Rastro

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- Tudo bem então... só o leite ou mais alguma coisa?
- Pode me trazer um pouco de rúcula também.
- Ok, Bianca. Vou indo antes que o mercado feche.
- Tabom, Hany. Se cuida. - Bianca desliga o celular e se senta no sofá junto com Adriana e Elemi.
- O pedrinha gosta de ir ao mercado, não é? - Elemi diz ao beber um pouco de chá.
- Pedrinha, Elemi? Faz anos que você não chama o Hanyel de pedrinha. - Adriana diz deixar uma bandeja com biscoitos na mesa de centro. - Shadow... sai daí! - Shadow desviar o olhar dos biscoitos e pula no colo de Bianca.
- Acho que ele tem algum problema com comida! Não pode ficar sem! - Bianca bebe um pouco de chá.
- Deveras! - Elemi diz ao por a xícara sob o pirex em sua perna. - A fome deixa as pessoas loucas!
- Me impressiono em saber que ele ficou dias sem um pingo de água naquela zona morta. - Adriana fala.
- Ele foi forte. Falando em forte... Cernunnos falou com ele!
Adriana cospe um pouco de chá e se levanta.
- O-O que você disse?
- Cernunnos falou com Hanyel!
- Adriana! Sabe o que isto significa? - Elemi também se levanta.
- Claro! Nossa... eu... ele está evoluindo!
- Isso é bom? - Bianca coloca Shadow no chão.
- Isto é ótimo! Agora ele terá mais proteção contra as Negras e... se tiver sorte... as dores de cabeça irão acabar!

No mercado, Hanyel segurava a cesta com uma mão, enquanto a outra batia nas caixas de leite no ritmo da música que estava ouvindo. Era Eluveitie, sua banda favorita, estava ouvindo Quoth the raven.
Depois de ir pegar as rúculas que Bianca pediu, ele se direciona ao caixa e logo vai ao estacionamento pegar seu carro. Ao desligar o alarme, ele abre a porta e coloca as sacolas.
- O que é isto? - Hanyel diz ao sentir um cheiro metal escuro. - Parece o cheiro de... - Dois grandes pretos entram no estacionamento. - Malditos!
Hanyel pega a chave do carro e quando vai entrar, alguém lhe chama.
- Professor?
- Ahn... Maria! Oi, err eu...
- Que saudades eu estou do senhor! - A garota abraça Hanyel.
- Eu também estou com saudades!
- Está tudo bem?
- Maria... eu... tenho que ir, não estou muito bem... eu...
- Profes...
Ele apenas ouve o som de um disparo. Os olhos da sua aluna ficam vidrados, ele sente algo rasgando a lateral direita de suas costelas. Hanyel segura  Maria nos braços, havia levado um tiro, estava morta.
- MARIA! - Gritou Hanyel com os olhos cheios de água.
Os dois carros dão a volta, iriam atirar novamente.
- SEUS MALDITOS!!! - Sem pensar, ele solta o corpo da garota e estica suas mãos aos carros. - Vão se arrepender por isso!
O chão trincou e pedras pontiagudas perfuraram os pneus dos dois carros, fazendo-os parar ali mesmo. Descem deles oito homens, todos armados e com armaduras negras.
- Parado aí, aberração!
Hanyel ignora a ordem, uma expressão de raiva toma seu rosto, seua cabelos cobrem seua olhos, ficando apenas seua sorriao doentio a mostra.
- Parados vocês! - Ele faz um guarda petrificar instantaneamente.
Eles começam a atirar. Hanyel faz as balas de metal desviarem de seu corpo, fazendo-as atingirem os carros e pilares do estacionamento. Bate com o pé no chão e três guardas tem seua corpos partidos ao meio por estacas de pedra.
- Peguem as espadas! - Gritou um guarda ao sacar uma espada negra e indo em direção a Hanyel.
- Por qual motivo vocês a mataram? - Hanyel desvia de um golpe de espada e chuta as costas de quem o golpeou.
- Pelo mesmo motivo que mata nossos guardas... NENHUM! - Disse um guarda forte que quase atingiu o rosto de Hanyel, fazendo com que cortasse uma mecha de seu cabelo.
Hanyel vê seu cabelo ao chão.
- O meu cabelo não!! - Ele salta para trás e gira para a esquerda, golpeando com uma pedra a cabeça do guarda que tentou lhe ferir.
Sangue jorra no chão. Os outroa guardas atiram e vem com golpes de espada. Hanyel bate seu pé no chão, fazendo estacas de pedra partirem o corpo dos demais. Sobrara apenas um, que lhe encarava com coragem porém receio. Ele enrola seu cabelo em um coque e olha para o guarda.
- Foi você que atirou nela, não foi?
Foi aí que pessoas começam a descer assustadas no estacionamento esperando saber do que se tratava tais barulhos de pedras  e disparos e gritos de dor.
- Saiam daqui! - Hanyel corta o ar com a mão fechada e um muro de pedra divide o estacionamento. - Agora... diga-me... FOI VOCÊ QUE ATIROU NELA?
O guarda dá uns passos para trás em forma de recuo, Hanyel avança.
- FOI VOCÊ! - Suas mãos se direcionam ao homem de armadura que é jogado contra o grande carro preto.
Ele caminha até o homem e coloca a mão no peito dele.
- Você acertou bem aqui! - Um grande espinho perfura sua carne e atinge seu coração, fazendo o guarda gritar de dor e cospir sangue.
- ME MATE! - Gritou o guarda agonizando enquanto o espinho se enraizava em seu corpo.
- Daqui a pouco! - Disse Hanyel ao fazer o segundo carro se retorcer como uma folha de papel e se unir ao carro onde o guarda estava morrendo.
Com os olhos fechados Hanyel apenas balança sua mão e os carros e o guarda são lançados a toda velocidade para fora do estacionamento, batendo contra outros dois carroa que estavam parados na rua e atingindo um poste na Praça em frente ao mercado.

