Capítulo 1

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A alegria festiva que se instaura ao redor estampado no rosto das pessoas, já é o suficiente para saber que não pertenço a esse lugar. Caminho entre a multidão de pessoas empurrando para abrir espaço, as expressões de animo no rosto delas morrem ao chocarem seu olhar comigo, alguns até desaceleram seus passos parando de dançar com a música que ressoa em volta, para ficar me observando. Minha presença é tóxico para eles e quanto mais caminho posso sentir minha onda de desânimo lavar toda harmonia.

Não sou exatamente o perfil que seria convidado para um festival desses, apenas Adelaide para querer minha companhia. O cheiro doce das flores e seu estouro de cores parece se alojar em tudo, até mesmo o sol não deixou a desejar hoje, nos filtra de um laranja ardente dizendo que o inverno chegou ao fim, para meu azar odeio o calor, parece grudar no corpo arrancando o suor, e as nuvens ganham espaço para revelar um céu nu. Todo esse conjunto de pequenas coisas me enjoa.

Consigo sair do meio da multidão, depois de quase ser sufocado entre todos gritos e pés dançantes e agitados. O centro da praça permanece mais calmo, a verdadeira festa está acontecendo nos arredores. Mas ainda assim aonde estou não se livra dos enfeites. Enormes canteiros floridos, respingados de diferentes cores se alastram por todos os lados.

Esforço minha visão que arde com a amplitude do sol, e consigo ver Adelaide. Está sentada em um dos bancos da praça com um jarro de agua regando um pequeno canteiro a seu lado.

- Vai acabar afogando elas.- Ela mal notou minha vinda. Consigo ver um pequeno espanto em seu rosto quando percebe minha presença.

- Oh querido, que bom te ver. - Ela puxa meu braço com força, fazendo cair a seu lado. Então me sufoca com um forte abraço, amassando meu rosto em seus cabelos grisalhos.

-Acho que você é a única que pensa assim.- Me refiro aos olhares em volta.

- Não se importe com os outros querido. Eles julgam pela aparência, se é vívido e colorido por fora é de seus agrado.- Ela se inclina para pegar com cuidado uma rosa murcha no chão, suas pétalas começando a ficar acidentadas.- Mas as vezes, oque eles julgam ser simples e sem graça, guardam belas coisas por dentro.- Ela abre as pétalas desgastadas da flor para revelar uma joaninha abrigada lá dentro. O inseto se assusta abanando suas asas agitadas para voar em um canteiro longe dali.

Penso em protestar. Em como há pessoas que aparentam ser entediantes por fora, mas são ainda mais acinzentadas por dentro, não tendo nenhum valor a oferecer. Mas fico calado, não quero nublar os pensamentos de Adelaide a ponto de chegarmos em uma discurssão.Ela é do tipo que sempre tenta encontrar o lado bom de algo, mesmo que esteva soterrado sobre uma camada espessa de cimento.

-Oque está achando de toda essa maravilha querido?- Ela abre seus braços em saudação ao lugar.

Dou uma leve raspada de olhar em volta, só para confirmar o quanto detestei.

-Hum, não faz muito meu estilo. Mas tirando todo esse exagero de flores e essa musica insuportavel,até que é legal. Sinto uma cotovelada forte no braço seguido de um olhar de desaprovação  de Adelaide.

-Deixe de ser chato. E não fique parado ai,preciso que me ajude em algo.-Ela começa a revirar sua enorme bolça a procura de algo,depois de um tempo, retira uma pá com esforço.

-Como você sabe, tive que chegar mais cedo ao festival. Já que me escolheram como colaboradora desse ano.- Ela me entrega a pá em minhas mãos. Então pega duas sacolas largadas no chão, nas quais mal tinha notado a presença. Meu rosto se contorce em uma expressão de duvida quando a vejo tentar ajoelhar no chão com dificuldade, ao lado de um arranjo de tulipas em um enorme vaso . Ela nota minha curiosidade sobre oque está acontecendo e continua.

