha, eu estou te contando agora, mas eu não percebi isso na hora.

- Ata, entendi. Continua. - Ela pediu.

- Ok, vamos lá - O pai assentiu.

"Can you hold me" foi a música das nossas vidas, depois dela nós lançamos muitas outras músicas. Mas Emma sempre dizia que esta seria sua primeira e última música, ela não cantaria nada tão longo assim outra vez, apenas pequenas participações. O fato de que eu não entendia isso a incomodava, mas eu não podia agir de maneira diferente. Ela era uma cantora muito melhor que eu, mas ela sempre dizia o contrário, e que nós dois juntos, talvez pudêssemos ser tudo isso.

Quando tínhamos vinte anos eu conheci uma garota. Milah era legal, ela era modelo. Morena dos olhos azuis, tinha 25 anos, mas não aparentava. Ela e Emma se davam muito bem, o que me alegrava.

Nós namoramos por seis meses, era bom tê-la por perto. Ela viajou conosco em alguns lugares que fomos e gostava bastante, não se sentia ameaçada com as fãs o que me fascinava. Ela sempre dizia que não sentia ciúmes, mas quem estava com ela era quem deveria sentir. E eu sentia.

Era difícil mantermos isso, ela sempre viajava, tinha sua própria carreira e eu tinha a minha. Ainda assim, não brigávamos por isso. Talvez nunca tenha sido amor, mas na época pensamos que fosse.

Dois meses depois eu tomei uma decisão. Eu queria ter Milah mais próximo de mim, mas tendo Emma como a cabeça de nossa dupla eu nunca conseguia. As viagens eram sempre escolhidas por ela, junto com nosso empresário, e muitas vezes Milah e eu acabávamos em lugares totalmente opostos por boas semanas.

Tudo começou a desmoronar quando eu disse aquela frase... " Hey Emma, eu acho que vou pedi-la em casamento". Emma me olhou confusa, a voz falha denunciava toda a dor que ela sentia, "Killian, você não pode. Não tem nem um ano, como você sabe que vai dar certo?" Ela me enchia de desculpas e perguntas que talvez eu jamais pudesse responder. "Como você acha que isso vai funcionar? No que isso vai mudar o fato de vocês estarem distantes?".

E eu sabia exatamente qual seria a solução... "Emma, eu amo você. E sou tão grato por tudo o que construirmos, eu falei com o Sean hoje de manhã. Ele disse que aceita ser meu empresário, combinamos de que depois do casamento ele vai organizar shows mais próximos das viagens de Milah".

"Killian, o que você quer dizer com isso?" Ela me perguntou com os olhos cheios de lágrimas, já sabendo onde eu queria chegar.

"Eu sinto muito, você é tão melhor do que eu. É burrice deixar você, mas eu não posso seguir em um relacionamento com Milah assim tão longe". Ela enxugava suas lágrimas, e eu entendia. Nós nunca nos separamos, vivemos nossa infância e adolescência juntos. "Mas você não pode fazer isso comigo, você sabe que eu não posso. Eu não sei cantar sem você! Eu não sei fazer nada sem você!", ela me abraçava com tanta força que eu realmente queria ficar. Mas pela primeira vez em tantos anos, quando nós saímos do abraço ela não disse a frase que eu nunca percebi que eu amava tanto ouvir.

Ela não disse que o meu abraço estava a acalmando naquele momento, porque realmente não estava. Talvez fosse o nosso último abraço em um longo período de tempo, e eu não consegui acalmá-la. Eu não consegui.

Uma semana depois eu pedi Milah em casamento. A mídia fez muito alvoroço, mas o foco nunca foi meu casamento, que estava marcado para o próximo mês, e sim a separação repentina da dupla do momento.

Sinais // One Shot Captain SwanOnde histórias criam vida. Descubra agora