Ilusões malditas

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Ariane acordara sentindo uma dor horrível no peito. Suas costas doíam, seu ombro estava começando a cicatrizar e suas pernas pareciam estar pegando fogo. Ela se virou para o lado e viu Hanyel sentado em uma poltrona azul marinho que ficava do lado da janela.
- Acordou Ari! - Disse levantando e indo até a amiga. - Que bom.
- Hany você ficou aí a noite inteira?
Ela pergunta e ele se levanta e se senta aos pés de Ariane.
- Sim. Passei a noite me segurando.- Ele começa a se rastejar até Ariane, seus olhos estavam vermelhos. Ariane percebe que não era Hanyel. Sua pele começa a ficar albina. Ariane tenta sair da cama. Mas o mesmo a segura e a deita novamente.
- Me de prazer agora!!
Ele passa sua língua biforcada pelo rosto de Ariane descendo para o pescoço.
- Para!! - Ela tenta o empurrar.
As mãos de Hanyel começam a levantar sua camisola vermelha de renda, e apertar sua coxa.
- Não foi atoa que o chefe é apaixonado por você. Você é deliciosa.- Ariane tenta usar sua cinese.
- Que burra. Seus poderes não podem ser usados. Hahaha
Ariane novamente tenta sair da cama, mas ele a derruba no chão, ficando por cima de si.
- Não fugirá de mim.- erguendo sua camisola e passando sua mão pela sua região íntima.
- Sua bruxa desgraçada!! - Ariane grita e o joga para a parede.
O mesmo se levanta e se transforma na bruxa albina.
- Quero ouvir seus gemidos prazerosos. - Ela se coloca em pé novamente e começa a rir sem parar.
- Não ouse tocar em mim mais uma vez.
Ariane se levanta do chão e fica de pé. Iven vai até ela e a segura. Enfiando suas garras nas coxas da delegada.
- Sua vadia!
Ela vira Ariane, para o espelho. Uma imagem de sua antiga vida começa a se desenrolar. Seus pais conversavam e riam com seus familiares. Ela brigavam com seus primos. Todos riam. Logo a cena muda para alguns anos depois. Ariane se arrumando para ir pro Colégio vai até a janela e sente o ar entrando por ela. Mas adiante se vê nos destroços de sua casa. Estava destruída. Sangue pintava as paredes dos cômodos. Ela caí de joelhos e vê Victor, ela corre até ele e o abraça. O mesmo retribuiu.
- Sua tola. - diz e da um sorriso cínico.
Sua risada ecoa pela casa, Ariane se retorce nas garras de Iven. Senhor Han aparece, aquele homem gentil e humilde de sempre sorri calorosamente.
- O que sente ao saber que foi a culpa pela morte desse homem? - Iven pergunta segurando Ariane pelos cabelos. - Resposta sua vagabunda.
Ariane franje a testa com dor.
- Cala a boca sua desgraça.
Ela aperta mais a mão em volta do cabelo de Ariane.
- Sabes que ele morreu por sua causa. Esse velho protegeu você e o filho mesmo sabendo que você é uma aberração.
O coração de Ariane aperta, Senhor Han sabia o que ela era e mesmo assim tentou protege-la.
- Ele aceitou a sua dolorosa morte para protege-la. Que estúpido.- ela faz cara de nojo. - Esse velho japonês já a considerava como filha. Esperava que você se casasse com seu filho... Ooohh que emocionante. Pena que o chefinho não deixará. Realmente esse velho patético merecia a morte.
- Pare de falar dele sua vaca!
Ariane consegue se soltar das garras de Iven, a mesma gargalha.
- Vejam a bruxa do vento é forte.
Ariane estica suas mãos fazendo que a bruxa seja levantada por ar e arremessada várias vezes no teto.
- Sua maldita!!!.
Ariane sente uma dor terrível em seu abdômen no local aonde levará uma apunhalada alguns anos trás. Ela olha para baixo, para sua barriga e vê um punhal cravado na mesma. Sangue jorrava de sua barriga. Ela vê uma mão usando luvas negras cravar ainda mais o punhal. Era ela. A bruxa que tentará mata-la quando tinha apenas 17 anos. Ela sorri para a delegada, que lacrimejava. Seus olhos se fecham. Ariane acorda suando olha para todos os cantos estava sozinha em seu quarto. Relaxa um pouco, seu peito ainda latejava.
- Desculpa senhor Han.
Ela suspira, levanta de sua cama e vai tomar uma ducha.

Bianca cantava uma música de Twenty One Pilots enquanto fazia o café da manhã.
- Vejo que ainda sabe cantar as músicas do TØP. - diz Ariane descendo as escadas. Bianca a olha.
- Não há como esquecer! Ainda sonho em abraçar meus amores.
- São bem velhos agora. Infelizmente. - Ariane diz se sentando em uma cadeira perto do balcão.
- Realmente.
Ariane se serve com o café.
- E Hanyel aonde ele está?
- Foi na floresta tentar falar com cernunnos.
- Será que ele vai conseguir dessa vez?
- Não sei. Ele já tentou várias vezes e não conseguiu. - Bianca diz colocando uma xícara de café para ele e pegando uma torrada e se sentando ao lado de Ariane.
- Huum. Talvez ele consiga. - Ariane massagea o peito que ainda doía.
- Está tudo bem Ari?
- Está... Só estou com um pouco de dor.
- Espera vou fazer um chá para ti. - Bianca vai até o armário e pega algumas ervas. - Aconteceu algo? Digo porque quando você está assim algo aconteceu. - diz colocando as ervas em uma chaleira.
- Um sonho. Tive um sonho não muito bom.
Bianca coloca a chaleira no fogo.
- Quer contar?
- Iven. Ela invadiu meus sonhos... Estava com a aparência de Hanyel. Tentou abusar de mim.
- Quer dizer que ela usou Hanyel para fazer isso com você?
- Exatamente. - disse.

- Obrigado pelo chá Bianca.- Ariane diz. - Já aliviou um pouco.
- Que bom que funcionou.
Bianca sorri. Hanyel entra pela porta da cozinha irritado.
- Não conseguiu Hanyel? - pergunta Bianca.
- Não. Novamente não consegui.
- Porque será que ele não está falando com você?
- Também não sei. Gostaria de saber. Hanyel abre a geladeira e pega uma garrafa de leite.
- Você fez chá? - Pergunta ao observar a xícara de chá de Ariane.
- Fiz. A Ari estava com dor.
- Ah. Pesadelo?
Ariane o encara, ele sempre foi bom nessas coisas.
- Sim. Sonhei que você tentou me estrupar.
Hanyel para de beber seu leite.
- Quê? Eu?... Nunca iria fazer isso com você.
- Eu sei. Mas ela o usou.
- Ela? Iven?
Ariane assente em acordo.
- Puta!! - Hanyel soca o balcão.
- Calma. Foi só um sonho.
- Mas ela a torturou.
Ariane desenha desenhos imaginários pela borda da canela.
- E ela também apareceu depois de anos da sua morte.
- Não me diga que é a bruxa ....
- sim. Ela mesma. E seu punhal estava no exato local aonde havia cravado.
Hanyel passa a mão pelo rosto.
- Ela estão querendo nos deixar loucos. Primeiro não consigo falar com ele, e agora isso... O que mais falta nessa porra? Vemos um mar de sangue?
Bianca observa a escada inquieta. Ela dá um passo para trás.
- O que foi Bianca? - Ariane pergunta.
- A escada...
- O que tem a escada? Ariane pergunta olhando para a mesma. Não havia nada.
- Há sangue nela.
Hanyel a olha e olha para a escada.
- Não tem nada ali.
- Tem sim. Está escorrendo vindo em nossa direção. - Bianca bate na parede.
- Bianca não tem nada.
- Não sou louca.... Mate-a! - Bianca grita.
- Matar quem? - Ariane fala preocupada.
- Ela. Aquela mulher ela está com um bebê morto no colo... Ela o matou.
Bianca vê uma mulher vestida de branco, e com seu cabelo preto no rosto. A bainha do vestido roçava pelo chão, estava coberta de sangue. Seus olhos eram podres. Suas mãos compridas, puro osso. Segurava um bebê, um garotinho de ponta cabeça. Todo aberto. O sangue jorrava. Estava sem uma das pernas. Ela estica a mão até o braço do bebê e o arranca e começa a engoli-lo.
Bianca se apoia na parede, a cena é muito forte para seus olhos.
- Bianca!! Bianca é apenas uma ilusão! - Ariane tenta dizer o óbvio.
- Não é!!
- Bianca!! Acorde. Você precisa acordar!
- Bianca nos ouça. - Hanyel segura seu rosto entre as mãos. - Ela está tentando de torturar. Você tem que voltar ao normal.
Bianca o olha nos olhos.
- Hany... Eu vi...
Bianca desmaia. Hanyel a segura.
- Ela ficará bem. Não sabemos o que tanto ela viu. É melhor deixar ela descansar por hoje. - disse pegando Bianca no colo e a colocando no sofá.
- Não aguento mais isso. - Ariane diz chutando a parede.
A casa fica em silêncio, os amigos observam Bianca dormir. Não sabiam o que exatamente Bianca havia visto, mas imaginavam que a cena deveria ter sido forte. Ariane se encolhe. Já havia passado por isso uma vez. Só de lembrar o seu corpo se arrepiava. Hanyel a abraça forte. Acabam adormecendo um no ombro do outro e de mãos dadas.

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