Capítulo Único

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Notas do autor: Boa tarde, fiz uma pequena história. Na verdade isso foi um pesadelo que eu tive e anotei no celular e achei interessante mostrar para vcs. Boa leitura.

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Tínhamos acabado de chegar ao local que era um pouco afastado da civilização era um terreno grande e havia sido comprado a preço de banana, aquele seria o lugar aonde eu faria meu hotel fazenda que teria chalés individuais, eu estava realizando meu sonho. Quando anda e olhava tudo ao meu redor, ainda dava para ver o estrago que aquele lugar havia sofrido. Há alguns anos atrás pelo que me disseram mais ou menos nos meados 1962 até que foi fechado aquele terreno pertencia a um sanatório no qual abrigava mais de 87 pacientes em cabanas individuais, porém interligadas. O que eu ouvi na cidade pela população é que durante muito tempo àquele era um dos melhores lugares para tratamento de pessoas com distúrbios psicológicos, contudo, com o decorrer dos anos e a chegada de novos médicos as coisas começaram a mudar, os novos médicos responsáveis começaram utilizavam métodos "inovadores" e duvidosos em seus pacientes, o que era um lugar tranquilo e bem recomendado, passaram a ter denúncias e mais denúncias de abusos e torturas sofridas por seus pacientes causadas por seus médicos, enfermeiro e cuidadores fazendo com os parentes dos internos entrassem com um processo contra o lugar, a administração estava desesperada, pois graças a sua nova contratação estava perdendo pacientes e consequentemente dinheiro. Foi 26 anos após sua inauguração em 1987 que um incêndio assolou o sanatório, até hoje ninguém sabe como o incêndio realmente aconteceu ou quando ou onde começou, mas tudo o que se sabe é que não houve um único sobrevivente no local, todos que estavam dentro do sanatório naquele momento morreram, desde os 50 internos que ainda estavam internados naquele lugar até os 38 funcionários entre médicos, enfermeiros, cuidadores, zeladores e recepcionista, todos morreram queimados vivos.

Deixando essa historia de lado eu comecei a observar as cabanas uma a uma deu para ver os pertences de alguns internos que não foram consumidos pelo fogo, até que entrei na ultima cabana mais distante ele ficava de frente a uma espécie de palco coberto ao ar livre e uma cozinha, dentro dessa cabana havia uma boneca de pano com olhos de botão, eu a apanhei e sai de lá de dentro e fui para trás da cabana havia alguns destroços de moveis lá, até mesmo colchão, falaram que os bombeiros haviam interditado o local o que explicava toda aquela bagunça e para a minha surpresa eu encontrei três crianças um ao lado da outra, dois meninos e uma menina que estava no meio dos dois, um menino negro de cabelo preto crespo cortado baixo e com olhos castanhos que trajava uma blusa de botões, uma bermuda com suspensórios tudo igualmente branco exceto o sapato que era marrom, o outro garoto era branco cabelos castanhos escuros um pouco grande chegava à altura da orelha, olhos amendoados, usava uma roupa idêntica ao garoto negro e uma menina ruiva com algumas sarnas o cabelo ondulado chegava aos ombros, vestia um vestido antigo, um colar de falsa perola e uma fita adornava seu cabelo, deveria ter entre 10 e 12 anos no máximo, eu me perguntava o que eles faziam ali, pois ninguém naquela cidade se atrevia a chegar perto do terreno, porque acreditavam ser assombrado. Eu não sabia o porquê, mas estar na frente daquelas crianças me dava uma sensação esquisita, eu não sabia definir a agonia que eu estava sentido parada em frente aquelas crianças, minhas pernas ficaram bambas, minha respiração irregular eu estava tremula e me agarrei ainda mais àquela boneca, o meu cérebro gritava insistentemente para que eu fugisse dali, se eu pudesse denominar o que estava sentindo só havia uma resposta, medo, o medo era tanto que eu me sentia sufocada. De alguma forma eu sabia que eles não eram crianças normais, algo me alertava que aquelas crianças na verdade eram espíritos das três únicas crianças que moravam ali, e o pior algo me dava certeza absoluta que haviam sido elas que começaram o incêndio e não foi um simples acidente, flashes passaram por minha mente o começo do fogo, os gritos, as lamurias, as súplicas e o mais aterrorizante de tudo era o expressão de satisfação das crianças vendo tudo sendo consumido pelo fogo enquanto eram tragadas pelo mesmo, por um breve momento eu achei ter sentido cheiro de carne queimada, o que deixou meu estomago embrulhado. Antes que eu pudesse abrir a boca para me pronunciar a garota que estava no meio dos meninos apontou para a boneca em meus braços e disse.

