43 - Lobisomem

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  - Meu santo Kook! - Eu e Mallya proferimos ao mesmo tempo, tinha um lobo cinza com mais de dois metros e meio de altura, saindo de trás daquela mesa, e ele estava rosnando, era forte pra caramba. E parecia ter olhos verdes? No mesmo instante minha mente me trouxe a palavra: Lobisomem. Agora ferrou!
  - Tem alguma probabilidade do Daniel estar vivo? - Perguntei pra Mallya e senti sua mão dar um aperto na minha.
  - Não fala esse nome! - Protestou ela e o lobo começou a rosnar pra nós duas. Foi quando reparei que além dele ser enorme, as garras dele eram bem compridas e afiadas.
  - Precisamos pegar alguma das armas de prata. - Falei e Mallya negou com a cabeça.
  - Não vai dar, ele está do lado de todas as armas. - Disse ela e eu olhei para o chão em que o lobo pisava, vendo as armas lá. Sinto que a morte está próxima hoje... E ela tem caninos afiados como navalhas!
  - E se a gente correr uma pra cada lado? - Indaguei em expectativa e Mallya olhou pra mim.
  - Ele é um lobisomem! Antes de conseguir correr metade de um metro ele nos alcançaria ao mesmo tempo! - Protestou ela como se fosse óbvio e o lobo rosnou mais alto, fezendo meu corpo estremecer instantâneamente. Mallya apertou minha mão e eu vi ela começar a tirar a espada da bainha presa no cinto, entendendo a indireta comecei a tirar minha arma da cintura e apontei na direção do lobo, enquanto isso ele passava a língua nos dentes e nos fitava analisando cautelosamente as duas. Talvez esteja vendo quem tem mais carne pra ele comer primeiro, que nojo!
  - Atira nas patas pra ele não ter força pra ir atrás de nós, que eu cuido do resto. - Avisou Mallya e eu assenti, mirando o cano do revólver nas patas do lobo.
  - E se algo der errado? - Falei e vi Mallya engolir em seco.
  - Daí a gente corre. - Disse e então eu disparei, disparei quatro vezes, o lobo avançou com as patas sangrando pra cima de nós duas. De repente Mallya soltou minha mão e me empurrou pro lado, eu cai entre algumas rosas vermelhas e o lobo foi pra cima dela, mas Mallya empunhou a katana com firmeza pra cima e conseguiu cortar com a lâmina de prata um rasgo no peito do lobisomem. O lobo uivou furioso, eu me levantei do chão disparando nas costas dele, antes que Mallya conseguisse se recompor com a katana ele desferiu uma patada e as garras dele rasgaram o jeans na coxa dela. Mallya gritou e caiu nas flores com as mãos na perna. Continuei atirando, cada vez mais até o lobo se afastar de Mallya e vir na minha direção, rosnando e correndo furioso pra cima de mim.
  Depois de atirar mais três vezes a arma não disparava mais, as balas acabaram e eu não tinha tempo de recarregar. O lobo veio pra cima de mim com as garras, eu cai no chão com o susto, e logo a seguir senti as garras dele passarem pelo meu braço e pela minha barriga, eu gritei sentindo o sangue quente começar a molhar o tecido da roupa. Mas o lobo não me deu tempo de respirar, ele se pois sobre mim e tentou me morder, com agilidade eu me esquivei a tempo antes de perder um pedaço do rosto. E escutei Mallya gritar alguma coisa. Algo como "venha aqui seu viralata".
  O lobo se voltou para ela no mesmo instante rosnando, mas não por que ela tinha o chamado, mas por que ela tinha feito um corte na perna traseira dele. Um corte que começou a sangrar muito.
  Com o lobo saindo de cima de mim eu consegui me sentar, tirei mais balas do bolso e recarreguei a arma, deu o tempo exato de recarregar, no instante em que eu estava apontando a arma e atirando, o lobo fazia menção de morder Mallya que tinha caído no chão mais uma vez, quando começei a atirar eu percebi que o tecido da calça jeans onde o lobo tinha a machucado estava molhado de sangue. Ela tinha se machucado.
  - Mallya consegue sair daí? - Perguntei enquanto atirava, na cabeça, nas patas, na barriga, e qualquer lugar que as balas pegassem. Mallya não conseguiu responder, o lobo estava ficando mais bravo e descontou sua raiva na Mallya, dando-lhe uma patada no quadril que a fez rolar pelo chão esmagando algumas flores até parar na parede, sangrando ainda mais, desta vez nas duas pernas.
  - Mallya! - Gritei o nome dela parando de atirar, o lobo uivou, e eu corri até a Mallya, mas ela já estava começando a se levantar.
  - Os cortes são superficiais! - Avisou ela e procurou pela katana que não estava mais em sua posse.
  - Essa não... - Escapou da minha boca, a única chance que tínhamos de matar o lobo tinha escapado das nossas mãos e se perdido em meio ao jardim.
  - Eu tenho que recupera-la! - Afirmou Mallya e quando começariamos a levantar do chão a Mallya me puxou para perto dela gritando alguma coisa, que eu não consegui entender por que um barulho muito alto de rosnado ecoou pelas paredes.

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