3 A FUGA PARA O QUARTO

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Logo após a despedida de Lurdes, o pintor começa a imaginar o que fará quando estiver novamente diante do seu grande amor, e para onde irá levá-la. Sua mente viaja, e parece que se passam dias, mas não chega a bendita hora de seu resgate.

Olha para as paredes de tijolos robustos, levanta-se de sua cama e espia pela grade, que olhando para frente dava para uma floresta, porém olhando para baixo desanima-se ao ver os incontáveis homens que guardavam aquele lugar, sua cela era alta, e ele não via maneira de sair daquele lugar vivo.

Mas sua conexão com Lúcia era forte, ele não queria morrer ali. Então voltava sua mente para ela por causa do desejo da liberdade que somente viver esse amor poderia lhe trazer.

Pensava em levá-la para Veneza, em seguida para Milão, daí novamente imagina seus olhos, e o sabor de sua boca. Traça planos e planos, mas, por fim só deseja tê-la em seus braços ainda que por um único instante. Novamente intriga-se pelo fato de estar encarcerado por um crime que não cometeu tentando juntar os pontos. Mas nada sobrevinha em sua mente.

De repente o silêncio é quebrado pelo barulho de passos vindo em sua direção, vê uma luz como que de uma lamparina e as correntes de sua cela fazerem barulho.

—Vamos!— Disse um guarda, acelerado e desconfiado, pega Lorenzo pelo braço e o conduz pelo corredor que parecia não ter fim, em seguida descem pelas escadas até dar de cara com uma porta robusta de madeira, passando por ela havia um compartimento que dava a sensação de estar no subsolo.

— Procure não olhar!— Exclamou o homem, temendo que após a fuga sejam revelados o atos de barbaridade que podiam ser observados ali.

Mas Lorenzo não resistiu e pôde ver, o horror, instrumentos de tortura embebidos em sangue, alguns ainda com vítimas, a maioria estava com o rosto coberto com um capuz preto. Ficou pálido e aterrorizado. Viu um corpo em um aparelho com seu pé totalmente, torcido para trás, outro cadáver amarrado com o maxilar caído, separado por um instrumento que assemelhava-se a uma pera, outro pendurado por um gancho com as unhas dos dedos da mão direita, arrancados, e o último mas não menos assustador estava todo amarrado em uma cadeira com duas setas de besta no peito e seu globo ocular saltado para fora da cavidade.

No final da sala o guarda abriu um alçapão por onde passaram, desceram mais algumas escadas chegando por fim aos esgotos da prisão.

O fedor era quase insuportável, haviam morcegos e ratos por toda a extensão, alguns podiam se observar estar com pedaços de carne na boca, seguiram em frente por mais alguns minutos em meio à merda até que chegaram em uma porta de aço, e abrindo-a se viam longe dos muros, na floresta.

O guarda empurra Lorenzo, e antes de voltar pelo caminho que veio, adverte:

— Mais adiante tem um cavalo à tua espera segue em frente e chegará na cidade, mas ouça! Se contar o que viu na sala de tortura, te matarei eu mesmo — bate a porta e se vai.

Lorenzo ainda chocado com o que viu, imaginando que se não tivesse escapado provavelmente acabaria torturado e morto. Embrenha- se na mata seguindo sempre em linha reta e dá de cara com um cavalo, e sem demora apeia nele, cavalgando em direção à liberdade.

A meia-noite se aproxima e seu coração acelera, a cada passada do cavalo até que chega na piazza della signoria, olha para a fonte de Netuno e lá estava ela. Logo desceu do cavalo olhou em seus olhos, e a beijou como se não houvesse amanhã...

Os dois jamais haviam vivido tanta magia, mas nessa hora a prudência era necessária pois poderiam ser descobertos...

— Como escapou de casa Lúcia?

— Acha mesmo que uma moça como eu nunca deu uma escapulida?- Disse lúcia segurando a mão de seu amado com um sorriso que não se continha, seus olhos brilhavam, e a lua iluminava os dois, parecendo que foi feita para eles.

Sem demora Lúcia sobe no cavalo, agarra bem forte em Lorenzo e cavalgam pela noite rumo ao norte.

Após cavalgarem um dia e uma noite, exaustos, decidem parar em uma estalagem para descansar, onde desfrutam sua primeira noite juntos, logo após falarem com o recepcionista, já com as chaves em mãos, Lorenzo a toma em seus braços e sobem até o quarto, coloca Lúcia sobre a cama, e olhando bem fixamente em seus olhos diz:

— Até parece um sonho, eu e você aqui.

— Também não posso acreditar que é real, depois de ver os homens do capitão arrancarem você de mim no baile — relembra Lúcia segurando nas mãos de Lorenzo.

— Parecia que meu coração ia explodir, quando me beijou novamente, depois que eu repeti aquela frase do dia em que tu estragaste meus quadros.

— Oh, me desculpe por isso! Acredito que ainda há tempo de te recompensar— disse Lúcia sorrindo, fecha os olhos e beija Lorenzo sem dizer mais nenhuma palavra.

Em seguida Lorenzo a deita na cama e começa a despi-la, enquanto acaricia seu belo rosto, beija sua boca e remove a parte de cima do vestido, enquanto desce com sua boca pelo queixo, depois pelo pescoço, ombros, sobe até seu ouvido dá um breve gemido e sussurra:

— Você é minha, sua pele é minha, seus olhos são meus, sua boca, seus cabelos, seu coração, e sua mente pertencem a mim.

Em seguida continua descendo com sua língua até seus seios e aperta um deles com uma das mãos, enquanto lambe o mamilo do outro em movimentos circulares, depois coloca-se por cima dela e beija sua barriga enquanto vagarosamente remove a parte debaixo do vestido.

Ele ergue as pernas dela e beija começando pelos pés, e desce até suas coxas, acariciando toda a extensão do seu corpo como se estivesse desenhando-a. Ela insistentemente queria tocá-lo mas ele não deixava, porque havia algo diferente nele, essa diferença se resumia ao seu ego. Não bastava uma mulher estar nua em sua frente, o que lhe excitava era o que ele causava, com seus toques e carícias, deixando-a completamente louca. Com Lúcia não foi diferente, depois de beijar suas pernas, ele remove sua calcinha, jogando-a para longe, olha vulgarmente para ela e coloca sua boca entre suas pernas, sentindo o sabor do rio que dali jorrava, e vendo-a se contorcer toda em meio aos seus gemidos e arrepios de prazer, não pôde suportar seu desejo por muito tempo, então subiu beijando-a por sua barriga até chegar novamente em seu ouvido e disse:

— O único lugar que quero estar agora é dentro de você.— Segurando bem forte nos braços dela e beijando em sua boca, perdido em meio aos seus longos cabelos negros, entrou nela, primeiro devagar, depois foi alternando entre rápido e forte.

Tomou ela em seus braços e encostou-a na parede quando então sentiu ela se derramar, apertando seu membro, e ele não resistiu, colocando todo seu amor e desejo como jamais imaginou sentir, derrama-se junto com ela, em seguida pegaram no sono, e ela sentindo-se protegida como nunca antes havia experimentado dormiu no peito dele, que era um pouco peludo e muito quente. Sem imaginarem o que se passava no lugar de onde saíram...

Mensageiro das trevas a origem dos vampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora