1

50 5 0
                                    

[...]

De certa forma começar uma história com "Era um vez" é entediante, mas vamos lá...

A muito tempo atrás haviam boatos que rodeavam a cidade de Hanter, falava-se que até mesmo seu desejo mais profundo poderia se realizar, mas nada era assim tão fácil, para realizá-lo você deveria oferecer algo em troca de valor equivalente.

A muito tempo atrás haviam boatos que rodeavam a cidade de Hanter, falava-se que até mesmo seu desejo mais profundo poderia se realizar, mas nada era assim tão fácil, para realizá-lo você deveria oferecer algo em troca de valor equivalente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Era uma garota que foi abandonada, sem o amor de uma família, ela queria ser amada como as pessoas normais... com famílias normais...

Naquele momento Ângela respirou fundo deixando aquele desejo idiota de lado. Penteando os cabelos com os dedos, ela deixou a mesa de estudos, precisava estudar muito naquele ano, pretendia entrar em uma faculdade boa e isso lhe deixava inquieta.

Tomou seu banho e foi para cama, estava exausta, sentiu-se pesada e estranha, mais do que o normal. Sabia que não era a depressão lhe pegando, apesar de que todos confundiam tudo de ruim com isso, ou era ela que não via o óbvio?

Adormeceu.

Acordou no meio da noite atordoada, sentiu passos lentos em seu quarto, o ranger da madeira ecoava em seus ouvidos de forma agoniante, sentiu que alguém a observava em meio a escuridão, de repente o silêncio tomou o cômodo, respirou fundo aliviada, pensou que poderia ser apenas sua imaginação, mas continuava em busca de explicações.

Começou a pensar em um milhão de coisas, por um momento sentiu o colchão subindo e descendo indicado que alguém ou alguma coisa estava se aproximando do seu rosto, seu corpo paralisou de medo, arregalou os olhos de pavor em busca de uma explicação para o que sentia e ouvia...

***

No outro dia pulou da cama após o som do despertador ecoar no quarto. Levantou-se e foi para a cozinha, casa vazia como sempre, preparou o café junto com o pão com margarina, depois da refeição voltou para o quarto escovando os dentes e penteado os cabelos, estava atrasada.

Ângela saiu de casa às pressas para o trabalho, mas quando estava passando pela porta pra fora percebeu que estava tudo escuro, olhou no relógio de pulso para confirmar se realmente era o horário de sempre, estava certo.

- Que estranho...

Deixou de lado e seguiu o mesmo caminho que fazia todos os dias, mas a cada virada ela voltava para a mesma esquina de casa, estava confusa, olhou novamente no relógio e continuava no mesmo horário. Olhou em volta e viu uma garotinha brincando no balanço do pequeno parquinho a vinte passos de sua casa onde praticava alguns esportes no seu tempo livre.

Não viu mais ninguém nos arredores, sua curiosidade era tanta de perguntar porque a criança estava ali, sozinha, sem ninguém por perto...

- Ei... garotinha.

- Cadê mamãe? e papai? - A menina perguntou

- Hã? Você está perdida?

- Mamãe me deixou...e pa...pai também. - Disse virando a cabeça lentamente.

- Fique calma, vou ligar pra polícia, eles vão achar seus pais.

- Você também vai me deixar... VAI DEIXAR!!! - A garota gritava cada vez mais irritada abrindo a boca de uma maneira anormal revelando vários dentes, seu rosto retorcia de acordo  que falava.

- Não vai me deixar!... me deixar!.. - Gritava desesperada, cada vez mais alto. Sua voz havia engrossado, não parecia ser um som humano.

- VOCÊ NÃO VAI EMBORA! - Berrou se arrastando pelo gramado cinzento, seus braços se esticavam e agarraram o chão para se impulsionar cada vez mais perto, ao longo que se aproximava de Ângela, agarrau-lhe pelo tornozelo.

- Me solta! Me solta! - A mulher gritava em prantos, desesperada com tudo aquilo.

- NÃO, VOCÊ VAI ME DEIXAR TAMBÉM.

- HÁAAAAA - Acordou ofegante e tremendo a procura de ar para estabilizar seus batimentos, estava ensopada de suor por todo o corpo, seu coração parecia saltar pela boca a qualquer momento. - O...o que aconteceu... parecia tão real... - Passou a mão na testa e fechou os olhos... abriu novamente de forma aliviada, já estava um pouco mais calma.

- Que bom que você não me deixou....

DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora