Prólogo

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Em 2 de abril de 1762, em Paris, um jovem tipógrafo chamado Rey atravessa os portões de ferro de um antigo orfanato e dirige-se apressadamente às portas de entrada

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Em 2 de abril de 1762, em Paris, um jovem tipógrafo chamado Rey atravessa os portões de ferro de um antigo orfanato e dirige-se apressadamente às portas de entrada. Antes de tocá-las, certifica-se em meio à escuridão se alguém o segue. Trêmulo, assusta-se quando uma religiosa visitandina o acolhe.

- Não há ninguém aí. Tenha calma, sr. Rey!

- Desculpe, irmã. Receio que alguém tenha me seguido... Você tem certeza que encontrou o primogênito dos irmãos?

- Sim, o sinal indicado pela mãe corresponde ao que eu encontrei na mão direita da criança. E os quatro irmãos? Nada devem saber?

- Não! Esse menino é apenas o portador da chave. Temos que assegurar que ele e seus descendentes sejam preparados para proteger a chave até a sua sétima geração, quando, então, o guardião nascerá. Nós enviaremos ajuda para ele e os irmãos; porém, esta é a última vez que a procuro.

- E os livros?

- Estão seguros. Nos próximos dias, dois novos livros serão lançados. Com eles, inevitavelmente, a vontade de todos será movida para o desejo de liberdade e de busca da sabedoria. Finalmente, irmã, os sistemas de controle social vigentes entrarão em colapso e virá uma nova ordem, um novo tempo, uma sociedade do conhecimento; assim a chamam na Acrópole.

- E as cidades-escolas? Já sabem?

- Sim. Todas estão em festa... O primeiro livro já me foi confiado. O segundo será publicado daqui a algumas semanas. Eles nos permitirão propagar novas teorias sobre educação, política e filosofia ainda não conhecidas que suscitarão grandes homens e mulheres. Teremos uma mudança que surgirá no bojo da revolução das máquinas criada pelos sophistas que estão na Inglaterra.

- Pena que o pai das crianças não compreenda o que está acontecendo...

- Nem mencione isso! Ele é incapaz de criá-los e não virá buscá-los. Não espere! Os cinco irmãos serão adotados em breve. Já providenciamos. Além disso, após a publicação dos dois livros, a vida do pai deles correrá muitos riscos. Provavelmente, ele se refugiará em Londres.

- Por Deus, o que pode justificar o abandono de cinco filhos?

- Talvez o fato de ter perdido a mãe ao nascer e o exílio do pai da tão amada Genebra quando criança o tenham marcado com tanta intensidade que sua alma jamais encontrará repouso neste mundo... É o que sei.

- Mesmo assim, não entendo.

- A mente humana, irmã, é cheia de labirintos e ainda não há livros na Acrópole que expliquem seu funcionamento. O fato é que não podemos julgá-lo... A história o julgará. Apenas faça o que tem que ser feito, irmã.

- Não se preocupe, sr. Rey. Será feito. No momento certo entregarei a chave à criança. Mas como ela saberá a localização do terceiro livro?

- Não saberá até a sétima geração. O livro libertará o Quinto Poder. O pai dele acha que o terceiro livro foi queimado. Mas não foi. Eu o entreguei ao filósofo-rei da Acrópole que o escondeu. A tradição oral que acompanhará a chave do livro será uma profecia, assim como sempre foram as grandes verdades.

- Quem a conhece?

- Poucos em nosso mundo. Alguns Mestres das Ordens da Cidade-Escola de Luminous foram escolhidos para propagá-la nos anos vindouros.

- O senhor a leu?

- Sim. E é vontade do filósofo-rei que você a conheça. O oráculo diz: "O terceiro livro está no meio do mundo, escondido onde o tempo é contado, lá onde se viu o grande rompimento entre o Homem e a Natureza. Na descendência do pai dos povos antigos está o nome e a missão dos teus antepassados. Aquele que guarda a chave abrirá o livro e o quinto poder será libertado para unir mais uma vez corpo, alma e espírito a fim de que o mundo seja salvo". Isso está escrito em grego antigo neste pergaminho que lhe confio junto com a chave do terceiro livro.

Despediram-se. A visitandina, antes de fechar a porta, lançou o último olhar sobre Rey caminhando em direção ao portão sob a fina camada de névoa em que desapareceu. Sentiu que o véu do tempo cairia sobre suas vidas silenciando os acontecimentos de então até o dia em que alguém receberia a chave para abrir as páginas de um livro que mudaria os rumos da humanidade.


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E aí pessoal? Gostaram? Sou Suzan Bauer da Equipe Lumen Brasil. Eu e meu amigo Miguel Escobar vamos acompanhar você e lhe propor ao final de cada capítulo um desafio (ou mais!), glossário ou algo que merece mais atenção. Esta saga é um universo novinho e não queremos que perca nada. Se não quiser participar pule para o capítulo, mas se gostar deixe sua opinião que a galera vai bolar de rir! Você vai ganhar um Certificado Lumen que pode ser impresso ou on-line da Cidade-Escola onde estudamos (claro que não vou dizer qual é a minha! Só lendo, não é?).

1 - Que raios é um TIPÓGRAFO?

a) profissão extinta de desenhista-gráfico

b) Responsável pela criação de mapas geográficos e de topografia

c) Montador da prensa de Johannes Gutenberg

d) Profissional quase extinto responsável pela diagramação de textos para a imprensa.

2 - País onde começou a Revolução das Máquinas (Revolução Industrial), no século XVIII:

a) França

b) Inglaterra

c) Alemanha

d) EUA

Foi legal! Valeu! Agora vamos para o capítulo 1.

Emílio e os Lumens: o Quinto Poder (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora