O que a sociedade tem em comum: desabafos

24.01.03

Olá, antes do desabafo, um aviso. São pessoas aleatórias, então.. cuidado ao criar teorias. 

A CAPA É O NAMJOON POR DOIS MOTIVOS: Quis fazer isso pensando nele, o fato de ele passar por problemas, e estar tudo bem por isso.  Dois, não tem outra capa.

Os erros de português podem acontecer e eu não ousaria corrigir um desabafo, pois é algo muito pessoal para ser tocado. 

Qualquer informação pessoal deve ser respeitada (e será postada com a autorização do autor) 

O conteúdo é adulto pra dar mais liberdade aos desabafos. Boa sorte.

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Não consigo me lembrar da última vez. A última vez que eu disse: "Estou feliz, de verdade.". Na verdade, não sei se houve uma época em que meus problemas eram quase nulos (Porque dizer-se sem problemas é argumento inválido. Nascer é um problema em si.)

Todos os dias de minha vida eram como uma tela de televisão. Os dias se passavam, e eu via tudo acontecendo ao meu redor, as vidas que andavam e desandavam, as notícias, o mundo girando. É, mas nunca percebia a minha própria presença. Fui acostumada a ser neutra, invisível, nula. De coração bom para uso público; Venham todos, pois esse coração, ainda que se quebre mil vezes, unirá seus caquinhos para recomeço e uma nova quebra. Sempre fui serena quanto ao convívio, calma. Não gosto de brigar, ferir não é de meu feitio, ainda que acabe por ferir os outros quando as crises me atacam. Atrair sorrisos é uma conquista, ah! Quantas vezes eu quis que alguém apenas dissesse: Você é legal. Mas isso só valia para os que eu admirava, nunca valorizei um elogio dos que me amam, sempre achei a opinião dos mesmos um pouco roubada. É bom elogiar quem se ama, mas eu não gosto de elogios por amor, e sim por reconhecimento.

Pesadelos são a mistura do alívio e a dor extrema, todos eles parecem mais reais que os próprios sonhos, mas quando se acorda, Deus, a sensação é revigorante. Até entendo, é ótimo saber que o demônio na verdade era só coisa de sua cabeça, que a ponte na verdade não caiu enquanto você atravessava o rio, que você não está nu e muito menos está na escola. É ótimo. Mas no meu caso sempre foi diferente. Eu acordava, torcendo pra que fosse mais um pesadelo, sempre tive muitos pesadelos, e ainda vivo um. Não, não me conformo de ter nascido, afinal, nascer para a infelicidade? Felicidade momentânea gera mais tristeza, nostalgia leva ao choro, e quanto mais objetivos você cumpre, mais você cria, e mais difíceis eles são. Você se acha bom mas sempre haverá alguém muito acima de você, talvez mais novo, talvez menor, mais fraco. Melhor mesmo assim. E essa é a vida. Podem até não existir esses seres perfeitos, mas existem pessoas melhores que nós, enquanto você estiver no topo, os abaixo de você se sentirão mal. Eu nunca amei a vida, pelo menos não a minha, aprecio tudo ao meu redor e gosto de absorver o máximo da experiência, externa. Não me leve a mal, mas, o que há de interessante em viver?

Agora é a parte das perguntas, então vamos lá. Se odeia tanto a própria vida, então por que não se mata? Dois motivos, o primeiro é que odeio a vida, mas estou nela por um motivo, acredito que meu objetivo seja ajudar as pessoas, não nego que fico demasiadamente feliz com isso, desta forma acabo cedendo ao impulso de viver, um dia eu sei que um sorriso será de agradecimento, e não de amor. O segundo é que me matar só tirará o esforço do pobre pequeno espermatozóide que lutou por essa vida, já o óvulo não tinha muita escolha. Creio que minha mãe também não, fui uma surpresa (risadas descontroladas). Próxima pergunta: Por que ainda não se encontrou? Essa pergunta é incrível, o processo de se encontrar não vem carregado de autoestima e autoaceitação, na verdade, ele vem repleto de descobertas que te moldam no fogo, e depois te jogam na água fria. Então você vira uma espada, e corta todos que desafiam o seu amadurecimento. Todos os dias eu aprendo algo novo, e perco algo velho, então eu tento recuperar o que perdi, mas aquilo parece ainda mais distante. Eu já me encontrei, já me moldei, mas não significa que eu deva amar a vida, ou melhor, a minha.

De qualquer forma agradeço quem me entender, quem se sentir assim também, e principalmente, quem não julgar. Se amar é ideal, mas é uma caminhada difícil. Juro que estou tentando.