8: Treino

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Começo a treinar Mari junto com Wolf. Sei que ela não gosta de treinar com espadas, mas o que está por vir será necessário. Eu treino primeiro com ela, combinamos em usar espadas de bambu no início, e depois usar espadas com laminas. Isso garantirá que ela se defenda de verdade. O treino se passa em minha casa, no "Arsenal", dois níveis de subsolo, um tipo de porão a prova de som para treinar, e um arsenal propriamente dito, guardamos espadas de todos os tipos de combate, de katanas até espadas longas usadas na idade média. Os andares são revestidos com chumbo, para evitar ataques radioativos.


Começamos hoje.


-Mari, hoje, a resistência usa basicamente dois tipo de espadas, as katanas, e as espadas longas.


Ela entende como segurar defensivamente uma espada, mas vamos acelerando lentamente o ritmo. De ataques isolados vamos a múltiplos golpes por segundo, chegando a três. Ela defende a grande maioria, mas golpes que envolvem giros, e golpes aéreos ela não consegue defender. Ela está com uma careta de dor, acho que suas costelas estão doendo devido as pancadas.


- Quer parar um pouco?


Ela balança a cabeça. Começo a ir um pouco mais leve com ela, mas antes que eu perceba, a espada de bambu está praticamente em meu rosto, por um milésimo de segundo não me acerta, desvio, e sorrio para Mari.


- Nunca abaixe a guarda - Ela sussurra


- A primeira coisa que te disse. Isso é verdade.


Eu ando para trás para pegar impulso.


Ela se prepara para receber o golpe. Wolf pega sua espada, ele sabe que esse será meu último golpe. Corro, pulo, e desvio da espada de Mari, direcionando o golpe para o lado, ela sabia desse golpe, ela direciona a espada para meu peito.


- Touchet


- Bom. Mas eu peguei leve.


Vejo Wolf andar sorrateiramente por trás de Mari. Sem ela perceber, ele pula por suas costas, não posso interferir no treino, vejo-a dar um urro de dor. Uma gota de sangue sai por sua boca, Wolf não está feliz em fazer isso, mas é necessário, ele deve mostrar que o inimigo não tem dó, misericórdia ou coração. A primeira brecha e será seu fim.


- Deve pôr em prática esse sábio conselho. Nunca baixe a guarda, nunca.


- Pode vir - Mari diz limpando o sangue.


Wolf investe de forma pesada. Ele pula sobre Mari e desfere múltiplos golpes repentinamente, Mari bloqueia a maioria, mas alguns golpes passam pelo bloqueio dela. Duas espadas contra uma. Isso é quase injusto. Não posso interferir. Ele está certo. Eles não terão dó independente de sexo ou tamanho, mas isso beira o sadismo, Mari para de bloquear os golpes pela dor, Wolf para ao perceber que aquilo já era o suficiente. Ela está cuspindo sangue.


- Me desculpe, mas você é fraca.


Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora