*Capítulo nove*

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--- Bem vindo ao nosso pequeno.. mas humilde grupo de sobreviventes senhor Barnes! - o homem sorriu abertamente - Ah e aliás meu nome é Dean. Vamos, vou te mostrar o nosso lar.

Alexandre deu de ombros e começou a segui-lo durante todo o prédio.  O primeiro  departamento do grupo eram aqueles que cuidavam dos alimentos, o segundo eram os que cuidavam da higiene do local, o terceiro eram os que cuidavam da segurança contra os mortos vivos, e o quarto departamento eram aqueles que organizavam tudo para que houvesse paz entre todos os moradores do prédio e fora da moradia.

--- Alexandre você ficará no mesmo departamento que o meu.. no quarto departamento - o homem que agora rebera um nome "Dean" deu uma leve piscadela para Barnes - Quando a sua mulher ela ficara no primeiro departamento.. mas só para preparar a comida, não para ir buscá-la do lado de fora como os outros. Seus outros dois colegas vão ficar no terceiro departamento.. estamos precisando de novos ajudantes nessa área.

Alexandre assentiu com a cabeça e então continuou seguindo o homem até uma tal reunião onde ele conheceria todos os integrantes de seu novo departamento. A sala era enorme. Havia uma mesa longa de vidro com várias poltronas em volta, livros empilhados em uma estante branca, porta-retratos sem nenhum imagem, e pra completar uma janela que dava para ver toda a catástrofe que o mundo se tornou. Barnes ficou paralisado com a imagem da cidade, ele ainda não tinha parado para olhar em sua volta. Os prédios estava incinerados, com pichações de pedidos de socorro em torno de todas as construções. Os mortos-vivos andavam tranquilamente pelas ruas em busca de alimentarem sua fome insaciável.  O chefe do grupo tocou em seu ombro e inclinou a cabeça para uma das poltronas pretas.

...

O departamento de Alexandre sairia  daqui dez minutos para resolver uns problemas que Dean não deixou explícito para ele.

--- Posso saber qual é a missão? - Barnes tentou descobrir o que eles fariam.

--- Precisamos arrumar alguns ingredientes para uns coquetéis que os moradores pediram

--- No meio dessa enorme catástrofe as pessoas ainda pensam na diversão e do "luxo" que tinham antes?

--- Infelizmente sim... mas eu acho que eles querem ser beneficiados com os Coquetéis exatamente pra poderem esquecer um pouco do perigo constante em que estão vivendo Senhor Barnes... agora se não for incômodo podemos ir? - Alexandre concordou com a cabeça e então eles seguiram o caminho.

...

Meia quadra, na direção Sul - na escuridão de um quarto de azulejos sem ar e nauseante, entre os restos de revistas da Polosense Investigative, pentes de plásticos, mechas de cabelo humano e potes de gel para cabelos - , eles enxugam os rostos com toalhas e jalecos de barbeiros e depois encontram mais ingredientes para fazer coquetéis Molotov. Garrafas de tônico capilar são esvaziadas, enchidas com álcool e tapadas com chumaços de algodão.  Eles também encontram um velho taco de beisebol escondido atras da caixa registradora. Provavelmente afungentou alguns clientes revoltados ou arruaceiros da vizinhança que queriam levar algum dinheiro.

Eles partem em busca de outros suprimentos que possam usar. Uma velha máquina de comida nos fundos lhes dá algumas barras de chocolate, dois Twinkies e um espetinho de linguiça industrializado. Enquanto enchem as mochilas, Dean pede para que não fiquem a vontade demais. Eles conseguem ouvir os ruídos do lado de fora do estabelecimento - mais mortos chegando na frente do local, atraídos pelos tiros dados tempos atrás. A chuva que antes caía com força e frequência agora começava a diminuir rapidamente. Os barulhos começaram a ficar mais nítidos e altos.

--- Vamos coloquem a mochilas nas costas - ordena Dean - Vamos dar o fora daqui e passar para outra zona. Alexandre você vai na frente.

Relutante Barnes os conduz para fora da conveniência, entrando na garoa e passando pela frente de mais algumas lojas.  No meio do caminho para a próxima zona de segurança, um morto-vivo isolado sai de trás de um escombro, avançando ameaçadoramente contra um dos garotos mal preparados que fora colocado no quarto departamento. Alexandre o golpeia na parte de trás da cabeça com o gancho da barra  de metal - que ele carregava além da colt - atingindo-o logo acima da sexta vértebra cervical com tanta força que o crânio se desprende e fica pendurado sobre o peito, enquanto o corpo desaba no asfalto molhado e sujo. Mais cadáveres se materializam nas saídas dos becos e nas sombras das portas.

Eles entram em uma lojinha com corações rabiscados na porta de vidro. A fachada da loja está coberta de grades contra ladrões e, tirando alguns fios partidos, lâmpadas quebradas e rolos de fita isolante , as vitrines estão vazias.  Eles se sentam no chão gélido do local para descansarem as pernas e respirarem fundo antes de seguirem até o veículo. Dean desistira de ir a procura de mais coisas para a tal "festinha com coquetéis" que Alexandre achava uma tremenda perca de tempo e burrice. 

Barnes olha em volta, era uma lojinha de brinquedos, que mal chega a ter 45 metros quadrados, e que está cheia de destroços com cores berrantes. O caixa estava aberto e os dólares que antes deviam estar ali haviam sido levados, ele pensava intensamente " porque porra alguém no meio de uma enxurrada de desgraças  ainda pensava no maldito dinheiro que destruía famílias a anos" .

--- Pessoa vamos... O carro esta a dois metros daqui. - Dean alertou enquanto se levantava respirando fundo.

...

Correndo no meio de escombros e ruas desérticas eles chegaram até o veiculo Fort. Adentraram o mesmo se sentando, sem se preocuparem com cintos de seguranças ou em falarem alguma coisa. A missão besta e insolente estava feita.

A aniquilação da sociedade - O começo do fim - Livro I Onde histórias criam vida. Descubra agora