PRÓLOGO

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O mistério provém dos maiores e melhores pacifistas do mundo, afinal ninguém sabe como eles conseguiram e ainda conseguem acalmar um leão indomado apelidado de "Terra". — Taynara Mariane.

As bebidas eram de graça no Stunning às quintas-feiras. Não era à toa que a boate estivesse tão lotada em um dia corrido de trabalho. A madrugada agitada lembrava que sua glória era eterna - Kid Far poderia ser uma cidade pequena, mas havia muito a oferecer. Não tinha uma arquitetura chamativa e requintada como Paris, por exemplo, mas se você quisesse viver em um lugar onde a paz é amiga dos moradores, seja muito bem-vindo.

Sob as margens do pequeno lago da praça central, Kim Taehyung, um garoto bêbado, comemorando sozinho o seu aniversário de dezenove anos, debochava sua deplorável situação. O que ganhara num dia tão especial? Despejo. O que desejava antes? Uma Ferrari. E o que deseja agora? Um lugar seguro e quentinho para passar essa noite. Ele gritava consigo mesmo e para os ares conforme a temperatura caía de hora em hora. Não conseguia se recordar como foi parar ali, no meio de uma cidade vizinha, onde adolescentes o incentivaram a beber o que Stunning gratuitamente oferecia. Ele havia pensado, momentaneamente, que aqueles caras talvez soubessem que hoje era seu aniversário. Mas estava enganado. Kim Taehyung fora roubado, os garotos levaram as únicas notas que tinha no bolso de sua jaqueta, e sua jaqueta. Além de seus sapatos recém adquiridos.

- Mas que merda! - berrou, arremessando uma pedra no lago. - Por que hoje? Por que eu?

Kim Taehyung nunca teve paz em sua vida. Não se achava merecedor dela. A paz é algo grandioso demais para qualquer um ter. Uma paz falsa, talvez?

- Eu deveria ter fugido para Washington enquanto ainda tinha tempo, quando meus pais ainda se importavam comigo. - Martirizando-se pouco a pouco, ele encarava seu próprio reflexo nas águas cristalinas do lago. - Mas, não... Eu escolhi ficar e agora sabe-se lá onde estou.

- Kid Far.

Kim Taehyung levantou os olhos. Estreitou-os em meio a escuridão do fundo da praça e nada viu. Pensou estar ficando louco e então se levantou, abraçando seu corpo. Sentia o frio envolver cada centímetro de si.

Quando achou que não ouviria novamente, alguém disse:

- Uma pequena cidade entre uma e outra mais conhecida. - A voz soou novamente, mais baixa. Vinha da escuridão e isso assustava Kim Taehyung. - Mas melhor do que qualquer uma delas.

- Quem está aí? - perguntou.

De repente as sombras se desfizeram do corpo de uma menina. Os cabelos castanhos e enrolados brilhavam com o toque suave da luz da lua, e seu meio sorriso parecia assustador. A cada passo que dava, as folhas mortas farfalhavam e os pequenos galhos quebravam numa melodia aterrorizante. Os pelos da nuca de Taehyung pularam de medo, as mãos começando a tremer.

- Olá - saudou a menina numa vozinha normal, sem os ecos anteriores.

Era como se a língua de Taehyung tivesse sumido. Ele não conseguia falar, e seu raciocínio não formava uma frase compreensível o bastante para ser dita em voz alta. Sua mente estava embaralhada.

- O que você estava fazendo no escuro? - disse Taehyung após muito pensar.

A menina riu soprado. Ela achava graça da situação; da forma como aquele homem estava reagindo a sua aparição.

- O escuro... O silêncio... A calmaria da noite... - pontuava vagarosamente, prolongando cada frase com o intuito de causar um impacto ainda maior. - Tudo isso me agrada. Bom, o suficiente para me atrair para esse canto da praça.

"Meu gosto é peculiar, você não entenderia."

Algumas nuvens brilharam no céu. Os trovões ficavam cada vez mais recorrentes, com fortes estrondos similares a quebra de uma geleira. Mas seu batimento cardíaco superava qualquer barulho, por mais alto que seja.

- Quero lhe ajudar - ela disse, solidária. - Percebo que passa por maus bocados.

Kim Taehyung continuava paralisado. Não tinha certeza do porque estava daquele jeito, era apenas uma menina. Apenas isso. Somente.

- Venha comigo.

⛓️♟️

Oi gente!

Por quanta coisa nós já passamos, não é? Tantas mudanças...

Uma coisa que mudou foi República Bangtan, trazendo agora uma temática diferente e um enredo de arrepiar os cabelos.

Sendo o primeiro teste de uma série rotativa, A República dos Sete tem uma pegada mais suspense e terror. Lembrando que essa é a minha primeira vez escrevendo algo do gênero, então me perdoem se não sair tão bom quanto de costume.

Aviso: Esse prólogo é apenas um teste. Preciso analisar o desempenho deste capítulo antes de tomar qualquer decisão séria a respeito da continuação. Precisarei me organizar e muito, pois a minha agenda está bem cheia ultimamente.

Para isso, preciso que vocês comentem o que acharam, o que sentiram, se a escrita está boa, se ficaram curiosos, etc etc. A continuação depende apenas de vocês.

Beijos!

RB² - A República dos SeteOnde histórias criam vida. Descubra agora