- Essa boneca é minha, me devolva. A voz daquela menina era angelical ao mesmo tempo gélida, voz de algo que não pertencia mais a este mundo e que me causaria pesadelos e me perturbaria por anos, isso me causou um terrível arrepio, meus olhos se encheram de lagrimas, eu queria desesperadamente chorar de medo, de arrependimento de angustia e de terror. Mas antes que eu pudesse fazer ou falar qualquer coisa meu amigo que havia me acompanhado até o lá me chamou, fazendo com que desviasse os olhos por um instante deles quando eu voltei a olhar para onde eles estavam não havia mais ninguém, nenhum vestígio de que alguém ou algo esteve ali, eu respirei fundo, me recompus e me retirei do local. Tudo aquilo deveria ser apenas uma projeção da minha cabeça, nada daquilo realmente aconteceu, não havia motivo para ter medo, fantasmas ou assombrações não existem não é verdade? Era o que eu me dizia enquanto me encaminhava para o carro, nada como um bom descanso não dê jeito.

Eu havia me hospedado em um hotel da cidade pensava em voltar ao ex-sanatório no dia seguinte pela manhã antes de demolir tudo e começar as obras do hotel fazendo toda aquela historia de alma penada já havia sido esquecido, como já tinha jantado, agora eu tinha acabado de tomar banho e me preparava para dormir, enquanto me secava na frente do espelho, minha atenção foi dirigida a algo que estava em cima de minha cama, a boneca de pano, por causa do susto e da pressa havia a trazido comigo, gostava de dormir agarrado a algo e não vi problema em deixar a boneca junto a mim, após trocar de roupa eu me deitei na cama, abracei a boneca e adormeci. Horas depois eu acordei, o mais esquisito é que eu não estava no quarto do hotel eu estava no meu quarto, na minha casa, deitada da cama de cima do beliche que eu sempre dividi com minha irmã, quando eu olho para o lado havia uma pessoa de estatura pequena sentada ao meu lado coberta por um lençol branco. Ohhh céus eu sabia, era aquela maldita criança, será que ela veio buscar a droga daquela boneca? Eu não conseguia me mexer, meu corpo estava completamente paralisado, minha respiração estava presa na garganta e mais uma vez senti vontade de chorar, como eu havia sido tão burra para trazer aquela boneca comigo, eu sabia que não importava aonde eu fosse ela sempre me perseguiria até os confins da terra. Por alguns momentos ambos permanecemos paradas apenas fitando uma ao outra e meu pânico apenas aumentava, eu sabia que iria morrer eu sentia isso e aquele silêncio apenas me matava aos pouco, até que do nada aquela aparição tomou a minha mão e a segurou sem dizer nada, então fiz a única coisa que consegui no momento e comecei a orar, eu pedi e implorei a Deus que não me deixasse morrer não daquele jeito, eu repreendi aquela aparição em minha mente já que não conseguia mover meus lábios, quando finalmente consegui me mexer nem que fosse um pouco eu por impulso eu agarrei aquele lençol e o puxei foi então que acordei. Sentei-me na cama no escuro exasperada e comecei a olhar para todos os lados, foi então que eu percebi que estava no beliche no meu quarto e que tudo aquilo: a viagem, o sanatório, as crianças, exatamente tudo não passava de um sonho, ou melhor, de um puta pesadelo. Mas aquilo havia sido tão real que eu ainda podia sentir o frio que sentia quando acordei ao lado da assombração o medo e por incrível que pareça a sensação da pressão do aperto de que alguém havia segurado a minha mão, peguei meu celular e fui ver as horas era um pouco de das 3hrs da manhã, simplesmente me recusei a dormir é ruim que eu ia adormecer e voltar para aquele pesadelo, eu resolvi ficar acordada até ver os indícios de que estava amanhecendo só então voltei a dormir um sono sem sonhos não antes de orar é claro.

Quando eu acordei novamente dessa vez sem pesadelos eu desci para a cozinha e encontrei minha que estava tomando café.

- Bom dia mãe, dormiu bem?

- Dormi sim Kaká e você?

- Na verdade não, eu tive um pesadelo estranho e acordei madrugada só fui voltar a dormir agora de manhã depois de amanhecer. Então eu narrei para minha mãe todo o pesadelo, enquanto tomava meu leite com café e no final ela apenas me olhou e disse.

- Tá vendo? Isso que dá ficar vendo filme de terror antes de dormir.

- Mas mãe tem um bom tempo que eu não assisto filme de terror. Eu disse me levantando e indo em direção ao meu quarto, mas antes pude ouvir minha mãe me dizer.

- Na próxima vez lembra de orar antes de dormir.


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