- Camila, preciso que você termine o relatório sobre os assaltos da semana passada.
- Tudo bem, delagada. - Disse Camila ao ir a sua mesa.
Ariane entra na sua sala, seu celular estava tocando.
- Alô?
- Ari, como você está?
- Oi meu grandão, estou bem e você?
- Digamos que eu esteja... Bianca está indo aí, ela precisa converar com você.
- Sobre?
- Não posso falar, estou na rua, ela irá lhe explicar.
- Está me deixando preocupada... mas tudo bem, estou aguardando ela.
- Ótimo, estarei esperando vocês na Praça central, voltaremos juntos para casa.
- Tudo bem, Hany... abraço.
- Para você também!
Hanyel desliga. Ariane caminha até sua mesa e se senta. Passando a mão nos cabelos ela muda sua expressão, estava se sentindo angustiada.
No balcão ao lado da janela, havia três fotos, uma delas estavam Bianca, Ariane e Hanyel abraçados. Na segunda era uma foto de Ariane com Adriana e a última era uma foto dos três ainda com 18 anos, pouco tempo depois da grande explosão.
- Delegada? - Camila bate na porta e a abre. - Posso entrar?
- Sim, claro.
- Atrapalho?
- Não, eu apenas estava vendo umas fotos.
- É muito apegada aos seus irmãos, não é?
- Sim... mas nós não somos... eu amo meus irmãos.
- Não tenho uma boa relação com minha família, apenas com meu tio... - Camila coloca uma pasta na mesa. - Aqui estão os relatórios.
- Ótimo! Deixe-me ver... - Ariane analisa os papéis.
- Estão todos certos?
- Sim, como sempre! Acho que já pode ir para casa.
- Obrigada! - Camila sorri. - Estava pensando da gente sair tomar um café, a tempos não saímos nós juntas, até parece que não somos mais amigas hehe...
- Até gostaria, Camila. Mas irei direto para casa hoje, Bianca e Hanyel precisam conversar comigo.
- Entendo... - Camila abaixa a cabeça. - Outro dia combinamos.
- Nós somos amigas, Camila, mas é que a vida de uma delegada, não é fácil.
- Não mesmo... hahaha, até mais Ariane.
- Até mais... - Ariane abraça Camila.
Ela abre a porta e se depara com Bianca.- Oi!
- Olá! - Diz Bianca. - Como vai?
- B-Bem e você?
Bianca percebe que Camila parecia nervosa.
- Estou muito bem.
- Tenho que ir, até mais!
- Até! - Bianca fecha a porta.
- Bi! - Ariane diz ao ir abraçar amiga.
- Você está bem?
- Estou... o que é esta meleca na sua testa?
- Eu já explico... - Bianca retira um pote da bolsa, abre, passa seu dedo e pinta a testa de Ariane. - Isso vai impedir que alguém leia nossas mentes.
- Está estranha... o que foi que descobriram?
Bianca senta-se na cadeira, Ariane faz o mesmo.
- Hanyel teve uma visão...
- Ele viu a própria morte novamen...
- Não! Ele... ele...
- Fala!
- Eu não sei como falar...
- Bianca! Conta logo, eu estou nervosa!
- Victor!
- O quê? - Ariane põe a mão no peito ao sentir uma pontada forte.
- Ele viu Victor e Adriana aquele dia... ela também viu...
- Não é possível...
- Não podemos afirmar, mas é certeza de que ele está vivo.
Ariane levanta-se rapidamente e vai beber um pouco de água, continuava com a mão no peito, estava tremendo.
- Ele morreu!
- Será mesmo?
- Eu o vi morrer na minha frente... vocês viram...
- Helena o protegeu antes de ela morrer.
- Ela o odiava, assim como nos odiava.
- Será? Ela e Giovanni eram aliados, Ari. Eles fariam qualquer coisa para nos matar! - Bianca se levanta.
- Eu vi ele parar de respirar... eu vi...
- Foi um plano...
- Como?
- Ela saberia que iria morrer, ela protegeu Victor para que suas irmãs podessem continuar o plano de acabar com todos os bruxos deste mundo.
- Como sabe?
- Uma delas... Agnes... visitou Adriana.
- A machucou?
- Um pouco...
- Maldita!
- Adriana disse que o livro das classes entrou em colapso... algo irá acontecer.
- Meus Deuses...
- Tem mais uma coisa.
- O quê? Fala logo!
- Eles estão atrás de todos os envolvidos com a grande explosão e aqueles que tem ligação conosco...