Ele faz o muro de pedra abaixar. Dezenas de pessoas estavam ali tirando fotos assustadas com o que havia acontecido.
- SAIAM DAQUI!!! - Hanyel fez a estrutura do mercado se abalar.
As pessoaa corriam e gritavam.
- É um bruxo!
- Chamem a polícia!
- As aberrações ainda existem!
- Corram!!

Ele abre o carro e sai com ele. Passando ao lado dos carros amassados e do guarda ferido, ele vê uma multidão assustada. Não pensa em parar e vai em direção a casa de Adriana buscar Bianca.

- O Hanyel está devorando!
- Deve estar na cafeteria! - Adriana disse.
- Bom, garotas... eu vou indo!
- Mas já, Elemi?
- Tenho que ir, não sou mais uma mocinha para ficar andando nas ruas a esta hora.
- Sem falar nos guardas... - Adriana resmunga.
- Isso também, minha amiga. Irei indo, até mais.
- Tchau, Elemi, se cuida. - Bianca se despede de Elemi.
- Pode deixar, pequen... - Elemi ia abrir a porta quando Hanyel entra afobado. - O que é isso?
- Hanyel? O que houve? - Bianca se levanta.
- E este sangue, meu filho? - Adriana corre até Hanyel.
- Vamos para casa, Bianca. AGORA!
- AOM? - Bianca pergunta.
- Sim!
- Malditos... o que elea fizeram?
- Mataram uma aluna minha em meus braços, fiz todos se aprenderem por terem nascidos.
- Fez isso no mercado? - Elemi pergunta.
- Sim, não podia deixar passar.
- Minha Deusa... eles começaram a caçada novamente. - Elemi põe as mãos na cabeça.
- Fique aqui, Elemi! Nós iremos buscar Ariane!
- Vão, meus filhos, ela deve estar correndo risco... VÃO! - Adriana faz a porta da casa se abrir.
Bianca e Hanyel correm até o carro.
- Eu... eu fiz uma coisa...
- O que fez?
- Petrifiquei um guarda...
- Como??? - Bianca pergunta assustada ao por o cinto.
- Eu não sei... - Hanyel acelera o carro fazendo os pneus cantarem.

Estavam a algumas quadras da delegacia, quando Bianca sente uma grande movimentação de pessoas.
- Hanyel!
- O que foi?
- Vire a direita.
- Por qual motivo?
- Estou sentindo temperaturas estranhas...
Hanyel vira o carro em alta velocidade e o ele para instantaneamente.
- O que houve?
- O carro parou do nada!
Bianca olha a frente e vê vários camburões e homens fardados.
- São eles! - Disse ao descer do carro.
- Bianca! Espere! - Hanyel desce também.
- Parados aí! - Bianca corre em direção aos homens, estavam colocando alguém no camburão.
- A bruxa de fogo! - Um guarda gritou.
Começaram a atirar. Hanyel de longe fez as balas desviarem. Bianca apenas bateu a palma de suas mãos e uma onda de ar energia extremamente quente fez os guardas voarem contra as prédios e os carros capotarem.
- Cuidado, Bianca! - Hanyel grita ao lançar três grandes pedras em cinco homens que se levantavam do chão.
- Soltem ele! - Bianca grita aos guardas que colocavam alguém no camburão.
Bianca estica suas mãos e faz os carros explodirem em chamas, queimando quatro guardas. Ela faz levitar alguns pneus em chamas e atira em direção aos homens ainda vivos na rua. Todos morrem borbulhando em borracha quente.
- Bianca, você está bem? - Hanyel chega ao lado de Bianca.
- O camburão, eles estão levando alguém!
Hanyel bate o pé no chão e uma linha de estacas de pedra vão surgindo até o camburão, mas não o atinge.
- O que aconteceu?
- Eu não sei! - Hanyel fala confuso.
- Eu dou um jeito!
O camburão começa a sair, quando os olhos de Bianca ficam vermelhos e o asfalto abaixo do carro começa a borbulhar, fazendo os quatro pneus explodirem em chamas. Os dois vão correndo em direção ao camburão, mas paralisam no chão.
- Hany...
- O que foi isto?
Eles olham para frente e veem Agnes caminhando na direção deles.
- Olá, bruxos! Saudades?
- Quem estão levando, sua vadia? - Bianca grita nervosa.
- Hoje não irei sujar minhas mãos com vocês... - Agnes dá as costas a Hanyel e Bianca e faz um portal negro se abrir e engolir o camburão.
- Mandarei lembranças! - Agnes diz ao se tornar um corvo e adentrar no portal, que some em questão de milésimos de segundos.

Bianca e Hanyel caem no chão, ambos sentiam uma angústia no peito. A rua estava em chamas, os bombeiros estavam vindo,  ouviam o som das sirenes.
- Não gosto de sirenes... - Disse Hanyel ao ajudar Bianca a se levantar.
- Eu também não... agora vamos antes que alguém tente nos pegar.
Os dois saem correndo e sobem no carro indo em direção a delegacia.

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