-Ah, sim. Vejamos.Eu estava dando uma volta na praça para analisar as flores e arbustos e descobri um absurdo. Fiquei pasma.- Seus olhos se arregalam olhando em volta para confirmar que ninguém está por perto, então cochicha em meus ouvidos.

-Eles plantaram flores falsas. Como essas tulipas na minha frente.

-Que absurdo Adelaide. Ironizo com a situação.

-Pare de brincadeira Kevin, você sabe o quanto eu zelo pelo natural. Não posso deixar uma coisa dessas. Por isso trouxe algumas tulipas do meu jardim para planta-las aqui no lugar dessas falsificadas.Venha me ajude.

Ela veste suas luvas de jardineiro e posso ver o brilho que seus olhos manifestam de empolgação, enquanto começa a arrancar as plantas falsas com ferocidade vejo um sorriso nascer em seu gosto. Então as arremessa logo a meus pés. Sinto minha cabeça latejar de desanimo, pois sei que o trabalho vai demorar e essa é uma da ultimas situações na qual queria estar.

-Ei não fique parado. E ajude.-Adelaide aponta para os ramos de flores estirados no chão, junto a um amontoado de terra.

-JOGUE ESSE LIXO ECOLÓGICO NA LIXEIRA!.- Seu rosto fica  completamente corado de vergonha ao avistar um casal passando próximo, a tempo de ouvir suas ultimas palavras. Como se estivessem surpresos com a situação, antes de sumirem em rumo ao comboio de pessoas que carregam o festival, lançam um olhar de reprovação pra Adelaide.
-Não se preocupem, elas são falsas.-Adelaide tenta se explicar mas eles já se foram.
Me sinto injetado por tranquilidade  ao sair de perto de Adelaide em busco de uma lixeira, noto uma não muito distante porem a ignoro, perto dela acontece  a maior parte do festival  e eu teria que passar por todas aquelas pessoas,que concerteza se estranhariam com as plantas amassadas na minha mão. Ficar sozinho sem ninguém para perturbar sibilando palavras em minha cabeça por vezes é relaxante.Mas ha momentos que estar sozinho chega a ser perturbador, é ai  que você pode confirmar que esta se tornando uma pessoa solitária.

Percebo o quanto já me afastei do festival quando os enfeites floridos pendurados pelas casas começam a ser escassos, por sorto vejo uma lixeira ao longe de virada para uma esquina a direita.

Sons de passos vindo logo atrás de mim começam a iniciar uma pequena perturbação no fundo da minha cabeça,como se algo estivesse errado.O barulho aumenta causando um pequeno tremor,as vibrações vindas do solo parecem euforicas.O bater dos pés começam a se acelerar em passos mais largos,faço o mesmo aumentando a velocidade do meu andar aos poucos,quase de maneira imperceptível se tornando natural,não posso deixar que os passos vindos atrás deem de encontro com os meus,mas também não posso demonstrar que os percebo,ou que estou assustado, antes preciso confirmar se estou sendo seguido.Ignoro a lixeira que havia avistado,só tem dois caminhos por qual seguir. Um  reto desemboca em uma escadaria que desce para outro bairro e o outro é  a esquina.Viro a direita na esquina,torcendo para que a pessoa atrás de mim siga reto . Ela não atende meus pedidos.

A aceleração de passos começa a ter inicio quando sinto  que o seguidor atrás de mim vê que já o notei.Sua respiração se torna eufórica e mesmo a metros consigo sentir seu ar denso passar por meus ouvidos. A caminhada se agita, minha velocidade se aumenta mais a cada segundo sendo que estou a ponto de começar uma corrida, a pessoa atrás  faz o mesmo.Agora é só um disfarce, ambos já sabemos a intensões um do outro, as cortinas já caíram, e é difícil não ser tomado pelo desespero quando a respiração  do perseguidor sobrevoa como um urro chicoteando meus tímpanos. Outra esquina, agora a direita, não ha outro caminho a se seguir, agora tudo que preciso é que na virada encontre pessoas, ficar sozinho é a emboscada certa em momentos desses, preciso encontrar alguém. Dispenso completamente a caminhada e começo a correr,nesse momento já demonstrei que estou assustado, e o pavor só aumenta quando percebo os passos atrás de mim também se transformarem a algo mais rápido ,uma corrida barulhenta, as batidas martelam como tambor no solo, a falta de sutileza nos pés do perseguidor conseguem me dar uma noção de quão longe   está de mim, uns 2 metros, muito perto, e só vai se aproximando mais, assim percebo o quanto é mais rápido do que eu. Preciso usar algo a meu favor, ou serei pego.

