Capítulo 122

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Ivan

Eu fora sempre acostumado a fugir , aos 16 pela primeira vez e agora 20 anos depois outra vez .
Viro a esquina numa rabiada , levantando poeira mesmo que ninguém esteja seguindo minha moto porque se para sinto que morro , logo , não é questão de costume e sim de sobrevivência .
Horas a fio na estrada estaciono a moto de frente a fazenda que deixara a muito tempo e sem ver nada ou ninguém me tranco na casa grande com um misto de pavor e ódio pela maldita bebida que já saira de meus poros devido a adrenalina dos quilômetros por hora .
Bato a cabeça várias vezes contra parede e ainda com essas utilizo a força ao arremessar objetos até me sentir mais calmo , porém não surte efeito .
" - Eu te amo "
Lembro.
Ela me disse assim que eu a levei de longe do pai comigo e eu vou honrar isso e se ela não deixar eu a convenço .
Ninguém nunca me amará ou ama como ela fez então terá de ser minha outra vez para que essas palavras não vão existir só na minha mente .
Ao pé que cheguei ainda com o capacete do lado penso em voltar mas me recomponho.
Dessa vez diferente de num impulso de palavras , a primeira pelas de Michelle e agora das minhas lembranças , eu terei uma idéia só minha e infalível .
Não demorará para a polícia chegar até mim pelo maldito erro que cometi , não de matar mas confessar devido ao álcool que matei pois do primeiro não me arrependo apesar das penas se me rendeu boa vida . Certo que preferia que fosse sem sangue mas se não devolveria tudo que tenho para que não acontecesse falar que me arrependo é uma inverdade , e agora devo correr contra corrente em função dele .
Atacar ao invés de fugir propriamente .
Mas para tanto devo ser mais metódico pensado ao exemplo no que pessoas como Michelle faria .
Ela certamente atiraria na Andorinha vestida de branco , acho que o fato de nunca ter escutado um " eu te amo " a fez ter fixação com relações estáveis .
Eu não sou assim , eu já escutei e diferente dela luto por algo real que não existe só em minha cabeça .
- Eu não sou louco , sou apaixonado - Me justifico em voz alta procurando uísque pela casa até encontrar e paro com uma caneta e um papel no bar .
Assim de metódico ....
Penso durante um tempo mas termino a noite agarrado com uma bebida que deveria ter prometido não mais beber e um caderno rasgado além de uma caneta quebrada .
Decido então pela falta de canetas também que é menos idiota somente guardar na cabeça só não sei o que .
Saio e tento pensar de alguma maneira andando pelas redondezas até involuntariamente chegar ao penhasco que era um dos meus refúgios na minha solidão .
Sentir a morte de perto me fé vivo quando quem me ama esteve longe .
Caminho próximo a borda e permaneço pensando .
Não lembro de um momento em que estive perto de estar com ela desde que fugi a um ano atrás .
Não mesm...
Espera .
Quando estive com Malu nas mãos eu estive perto demais de te - la de volta comigo .
Por pouco ela não aceitou então de duas uma , ou a tomo para que seja minha ou tomo a menina e ela vem de toda maneira .
Não seria um sequestro se Maite me ama .
Eu a seguiria como já fiz outras vezes e na melhor oportunidade eu teria em mãos ou ela ou a menina o que fosse mais fácil , só faltava a ocasião que como diz o ditado faz o .... Enfim ...
A primeira delas veio num dia que ia pegar a menina na saída da escola , não estava nem Maite ou aquele outro que ela insistia em se enganar o que era atípico então cheguei inclusive a me aproximar com a máxima descrição afinal nessas alturas meu nome já estava nos registros policiais .
Porém ao ver o velho que ainda me fazia tremer por suas ameaças retrocedi já que percebi que não era à melhor oportunidade .
- Mas guarde bem seu velho maldito ... Ainda vou levar uma delas outra vez bem debaixo da sua barba - Ameacei voltando para trás da árvore que me escondi .
Em falar em me esconder atrás das coisas a segunda oportunidade se apresentou quase assim .
O velho Ricardo deixou minha Andorinha pela última vez antes do casamento na loja de noivas , desde que decidi ir nisso estive atento a rotina , e me escondi atrás dos manequins de vestidos observando o quão linda aquela mulher estava .
- Minha .... minha.... Você será minha porque eu vou te lembrar que me
ama - Avisei começando a dar passos mas então entrou William e fiquei estático observando como ele achava que poderia ter tudo que era meu .
- Eu vou ferrar você seu filho da puta . Nem que isso custe minha vida - E na terceira tentativa , no dia do casamento assim que o maldito velho saiu para cumprimentar a idosa que ele chamava de flerte , o que só o fazia mais ridículo , eu cheguei até o carro que estava Malu .
Abri a porta como o ladrão do ditado e tapei sua boca a carregando dali por uns segundos .
- Maldita menina - Esbravejei assim que me mordeu .
- Minha mami e meu papi vão me salvar e vamos ficar todos juntos sem você  - Gritou assim que novamente eu estava com ela na estrada .
- Se esse for o caso eu acabo com ela e começo por você - Porque se ela não admitir que me ama não poderá admitir que ama mais ninguém porque corações mortos não sentem ...

Maktub - O escrito pelo destino jamais será apagado ...Onde histórias criam vida. Descubra agora