Chloe
Eu havia acabado de servir ao casal que entrou, Clove havia saído correndo, seguida por Céci e agora, de trás do balcão eu encarava Emmett, que olhava pela janela de maneira dúbia; passando alguns minutos Céci entrou pela porta pisando duro, seguida por um cara gato que a chamava sem parar, ambos sumiram escada acima. Ainda olhando para Emmett, peguei dois cafés e quando ia seguir para a mesa onde ele estava, ele fez menção de levantar-se, mas não por eu estar indo para lá, mas por algo fora da janela que chamou sua atenção, então ele derrubou o celular na mesa e encarou as mãos espalmadas de cada lado do celular.
- A conexão caiu? – perguntei enquanto me sentava em frente a ele, colocando um café a sua frente e bebericando o meu, ele gemeu como um animal ferido e pelo canto do olho observou a janela e revirou os olhos em seguida. Por sobre a borda do meu copo eu olhei para a janela como quem não quer nada, e então eu vi, Clove observava um loiro, ele disse algo e abriu os braços, ela correu e se encaixou entre eles, levantou a cabeça e falou algo antes de ser beijada pelo loiro, olhei para Emmett.
- Nem perguntei. – ele pegou o copo de café e tomou um grande gole, como quem toma conhaque ou uísque. – Argh! Açúcar, açúcar... – ele levantou e foi para o balcão, desnecessário, pois tinha açúcar na mesa onde estávamos.
- Sabe, tinha açúcar lá na... – então eu o vi com cubos de açúcar na mão e um na boca, eu ri.
- Quê foi? Um homem não pode afogar suas mágoas no açúcar? – ergui as mãos. – Cubos de açúcar, Finn não podia se viciar sozinho, tinha que me colocar no mau caminho! – ele ergueu um cubo de açúcar como que brindando e o comeu.
- Eu não te trocaria por aquele loiro. – falei, e quando percebi já era tarde demais para retirar as palavras.
- Ela não me trocou, ela o escolheu bem antes.
- Eu disse que não te trocaria só pra dar uma moral ok? – peguei um cubo de açúcar e o mordi, doce. Ele me observava enquanto colocava os cubos no lugar, senti minhas bochechas queimarem e corri para ver se o casal queria algo mais.
***
Emmett
Ela pegou um cubo de açúcar e o mordeu, eu observei enquanto suas bochechas coraram, ela olhou para os lados e saiu para a mesa de um casal que eu nem me dera conta que havia entrado.
Tudo o que eu estava pensando era que eu não tinha chance, quando eu vim para Eros com Clove e Céci devo dizer, eu tinha esperança, mas eu ainda duvido dos sentimentos que eu tenho por ela, há horas que eu torço por Cato, e há horas que eu queria estar no lugar dele, isso me mata.
Uma vez, há alguns anos quando eu era bem moleque, eu pensei estar apaixonado, como eu penso estar agora, ela era a garota mais linda que eu tinha visto, aos meus olhos não existia garota mais linda, então ela foi sorteada, naquele dia eu chorei e achei que fosse morrer, três dias depois do início dos jogos ela morreu, eu achei que morreria junto, mas não senti nada.
- Finnick, como a gente sabe que está apaixonado?
- A gente gosta tanto da pessoa que se ela se machuca a gente sente como se também tivesse sido – ele olhou para o mar e riu -, sei lá Emmett, nós ainda somos jovens demais pra pensar nisso, mas deve ser isso mesmo que eu disse.
E eu acredito que para ele, fosse. Quando Annie estava nos jogos Finnick não foi permitido na Capital, não podia patrociná-la e foi proibido de ficar com os mentores, ele estava de mãos atadas e não podia ajudar, eles sofreu por cada dia que ela ficou lá, ele não desgrudava da TV nem um minuto, ele procurava por ela a cada imagem da arena, se ela morresse, eu tinha certeza que ele teria feito o mesmo, sem piscar ele teria morrido por ela. Quando eu vi Clove pela primeira vez não me veio nenhuma vontade de morrer se ela deixasse de existir, mas me veio a vontade de matar qualquer um que a machucasse, mas aquilo seria amor?
***
Chloe
Quando meu pai ainda estava vivo, eu perguntei o quanto ele amava minha mãe, depois de ver imagens de um casamento numa revista qualquer.