Uma lixeira no canto da parede não muito longe de mim, a alguns metros no beco de entrada para esquina, não é muito grande, mas o suficiente para bloquear o caminho. Preciso chegar até ela se quiser ter alguma chance, não posso ser pego, dobro minha velocidade com toda potencia que consigo expelir, meus músculos ardem de cansaço e o suor desce pelas minhas têmporas. Falta pouco para alcançar a lixeira, pouco para derruba-la e despistar o seguidor, pouco para deixar para trás toda essa tensão. Os passos dele começam a morrer atrás de mim, mesmo sendo rapido se cansa fácil. E então eu faço, passo como um jato ao lado da lixeira e levo poucos segundos para desabala no chão, o caminho se bloqueia, sigo frenético entrando a esquerda.

Qualquer esperança que eu tinha de conseguir sair para bem longe, encontrar alguém e respirar ar puro, se morrem em um segundo de silencio. Meu coração ousa a sair pela minha garganta pulsante de pavor ao olhar para o enorme muro de pedra que bloqueia meu caminho, é um beco, um beco sem saída. Não ha nada mais que eu possa fazer ao deixar ser domado pelo medo, um medo que se intensifica nos segundos que espero ver meu perseguidor virar a equina, olhar para mim e ver que sua armadilha funcionou.

Acontece tão rapido que mal tenho tempo de me preparar. Quando vejo seu rosto familiar por baixo de um capuz preto me encontrarem em um sorriso, um sorriso feroz, sinto as lembranças se irromperem em minha mente,querendo tomar espaço, me esforço para afasta-las, tento  empurra-las para longe, não podem ser acendidas, mas se acendem.

Sou transportado para ela. Consigo sentir o gosto de sangue fresco na minha boca, o cheiro de lama no qual estou encharcado. A chuva rasga em pequenas pontadas minha pele com trovoes que iluminam meu estado, estou acabado, e grande parte de mim sabe que vou morrer ali mesmo, não seria difícil se livrar do corpo com um rio por perto, o assassinato certo. Forço minha cabeça a se levantar, o inchaço no meu pescoço dificulta isso, mas preciso morrer de cabeça erguida, olhando meu adversário fixamente nos olhos, talvez ate consiga arrancar um pouco de remorso de seu corpo depois de partir.

Vejo que estou completamente enganado quando um trovão ilumina o enorme sorriso em seu rosto, como se ele realmente se divertisse com a situação, estendido a minha frente vendo meu corpo desmontado no chão, feraz assim não sentem remorso, matar não pesa sobre seu travesseiro a noite, e isso ferve minhas veias de raiva. Não posso deixa-lo vencer assim, preciso fazer algo.

A lembrança morre me transportando instantaneamente a minha situação atual, chego ao ficar enjoando com toda transição, e demoro um pouco para me situar aonde estou, mas o medo me responde, o beco.

- Jack.- Minha voz tremula para fora da minha garganta de maneira tão covarde que preferia ter ficado calado.

Ele não me responde. Continua andando até mim com o olhar pulsante, agora percebo que o ar que soltava de suas narinas não eram de euforia ou medo, e sim de ódio. Me deixo paralisar sem reação alguma, apenas petrificado como uma rocha esperando oque estar por vir, não se pode enganar a morte duas vezes. Então jack em um salto manifesta a raiva, minhas costas se chocam na parede do muro, forte o suficiente para arrancar meu ar. Meu corpo é sustentado pelas suas mãos que se enrosca como um gancho em meu pescoço, não quero ver oque estar por vir, quero esconder no fundo da minha mente e deixar que acabe rapido, quero ignorar a situação, ignorar a dor ou pavor. Meus olhos se fecham com força, bloqueando qualquer entrada de luz, tento me trancar dentro de mim e apenas aceitar a morte. Os segundos começam a correr e o ar ficar escasso, é como se o momento congelasse, preciso que acabe rapido.

