o começo

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  Me chamo Helena, tenho 17 (logo, logo 18) anos, sou adotada, tenho cabelos negros até a altura do cotovelo, uso oculos e tenho olhos castanhos, até ai você pode pensar: "Nossa, mas por que falar sobre a vida de uma garota tão normal ?". Bem, aí vai o porque: eu sou uma serial killer.

  Aos 15 anos, matei minha primeira vítima.

  Eu sempre fui o oposto do que minha aparência de santinha fofa dizia, mas ninguem percebia ou sabia disso, até mesmo porque, não era muito de me abrir com as pessoas, nem minha mãe acharia possivel eu ser o que eu sou, e, incluindo nesse grupo de ''ninguens'' estava meu ''ficante'', Joe, um cara lindo, popular, metido, ''garanhão'', burro, lerdo, vazio e absurdamente superficial, eu sinceramente não sei porque eu estava com ele, talvez por apenas passar o tempo as vezes, porque ele era o tipo de pessoa decepcionante, linda, mas decepcionante.

  Naquele dia fomos para uma festa perto da escola, cada um foi para um canto, nunca me importei, talvez porque ele não fosse nada para mim e nem eu para ele, de qualquer forma, lá estava eu uma hora depois,já no estado de bêbada e minha coragem elevadíssima. Eu e Joe tinhamos discutido, nem lembro o motivo, mas eu estava puta da vida com ele, e então, para piorar o estado "puta da vida" somado ao de bêbada, pego ele beijando e quase despindo uma vadiazinha platinada, mas ignorei e continuei bebendo e rindo de algo que nem eu mesma sei dizer o que era. Passado alguns minutos, Joe aparece muita mais bêbado que eu e ja começa a me agarrar e me levar para um canto, tomada por aquela chama súbita e obscura, fui com ele e acabei guiando-nos para um quarto, tranquei a porta e quando me dei conta, já estava na cama por baixo dele.

  Nesse momento, aquela chama toma posse do meu psicológico, desabilitando todas as outras partes temporariamente e eu acabou invertendo nossas posições, e ele se levanta e encosta na cabeceira da cama. Voltamos a nos beijar, pego a minha camiseta e envolvo em volta de seu pecoço, começando a apertar, e ele, bêbado, nem percebe no inicio, mas eu vou apertando cada vez mais forte e como estava menos bêbada que ele, estava mais agil, apos nanos segundos ele para o beijo e se afasta o quanto pode, mas ele estava preso entre eu e a cabeceira, enquanto isso, vou apertando mais e mais e ele vai me dando empurrões e se debatendo, até que para e eu percebo que ele morreu.

  Visto minha camiseta, procuro no quarto por um tecido qualquer, encontrando uma camiseta masculina, limpo tudo que eu acho que possa ter uma digital que me entregue direto para a policia, abro a janela (agradecendo por estar no térreo da casa) saio e fecho a janela de novo.

  Depois de mais umas duas doses de qualquer bebida da mais forte que a barman falou que tinha, peguei meu carro, um Astra, e vou para casa. Chegando lá, estou acabada, mas preciso vomitar, e apos tres sessões nada admiraveis de vomito, vou para a cama, agradecendo metalmente por não ter feito muito barulho e ninguem ter se levantado. Me deito, e sem nem pestanejar, adormeço.

  No dia seguinte, me levando com uma enorme dor de cabeça, mas um bom humor inesperado e incomum. Tomo um banho, coloco a primeira roupa que vi pela frente, pego uma fruta e ja vou para o carro, por que estava atrasada para a aula. Ja no carro, perdida na musica que tocava, passo por uma rua totalmente tumultuada e logo percebo que é a rua da festa de ontem, e então, penso nos acontecimentos, que me são como borrões, mas com esforço me lembro de tudo com mais precisão. Eu matei o Joe. Eu mantei alguem, mas eu simplesmente não me importo. Meu lado racional ou pifou ou bebeu e fez amizade com aquela parte minha ''assassina'', porque eu matei alguem e simplesmente não me importo, sim, isso é estranho, mas tanto faz, me sindo completamente bem, até regenerada, refortalecida, como se matar alguem fosse libertador, um combustivel viciante.

  Pensei em descer do carro e prestar meu sentimentos a familia, só para manter o respeito, mas quase morro pisoteada na tentantiva, porque a rua estava completamente preechida por aglomerações de telespectadores curiosos e policiais, então volto para o carro e sigo para o meu destino.

  Já na escola, vejo a maioria das pessoas supostamente abatidas, algumas até choram, em frente ao armario do Joe tem flores, fotos, cartas e até pelucias, tive que rir, Joe pegaria aquelas pelucias e desenharias peitos e bundas nelas se estivesse vivo, porque era só nisso que ele pensava mesmo. Peguei umas flores ali do jardim da escola mesmo, uma folha do meu caderno e uma caneta vermelha e escrevo:

 "Só porque eu te amo um pouco demais, nos vemos por aí ."

  Tive que colocar algumas citações de uma musica (lana del rey - serial killer) porque se não, dormiria arrependida.

  O dia passou de forma lenta e tediante, escondi e disfarcei meu bom humor e fiquei me dando de garotinha que perdeu o cara que poderia ser seu noivo, as pessoas vinham, falavam sobre ele, algumas choraram tanto, que eu me surpreendi com quantas lagrimas o organismo delas deve produzir, e enquanto falava varios ''ele vai fazer falta'' ou "eu sinto muito a perda dele'' tinha no pensamento que eu o amava sim, pois ele me ofereceu uma sensação absurdamente boa, e o amava por isso.

compulsão fatalOnde histórias criam vida. Descubra agora