carta três: i.j.

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DE: Kunpimook Bhuwakul.
PARA: Kim Yugyeom [K.Y.].
LOCAL: A casa de Im Jaebum [I.J.]

Yugyeom pensou em jogar tudo para o alto e desistir daquela besteira que era procurar Bambam. Por que logo Jaebum? O tailandês sabia que ele tinha uma amizade limitada com o garoto de olhar felino e até um pouco de medo.

Os garotos conheceram Jaebum através de Youngjae, os dois tiveram um pequeno lance que não foi duradouro, mas o suficiente para que Jaebum nunca mais saísse da vida dos três. Bambam, que sempre fora sem vergonha, não se intimidou com o coreano de pintinhas abaixo da sobrancelha e que fazia questão de ser chamado de "hyung", logo estava conversando normalmente com o estranho. Ao contrário de Yugyeom, que o tratava com um respeito de um senhor de 60 anos

Ao chegar na casa do Im, se assustou com o jardim em pedaços. Aquele espaço era o único lugar que Jaebum depositava toda a sua atenção, o mais velho passava horas apenas cuidando das flores. Yugyeom percebeu que havia algo estranho e engoliu seco, aproximou-se da porta de madeira e tocou a campainha. Depois de alguns minutos passos secos foram ouvidos e a porta abriu-se da maneira mais melancólica possível. O ser que saiu dela não estava diferente.

— Hyung... – a voz saiu quase como um suspiro.

Os cabelos pretos estavam um tanto compridos, os olhos pequenos nunca pareceram tão escuros e a expressão, bom, se Yugyeom tinha medo antes imagine agora.

— O que você quer? – ele perguntou com a voz firme, como sempre.

— A carta... Bambam disse que estava com você. – Yugyeom não conseguia o olhar nos olhos.

— Bambam te disse? – riu pelo nariz. – Espere aqui fora, vou buscar a merda da sua carta.

Ele saiu, e Yugyeom, enfim, conseguiu respirar normalmente. De longe, viu Nora subindo as escadas atrás do dono, ela não parecia querer deixá-lo sozinho.

Im Jaebum voltou em passos lentos, passou pelo mais novo e sentou-se na frente de casa. Tirou um cigarro do bolso e o acendeu deixando que a fumaça invadisse seus pulmões. Yugyeom sentou-se ao seu lado, ele pensou em pedir a carta, porém viu que não era o certo.

— Pegue e vá embora.

— Hyung, você está bem?

Jaebum riu ainda com o cigarro entre os lábios, a fumaça cinza saiu pela boca e Yugyeom segurou a respiração por um tempo.

— Estou ótimo. – ele se virou encarando o mais novo.

Ali Yugyeom olhou de fato para o rosto do rapaz, os seus olhos estavam cansados e o cabelo parecia não ter visto água há uma semana. O mais velho jogou o cigarro do chão. Yugyeom engoliu seco, ficar perto de Jaebum nunca havia sido tão difícil.

"Amado Yug,

Acredito que você tenha passado maus bocados com o senhor Jaebum, estou certo? Sinto muito, mas foi necessário. Antes de tudo, queria deixar claro que estou muito feliz de você estar continuando com essa loucura, eu sabia que você não me deixaria. Continue assim, no final tudo irá esclarecer-se.

Certo, a sua missão de hoje será: Ajudar o Jaebum hyung."

Yugyeom leu a linha outra vez, isso não podia ser real!

— Qual o problema desse desgraçado? – ele quase soltava fumaça pelas orelhas.

"Durante um tempo, eu e Jaebum hyung nos aproximamos verdadeiramente. Eu lembro de passar tardes jogando baralho com ele e o ensinando como roubar no jogo. Foram bons momentos que eu gostaria de retribuí-lo. Eu sei que ele é uma pessoa difícil de lidar, mas por favor não o deixe sozinho.

letters - yugbamOnde histórias criam vida. Descubra agora