- Eu a amo um monte, hmmm, um monte do tamanho da torre e da imensidão do céu!
- Mais o céu é muito grande papai, acho que ele nem tem fim. – eu esta confusa com aquela resposta.
- Exatamente Chloe, o amor que eu tenho por sua mãe não tem fim, quando eu a vi pela primeira vez eu não senti nada, mas vendo-a mais vezes meu coração ficou tão pesado que eu achei que estava doente e então e descobri que o único remédio para aquilo era dizer de alguma forma o quanto eu a amava...
- E como você fez isso? – eu estava admirada com a história, com certeza ele fez algo muito, muito lindo.
- Eu...
- Ele comprou um copo de chocolate quente e escreveu: “Eu te amo, saia comigo <3” e pediu para minha melhor amiga me entregar. – mamãe apareceu do nada.
- E então você saiu com ele!
- Não, eu olhei em volta e continuei andando como se ele fosse algum tipo de maluco.
- Mas - papai interveio -, eu não desisti tão fácil, então eu comecei a vir todos os dias aqui no café dos pais dela até ela me notar e sair comigo. – ele parecia orgulhoso disso.
- Papai, isso foi estranho. Foi um milagre mamãe se apaixonar por você. – ele fez uma cara de ofendido e começou a rir.
- Exatamente Chloe, foi estranho, mas mesmo assim eu me apaixonei por ele.
Meus pais tiveram um amor estranho, mas eu estava indo no mesmo caminho que papai, não sei se eu amava o menino que eu conhecia há uma semana e mal falava comigo, mas eu não o odiava, e também não conseguia desgrudar os olhos dele, isso era um desastre!
***
Emmett
Chloe não tinha mais olhado na minha cara, eu estava atrás do balcão quando a sineta da porta tocou e uma garota entrou, ela se dirigiu ao balcão e pediu algo em francês, eu fiz uma careta, ela apontou para a vitrine do balcão e eu balancei a cabeça negativamente, tentando a fazer entender que eu não entendia, ela começou a rir, foi nessa hora que Chloe apareceu, o casal estava saindo, ela falou algo com a menina e por fim balançou a cabeça passando para trás do balcão.
- Ouí, ouí. – ela riu, a menina apontou para mim perguntando alguma coisa com um dedo na boca provocativamente. – Hmmm... – Chloe a encarou, olhou para mim e voltou-se para a garota. - Ouí, il est à moi.
A menina sorriu para mim e eu sorri de volta dando de ombros, ela pegou os macarons e deu acenou enquanto saia do café, parando na porta para beijar o, possivelmente, namorado e sumir na esquina de braços dados com o dito cujo, Chloe observava a cena com uma careta, ela fechou os olhos com força antes de sumir escada acima, algum tempo depois Annette desceu.
- Chloe disse que estava com dor de cabeça, vou ficar no lugar dela. – ela sorriu – Oh, Clove não está aqui? Pode me ajudar Emmett?
- Tá. – mulheres são loucas, espero que Annette continue no mínimo normal a meu ver, porque as três outras, céus, as outras três me deixam louco! Céci não podia me ver brincando com Clove que se colocava emburrada ou se trancava no banheiro, Clove estava em mode: ‘não quero ouvir falar em romance!’ e agora Chloe para de me olhar, ela está me olhando por uma semana ininterruptamente e do nada ela sai de perto de mim. Estou me sentindo um repelente contra mulheres, meu charme está me abandonando!!!!
Ao menos a Chloe me olhando era legal, Clove não quer nada comigo, Céci não está na lista de possíveis gatas com quem eu ficaria, as francesas que eu vi são BEM francesas, a ponto de eu não entender nada que elas dizem, e Chloe até que é bonitinha. CÉUS! Eu acabo de penar que a Chloe é bonitinha, até 2 horas atrás eu estava fugindo dela, isso é um desastre, além de ficar sem charme eu devo estar contraindo carência crônica.
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Cartas para você - Cato e Clove
FanfictionE se você pudesse consertar as coisas com aquela pessoa? Pudesse ordenar seus sentimentos e descobrir o que realmente estava sentindo antes de tudo desabar? Cato e Clove terão essa chance. "Depois da 74ª edição dos Jogos Vorazes, os tributos não mor...