- Somos tão poucos... não somos uma ameaça, nunca fomos...
- E Victor Hugo... estamos achando que ele está atrás de uma pessoa...
Ariane paralisa, seus olhos ficam escuros e sem vida.
- Ele me quer...- Conversaram?? - Hanyel tira os óculos escuros e desencosta do carro.
- Sim... - Bianca fala.
- Como você está? - Hanyel abraça Ariane.
- Estou bem... porém um pouco nervosa.
- Calma, nós iremos dar um jeito! - Hanyel fala.
- Nós sempre damos um jeito! - Bianca diz ao abrir a porta do carro.
- Vamos indo!
- Ok, Hany...
Ele embarca no carro, Ariane vai entrar e alguém vem na direção dela.
- Ariane, espera!
- Leonard?
- Tudo bem?
- S-Sim, estou e você?
- Bem! Nem pudemos conversar hoje!
- Pois é... saiu cedo para investigação.
- Cheguei agora, sorte que reconheci o cabeludo ali. - Leonard se inclina. - Boa tarde, Hanyel.
- Boa tarde!
- Boa tarde para você também, Leonard! - Diz Bianca.
- Boa tarde, como vai?
- Muito bem!
- Que ótimo! - Ele sorri. - Vamos sair jantar? Eu te levo para casa!
- Leonard... eu... hoje eu não posso.
- Poxa...
- Sério, gostaria muito, mas estão acontecendo umas coisas e...
- Problemas na casa novamente?
- Não... são coisas bem compli...
- Oriental... - Hanyel fala.
- Sim? - Leonard se inclina.
- Vou te pedir uma coisa!
- Claro!
- Mate qualquer um que vier na sua direção, com este simbolo gravado na roupa! - Hanyel mostra o logo da AOM.
- Espera... este é o logo da AOM...
- Sim! - Diz Bianca.
- Mas o que houve?
- Não podemos explicar agora... mas prometa que vai atirar bem na cabeça deles.
- Tudo bem, eu farei o meu possível.
- Seu possível não... faça o seu impossível! - Fala Bianca. - Não queremos que nossa amiga fique sem seu galã do oriente.
- Gente! Parem!
- É sério isto? - Pergunta Leonard.
- Infelizmente sim... promete que vai se proteger? - Ariane beija o policial.
- Sim, eu prometo. - Ele retribui o beijo. - Você ficará bem?
- Eu? - Ariane sorri. - Eu sou a bruxa do vento, meu amor. - Uma rajada de vento sopra entre as árvores da praça, fazendo inúmeras folhas voarem.
- Confiarei em você! - Leonard lhe dá um último beijo.
- Agora vamos indo! Até mais, policial! - Fala Hanyel.
- Até mais...
Ariane entra no carro e os três vão rumo a casa, deixando Leonard confuso com as coisas que eles lhe disseram....
- Posso entrar?
- Sim, claro. Ele está lhe esperando.
Uma mulher entra no elevador, apertando o botão do último andar, ela espera para encontrar uma pessoa.
As portas se abrem, música clássica tocava, havia cheiro de whisky no ar.
Iven estava acariando uma enorme cobra branca de olhos vermelhos, Agnes estava sentada com os olhos fechados em uma poltrona vermelha, com um corvo em seu ombro, ele observa a mulher passar pelo salão.
- Soube que queria falar comigo! - Disse a mulher.
- Não se dirija a palavra diretamente a ele! - Disse Kardoff indo em direção a mulher.
- O que está fazendo aqui?
- Não trabalho mais no ártico, agora sinto o frio dos invernos aqui mesmo da Capital.
- Sentia sua falta...
- Eu também, garota. Agora pode falar com ele.Na poltrona virada para a grande janela de vidro, o homem se levanta, ela apenas enxergava sua silheueta escura parada com um copo de whisky na mão.
- Quero que me faça um favor.
- Sim meu senhor... o que deseja.
- Quero que me traga-me uma encomenda.
- Tudo bem, sei o que é?
- Ora... claro que sabes...
- Então... pode me dizer o que se trata, meu senhor?
- É uma coisa delicada e linda...
A mulher fica quieta, Iven começa a rir em um canto.
- Você vai me trazer uma amiga...
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Além da inquisição
FantasyTreze anos se passaram após a grande explosão que deu fim aos Campos de Inquisição. A raça dos bruxos está se extinguindo. Os três bruxos, aprendizes da Necromante, cresceram e se tornaram bruxos extremamente hábeis e poderosos, mas alguns problemas...