em suas mãos

1.7K 146 53
                                    


Julho nunca havia sido tão quente. Savannah pensava enquanto limpava o balcão da lanchonete depois da festa que os adolescentes criaram do nada enquanto aproveitavam as férias de verão. E enquanto passava o pano com detergente para tirar toda a gordura dos hamburguês e batatas fritas que haviam sido feitas no dia, a garçonete deixou cair o desengordurante aos seus pés.

Suspirou cansada antes de abaixar-se para apanhar e pensou mais uma vez em como aqueles dias estavam sendo quentes e cansativos. O verão é sempre mais complicado para ela do que os outros dias. Adolescentes entrando e fazendo algazarra toda hora enquanto ela só queria estar em casa longe de todo aquele calor que fazia em Lake Village no mês de Julho.

Savannah passou a mão sobre a testa retirando os fios de cabelo loiro que insistiam em cair do seu rabo de cavalo feito naquela manhã e que provavelmente já estava todo desfeito. Os sinos da porta de entrada tocaram trazendo a garota de volta ao mundo real e ela levantou pronta para dizer que eles estavam fechados, mas parou atrás do balcão e encarou a morena a sua frente.

O que ela estava fazendo ali?

Desculpe, mas estamos fechados. — A loira limitou-se a falar enquanto sentia seu peito doer implorando para que ela deixasse o ar entrar.

Mas Savannah sentia que se deixasse o ar entrar em seus pulmões, toda a pose de "não sei quem é você" iria por água a baixo e ela não queria se mostrar frágil na frente dela. Não novamente.

— Oh! — A morena levou a mão até a boca e voltou-se para trás, olhando para a placa que estava presa na porta. Placa essa que ela havia visto antes de empurrar a porta de vidro e que resolveu ignorar, havia vindo de longe para parar com um aviso de fechado. — Mas já que estou aqui, será que você não pode me atender?

Savannah sentiu o corpo arder quando uma corrente de vento chegou ao seus pulmões dando a ela o ar que precisava para conseguir manter-se em pé. Ela olhou por cima do ombro, onde a chapa já havia sido desligada e Will, seu tio, havia ido embora há quase uma hora.

— Desculpe, nossa chapa já está desligada.

A loira falou e aproximou-se novamente do balcão e voltou a passar o pano com desengordurante sobre a grande pedra vermelha, implorando para que a morena não tivesse a reconhecido e desse meia volta saindo dali e da cidade, indo embora para longe, como havia feito há quase cinco anos atrás.

Porém, a morena resolveu mudar sua tática ao perceber que sim, era Savannah que estava na sua frente e que ela ainda lembrava dela. Usou suas pernas longas e ágeis para ir até o balcão e sentar-se em uma das banquetas disposta nele, ficando de frente para a loira, onde ela não poderia fugir.

— Você sabe quem eu sou.

Savannah balançou a cabeça em negação, mas a morena não havia feito uma pergunta.

— Isso não foi uma pergunta, Savs.

A loira engoliu seco largando o pano sobre o balcão e encarando a morena.

— O que você quer Gabriella?

A garota na frente de Savannah sorrio ao ouvir o próprio nome ser pronunciado pela boca dela e soube que ela também nunca a havia esquecido. As duas ficaram se olhando por um longo tempo enquanto Gabriella pensava em como seria bom abraçar Savannah novamente, sentir seus braços finos ao redor de seu pescoço e seus lábios macios e pequenos colados em seus lábios novamente. A distância e o tempo em que ficaram longes, não foi capaz de apagar Savannah Collins de suas lembranças e desejasse que o mesmo acontecesse com ela.

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora