Ouvindo ao longe leves cochichos, Alexandre começou a acordar de seu adormecimento imprevisto. Abrindo os olhos com muito cuidado ele avistou uma mulher com seu filho no colo brincando com o garotinho, e ao lado viu homens com armas nas mãos, incluindo sua Colt preciosa.Os ruídos dos Mortos vivos e da enorme queda da chuva preenchiam o ambiente. Raios radiavam através da janela descoberta pela cortina. Barnes começou a mexer devagar na corda que o prendia em uma cadeira na falha tentativa de se soltar delas.
-- Olha só quem acordou! O desconhecido e intruso do nosso lar! - uma mulher de pele escura se aproximou segurando uma faca borboleta em uma das pequenas mãos. Alexandre tentou falar algo mas o máximo que saiu foram ruídos desconexos pois haviam uma bandana tampando sua boca. A negra retirou o pano, dando a chance do homem falar e dar seu depoimento. -- Vamos pode falar!
-- Nós estamos procurando um campo de refugiados... - Uma risada irônica cortou sua fala.
-- Não existe campo de refugiados rapaz! Somos os unicos sobreviventes até aqui! Bom há vocês também pelo jeito!
-- Bom... a tempestade estava chegando... nós estavamos por perto e então encontramos esse lugar e decidimos entrar pra nos protegermos do temporal! Não sabiamos que haviam vivos aqui! - ele suspirou soprando o cabelo que já crescia rapidamente - na verdade nem imaginávamos que iriamos encontrar outros sobreviventes no meio desse caos... olha moça somos inofensivos!
A mulher trocou olhares com o restante dos companheiros e começou a soltar as cordas que prendiam os pulsos do homem. Alexandre balançou as mãos contemplando seu momentos de soltura.
— Vamos nos acompanhe! - A mulher disse enquanto acenava para dois de seus homens o acompanharam o "desconhecido" lado a lado.
Eles chegaram em uma enorme sala onde um único homem estava sentando na poltrona gasta com os pés na mesa de vidro que havia no ambiente. Ele trajava roupas de oficial militar, cabelo bem arrumado, rosto limpo, e bem alimentado.
Alexandre se perguntou se aquele homem realmente tinha passado pelo caos que ele vive a alguns meses.
O "arrumadinho" mandou que ele se sentasse em uma cadeira na frente da mesa e se Service dos petiscos que ali estavam. Um pouco receoso ele se sentou e beliscou uma das azeitonas sem caroço.— Qual seu nome rapaz?
— Alexandre Barnes! - o homem retirou os pés da mesa e se levantou dirigindo-se até Barnes que permanecia imóvel olhando para frente. Uma mão tocou seu ombro e se aproximando do ouvido do homem sujo ele começou a falar.
— Gostaria de se juntar ao grupo? - intacto Alexandre não sabia o que responder. Aquele homem causava arrepios de medo.
— An.. tenho que conversar com meus colegas e minha mulher!... aliás onde eles estão? - agora foi Barnes que se levantou.
— Ah claro! Eles estão no quarto que demos a eles!
— Quartos? - a desconfiança pairou no ar entre os dois.
— Sim sim jovem! Quartos... com camas.. armários e o que mais for necessário para uma acomodação de descanso! Vou te levar lá... vamos me siga.
Eles caminharam passando por varias pessoas ocupadas com tarefas normais até chegarem ao "tal" quarto. Josely correu até ele e o abraçou forte.
— Estava tão preocupada! Não sabia aonde você havia ido parar e eles não queriam dizer!
— Calma... eu estou bem agora... preciso conversar com vocês. - o homem disse isso olhando para o cara vestido de roupa camuflada que logo entendeu o recado e fechou a porta atrás de si. — Recebemos o convite de se juntar a eles... mas antes de decidir qualquer coisa queria saber a opinião de vocês.
Bobby e Morgan engoliam varios pedaços de pão recheados de alguma pasta de cor rosada.
— Cara eu topo! - Morgan disse com a boca cheia. — Eles tem alimentos... e camas quentes! Se parecem com um campo de refugiados que tanto esperávamos encontrar! - Bobby ouviu e deu de ombros, e Josely fez o mesmo enquanto se juntava aos dois esfomeados em uma das camas.
•••
O relógio que incrivelmente ainda funcionava indicava 23:00 da noite e eles já se acomodavam para dormir nas camas até que confortáveis do local. A mente de Alexandre não parava por um minuto. E suas desconfianças quanto ao homem bem arrumado ainda continuavam bem vivas em sua cabeça. Era estranho o jeito que ele agia.
Em meio aos seus devaneios preocupados e curiosos ele dormiu em um sono pesado e sem sonhos.
•••
Barulhos de passos e falatórios o acordaram. Todos os seus amigos, filho e esposa já haviam se levantado das camas e saído do quarto.
Barnes se ergueu devagar, espreguiçando seus músculos doloridos, e foi até o banheiro lavar o rosto amaçado pelo travesseiro.
Andando pelo corredor do que parecia um antigo condomínio de pessoas sem muita grana, ele avistou seus companheiros sentados em uma mesa de plástico, comendo e sorrindo.
— Bom dia.
— Bom dia dorminhoco! - disse Josely enquanto dava leite para o filho do casal.
Alexandre começou a comer das diversas comidas ali espalhadas até que estivesse cheio o suficiente para conseguir ir falar com o homem de camuflado.
•••
Hoje ele estava vestido com uma camiseta preta e calças jeans e não parecia tão assustador quanto no dia anterior.
— Preciso falar com você.
— Bom dia rapaz! Pode falar sim! O que achou da nossa acomodação?
— Excelente, pra falar a verdade.
— A que ótimo! Mas então o que tem para me dizer?
— Nos vamos nos juntar ao grupo!

VOCÊ ESTÁ LENDO
A aniquilação da sociedade - O começo do fim - Livro I
General FictionUm grupo de sobreviventes de um mundo apocalíptico tentam se salvar de " mortos-vivos" que trombam em seus caminhos. Porém também terão que tomar cuidado com outros sobreviventes sedentos por sangue.