Amor não se conjuga no passado;
ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.
M.Paglia
Olho apavorada na direção de Felipe, que está branco como papel olhando para o telefone, uma gota de sua lágrima cai sobre a tela do dispositivo, e seu corpo estremece, olho para os lados notando que muitos estão alheios ao estado do meu amigo. O que pode ter acontecido para deixa-lo tão abalado, a ponto de chorar assim em público?
— Felipe? — Levo minha mão até seus ombros e ele se aconchega em mim, absorvendo meu toque. Ele está desolado.
— Não entendo. Por que ela fez isso? — Felipe resmunga e soluça, é estranho ver um homem daquele tamanho chorando como uma criança, eu já o vi chorar assim, mas isso foi quando éramos crianças.
— Está me deixando preocupada, o que houve com a Ana? — pergunto sobre a namorada dele, imaginando que era única "ela" a quem ele podia se referir.
— Ela... — Felipe parece perceber que está em público, se apruma e limpa o rosto. — Preciso sair daqui. Stef, me tira daqui? — seu tom de voz sai sôfrego.
— Claro! Vamos! — Ver o Felipe assim está acabando comigo. "Meu Deus! O que será que aconteceu?", penso, ainda o segurando junto a mim. Arrumei nossas mochilas, coloquei a dele em suas costas e a minha pendurei em meu ombro.
Saímos da biblioteca, o guiei até o pátio, depois até o muro e pulamos. Andamos sem rumo, Felipe permanecia estranhamente quieto, queria perguntar, mas as lágrimas que desciam por sua linda face, me impediram, ele queria ficar sozinho com seu sofrimento e não há mais nada que eu possa fazer, além de respeitar isso.
Chegamos a uma pequena praia, eu não havia percebido que tinha tomado esse caminho, nos guiei até um píer, Felipe se sentou e depois deitou no chão de madeira, colocou as mãos no rosto e soluçou, sentei-me ao seu lado, ainda esperando que em algum momento, ele venha a se abrir comigo.
Não saber o que está acontecendo está me deixado louca, meus nervos estão à flor da pele por ver Felipe nesse estado, isso está me tirando dos eixos. É capaz de eu acabar tentando esganá-lo no processo de seu silêncio.
Ao invés de observar sua agonia, passei a encarar o mar, está calmo e sereno, seu azul límpido e cristalino me faz pensar em juras de amor, que com certeza eu faria ao chorão deitado ao meu lado, se o mesmo não fosse completamente apaixonado por sua namorada.
Será que ela terminou com ele e por isso está chorando tanto? Nunca pensei em algo do tipo, mas se for, meu amor por Felipe irá diminuir, não que eu não ache bonito ele amá-la a esse ponto, mas, poxa, espere chegar em casa e chore no travesseiro!
Tomo um grande susto quando ele grita em alto e bom som, um grito de dor e desespero, ofegante, face avermelhada e olhos quase mortos, senta-se e soca a madeira do píer. Vejo sua mão inchar na hora, tamanha a força do soco. Ele não parece sentir ou se importar, no entanto.
— Eu não consigo acreditar! Eu preciso vê-la! Stef, está doendo tanto, me ajuda? — Ele tem os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, o desespero dele é palpável. Lipe me pega pelos ombros e me sacode levemente, acho que sua ira momentânea me deixou em choque, ele é uma pessoa tão calma.
— Me diz, como devo te ajudar? Sabe que faço qualquer coisa por você! — respondo assim que recupero minha sanidade, ou não.
— A Ana, ela... — Ele soluça. — Se suicidou!
😘😘😘😘
Boa tardeee!
Escrevi este conto para o livro amor em desafio, baseado na música Only and one-Adele!
Espero que gostem e se puderem deixem suas estrelinhas ou seus comentários. 😍😍
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Permita-me ser sua
Short StoryContém 5 capitulos. Boa leitura! Sinopse: Stefany é uma menina geniosa que sempre diz o que pensa, menos sobre seu amor não correspondido por seu melhor amigo, Felipe! Quando uma tragédia abala a relação dos dois, o jeito é tentar levar a vida como...