-Me mata logo,- Não posso nem chamar de voz o barulho que exalo, sai tão fantasmagórico que soa mais como um sopro, gastando meu ultimo suspiro de oxigênio.

-Calma cara, espera ai, você não pensou que seria tão fácil ne?.- Me repreende, então começa um riso áspero e seco, como se realmente achasse engraçado.

Meu pescoço começa a latejar a medida que ele  fecha mais forte suas mãos , já me sinto completamente sem ar, mas sei que esse não é o fim do túnel, morrer assim seria a saída mais facil agora, e Jack não me dará uma saída facil.

-Espera ai, você esta precisando respirar? Ah cara, era só você ter me falado.- Ele brinca, essa é sua diversão, ver desespero, dor e sangue.

Desmorono no chão quando ele solto meu pescoço, meu corpo rebate no solo em um impacto forte, quando tento usar meu tempo livre para sugar a maior quantidade de ar que consigo, recebo um pesado chute no estomago, seguidos de risos, meus pulmões se esvaziam novamente.

-Tente respirar agora.

Me contorço tentando inspirar qualquer coisa, qualquer fresta de ar que possível, mas nada vem e não tenho tempo para recuperar, outro chute me atinge, esse mais forte, meu corpo rola se arranhando no asfalto sem controle algum, a dor aguda de um vácuo preenche mais meus pulmões, já aceitei minha morte faz tempo mas ainda não estou preparado para os obstáculos que virão antes dela.

Tento usar as mãos, agarrar sua perna para que pare, mas elas tremem sem coordenação alguma, meus ossos bambeiam com fragilidade. Ele nota minha tentativa de impedir o próximo chute, então não o faz, se agacha mais próximo, sem deixar que o sorriso morra, e agarra minha mão direita, tento retrai-la mas não consigo. Ele entorta meus dedos lentamente, posso sentir separadamente o ranger dos ossos ate a fratura, mas estou tão apavorado que não sinto dor. Entro mais em choque ao olhar para minha mão, completamente diferente do que era antes, os dedos direcionados a direções onde não deveriam estar. Imploro em minha mente para que isso acabe logo, para que essa tortura não seja tão pesada como parte de mim diz que vai ser.

Mas ainda não acabou. Algo inesperado acontece quando vejo uma silhueta virar a esquina de entrada para o beco. Uma jovem, sua respiração arfante revela que correu para chegar ate ali, posso ver o seus olhos se arregalarem quando nota oque está acontecendo, ótimo, agora duas mortes acontecerão aqui, digo mentalmente. Outra pessoa, seus passos são suaves mas ainda consigo ouvi-los vindo em direção ao beco. Outro rosto familiar, percebo quando um enorme homem entra no beco trombando com a jovem, ele se surpreende com a situação tanto quanto ela.

- Chefe, a policia esta por perto, precisamos sair daqui.- O capanga de Jack alerta em uma voz rouca. Só agora Jack nota suas presença, ele me ignora depois de dar uma breve olhada a todo estrago que fez  e se vira para o capanga e a jovem.

- Quem é a garota?- Jack questiona.

- Não sei senhor, enquanto te esperava dentro do carro vi que a policia passava por perto, vi a garota correndo para onde o senhor estava enquanto ia te avisar sobre a policia. Mas isso não importa agora , temos problemas mais importantes, temos que nos livrar  deles e  sair.

- Ideia interessante, faça oque quiser com a garota, eu mato ele.- Seus olhar desce sobre mim enquanto retira uma faca da bainha.

- Espera Porfavor, eu nunca te vi aqui, nunca vou falar nada pra ninguém. Deixa eu ir.- Ouço os gritos da garota, que não tem muito efeito, o capanga se prepara para dala um fim.

