black forest | chanbaek

eigth

Pelo que consta o relógio de Baekhyun, são 19PM e só agora começamos a montar a barraca. Já está quase tudo escuro, estamos agilizando para que não terminemos de montar essa coisa muito tarde. Porque eu não estou nem um pouco afim de montar isso no escuro!

Continuei montando tudo o mais rápido possível, até que vejo Baekhyun parar e sair de perto de mim, indo para outro lugar, com o se tivesse com algo em mente. Até pensei em perguntar o que havia acontecido, mas dei de ombros e continuei o que estava fazendo.

Na medida em que a escuridão tomava conta da floresta, meu desespero aumentava e o medo de não terminar a tempo também. Eu sei, parece exagero, mas nesta floresta, o escuro realmente não é algo muito... "amigável" eu diria.

Mas, graças aos céus, consegui terminar a tempo, e suspirei aliviado. Só que assim que me dei conta de que Baekhyun não estava ao meu lado, o desespero voltou. E uma voz familiar foi ouvida, chamando por meu nome.

– Chanyeol! – repetiu e eu tive certeza de que ele – Venha cá!

Segui sua voz, e percebi que ela vinha do lado de trás da barraca, poucos metros da mesma. Suspirei aliviado ao ver que ele estava ali, e meu semblante surpreso tomou conta quando vi o que fazia.

– Como você fez isso?! – perguntei ao meu aproximar e sentar ao seu lado.

Era uma pequena fogueira...

– Bom, nem eu sei. Só... ah, veio em minha mente, e eu fiz.

Sorri; sei bem o porquê de ele ter conseguido fazer uma fogueira. Mas preferi não comentar agora.

– Então, vai me contar? – depois de alguns minutos em silêncio, Baekhyun resolveu perguntar o que eu tanto temia. Fiquei sem saber o que dizer. Por mais que eu queira fugir do assunto, sei muito bem de que não conseguirei, porque se conheço bem o gênio de Byun, não desistirá de saber.

– Bom... – comecei, suspirando, frustrado, por ter que trazer este assunto à tona – Vocês eram uma família muito feliz, isso eu posso afirmar com toda a certeza. Todas as terças e quintas sua mãe te levava no parquinho e vocês tomavam sorvetes e brincavam juntos, porque nas segundas, quartas e sextas você passava praticamente o dia inteiro com o nosso grupo de amigos, depois da aula. E nos sábados, você meio que "ajudava" sua mãe e a empregada na faxina em casa. E, nos domingos, o único dia em que você via seu próprio pai na semana, porque ele não parava em casa por conta do trabalho, sua mãe praticamente implorava para ele sair com vocês para algum passeio em família, e depois de muita insistência, ele acabava aceitando. E muitas das vezes ele saía e deixava vocês dois sozinhos. E... bom, você sempre chorava.

"– Até que chegou um ponto em que seu você não via mais o seu pai, nem nos finais de semana – suspirei – A adolescência chegou e você se tornou uma pessoa, não rebelde, mas que gostava de chamar atenção. Porque não bastava ser mimado, tinha que ter o mundo aos seus pés também – sorri e ele me deu um pequeno murro no ombro esquerdo, o que me arrancou um grunhido – Ei, isso doeu!"

– Cala a boca e continua! – ele revirou os olhos com um sorriso.

– Pra você é hyung, Byun Baekhyun! – bravejei, mas ele não pareceu afetado, muito pelo contrário.

– Eu não vou chamar uma pessoa que, psicologicamente, parece vinte anos mais novo do que eu – revirou os olhos e eu cruzei os braços e franzi o cenho com sua ousadia! Mas resolvi ignorar – Aliás, nem meu hyung você é.

Meus olhos se arregalaram.

– Como você sabe disso?! – quase gritei.

– Não sabia, agora sei – deu de ombros, enquanto tirava uma maçã de sua mochila e mordeu-a.