Jack não hesita , o brilho da faca reluz, é afiada e com certeza faria um belo estrago, um estrago que tenho que impedir. Não espero ele pousar a lamina em minha barriga, enrosco meus pés em sua canela e dou um forte puxão, é tão rapido que ele não tem tempo de se desvencilhar, tomba para o chão ao meu lado, a faca deixa suas mãos para deslizar ao longe, próximo a jovem e ao capanga, qual deles  tiver posse dela primeiro ganha a briga, torço para que seja a garota.

Tenho que lutar com as próprias mãos, sem nenhum artificio que facilite. Ainda estou um pouco bambo mas não tenho tempo para fraquejar, jack tenta se levantar mas o impeço, avanço para cima em um salto, pressiono sua cabeça com força no chão.  Prendo seus braços com meus joelhos,  usando todo meu peso para esmaga-los, ele tenta se contorcer, tente se livrar, mas não consegue.

- Seu desgraçado.- Enfim vejo medo em suas palavras.

Não queria que chegasse a esse ponto, não quero derramar sangue hoje, mas minha vida esta em jogo, e fraquejar e morrer são sinônimos. Me preparo para estrangula-lo do mesmo modo que fez comigo, pronto para mata-lo aos poucos, mas não seria tão facil, ele esta mais preparado para esse momento do que eu jamais estaria. Ele consegue usar toda sua força para me arremessar pra trás, enfim tem suas mãos livres. Fechando uma delas em um punho que se prepara para aterrissar em meus rosto, em um avanço cortante como uma lança, bloqueio o soco com um chute no meio de seu rosto, o estalo que gera faz eu saber que seu nariz quebrou, e isso despertou ainda mais sua raiva.

Ele avança, feroz como um demônio, pronto para me matar, agora sei que morri, sei que acaba ali, naquele instante. Mas novamente me engano, seu corpo se congela como se tivesse recebido um golpe, depois de um instante analisando percebo que sim, a garota permanece imobilizada atrás do seu corpo, agua descendo de seus olhos descrente com oque acabou de fazer, a faca enterrada nas costas de jack espirra sangue.

Toda informação imunda meus olhos de puro terror, as mãos da garota soterrada de sangue, o capanga de jack mais ao longe morto, o corpo caído no chão com os olhos revirados ao céu, uma enorme fenda em sua testa, aonde uma faca foi cravada, a faca que deslizou no chão, ela foi mais rápida, ela ganhou a briga e salvou nos dois.

O barulho alto de uma sirene se espalha agudo em volta quebrando todo momento, a policia está por perto, tenho pouco tempo e  preciso usá-lo para sair daqui, com certeza   não iria embora inocente dessa historia, se for pego, anos na prisão se arrastariam até mim com o barulho das corrente, o passado me condena e não posso perder tempo.

Fico sem paciência quando percebo que não acabou, Jack se levanta com dificuldade, gemendo de dor pelo objeto apunhalado, não ataco, e ele também não. Da uma ultima olhada pra mim, seu olhar diz tudo, não acabou, não se nos escaparmos da policia, ele ainda vai me achar e ainda vai se vingar por tudo. Sua sombra some pela esquina.

A garota continua imobilizada, caída de joelho pelo oque fez, parte de mim sente pena dela mas outra apenas ignora, não posso sentir pena agora. Preparo para sair correndo dali, para sumir bem longe, mas sua voz me interrompe.

- Espera.- Permaneço impaciente para ouvir oque ela tem a dizer, os segundos correndo como um relógio em minha cabeça.

- Oque, foi?- Passam alguns estantes ate ela me responder.

- Eu vou com você.

Não respondo, apenas faço um sinal com a cabeça para que me acompanhe, e não perdemos tempo. Sumimos entre uma esquina e outra acompanhados pelo barulho da sirene que se eleva mais e mais, consigo dar uma breve analisada nas feições da garota ate reparar o quanto ela parece incomodada com as sirenes, com a polícia em volta, então tudo se conecta, esse é o mesmo olhar que ela lançou ao entrar no beco, e foi assim que ela foi parar lá. A policia não esta por perto atoa, esta atrás dela.

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2018 ⏰

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